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Batman # 23

Por Leonardo Araújo

Na edição anterior: Após um severo confronto com Hera Venenosa, o feromônio dominou Diana e Selina. Batman, com base nos antídotos desenvolvidos para neutralizar os agentes químicos de Hera e do Espantalho, conseguiu minimizar os efeitos da droga desenvolvida pelo Cabeça-de-Demônio.

Feromônios — Parte Final
Vitória?

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— Diana???

— Sim, Donna. — responde Diana no comunicador.

— Você está em Themyscira?

— Não.

— Que voz é essa, Di??

— Eu ainda estou dormindo, Donna! — a rainha das amazonas desliga o comunicador e deita-se sobre o tórax de Bruce. Ela se recupera dos agentes químicos que infestavam seu corpo a poucas horas.

Caminhando de forma quase espectral a deusa do amor paira ao lado da cama dos dois amantes.

— Hummmmmm, acho lindo vocês dois juntos! — Afrodite abaixa-se e dilata as narinas levemente — Que cheiro estranho é esse? (*)

Duas horas depois, o detetive está no antigo sítio. Cômodo a cômodo ele faz uma rigorosa vistoria em busca de pistas que pudesse levar ao mentor das ocorrências. Até o lixo é cuidadosamente revirado.

— Nada de concreto. — fala a si mesmo.

Várias amostrar são recolhidas na esperança da obtenção de indícios que desvendem o paradeiro de Ra's. Em meio à revista realizada, um alarme discreto toca no seu cinto. Ele já sabe que alarme é aquele: Selina havia abandonado a caverna e a mansão.

Após recolher as possíveis provas levantadas Batman entra no seu veículo e parte de volta a caverna. Ao descer do carro, vê Diana terminando de se uniformizar após um banho revigorador.

— Cadê a Selina? — pergunta a amazona.

— Saiu. Deve achar que pode resolver o caso sozinha. — fala contrariado.

— Aquela maluca! Vai é se complicar ainda mais. Clark está de olhos e ouvidos ligados em qualquer notícia dela.

— Ra's já deve saber disso e usará contra nós. Utilizaremos isso como vantagem.

— Como assim? — questiona Diana.

— Ele deve deduzir que estou ainda sobre os efeitos dos feromônios e que irei proteger Selina de Kent.

— E isso é vantajoso para nós? Como saberemos onde ela está?

— Monitorei-a.

— Rastreador?

— Um emissor de sinal em sua roupa possibilitou um satélite da WayneTec monitorá-la. Venha ver.

Batman digita alguns comandos em um computador. Uma tela se abre com um vídeo de alta resolução, suficiente para ler uma manchete de um jornal na Terra, que mostrava um dos carros esportes abandonado a mansão Wayne e dirigindo-se a Gotham. O carro para em frente a um condomínio, aonde Selina tem uma casa com um codinome falso. A Mulher-Gato entra na casa e, após alguns minutos, sai desacordada nos braço de Dentes-de-Sabre, supostamente.

— Grande Hera! — exclama Diana ao acompanhar o filme se desenvolver.

A cena leva a um pequeno complexo industrial, fechado há meses, na periferia da cidade. A imagem não mais se move. Batman para o filme cerca de 30 minutos após a "entrada" de Selina na edificação. A seguir, recua a imagem 2 minutos para observar melhor a chegada de uma pequena comitiva. A imagem é ampliada e uma pessoa, no centro da comitiva, é claramente distinguível.

— Achamos o maldito!

— Ra's! — pronuncia Batman apontando para um ponto da tela

Convenientemente trajados, eles preparam-se para a nova investida. Batman entra em contato com Oráculo:

— Oráculo, rastreie comunicações telefônicas ou via Internet sobre o caso dos segredos militares que a Mulher-Gato está envolvido. Busque um aviso ao submundo, coisas do gênero.

— Ok, Batman. Te aviso assim que tiver algo. — responde Oráculo — Dê lembranças a Diana por mim.

A amazona sorri e ele finge que não entendeu.

— Mais uma coisa: contate o Arqueiro ou Asa Noturna, aquele que puder chegar aqui em menos de 20 minutos. Mande um dos dois me encontrar na área circulada no mapa que estou te mandando. — dito isso, ele envia a imagem de Gotham com a zona que Ra's se encontra devidamente marcada — Avise para ser discreto.

— E se nenhum deles estiver por perto? — pergunta Oráculo.

— Peça para o Flash trazer ou dos dois. É imprescindível.

Ele desliga o comunicador e prossegue nos preparativos.

— Não entendi. — diz a rainha.

— Ra's vai atrair atenção para o caso, discretamente, mas vai fazer: FBI, criminosos interessados na compra dos códigos, Liga, Super-Homem.

— Certo. Faz sentido. Teoricamente, nós lutaríamos contra eles. Só que Kal chega antes de todos.

— Exato. É o que Ra's espera conosco envolvido com Selina.

Batman separa um par de manoplas metálicas que recobrem seus braços. Acioná-as e verifica sua operacionalidade. A seguir, vai a um compartimento mais ao fundo da caverna e equipa seu cinto de utilidades com algumas cargas extras. Chega a pegar o anel de kryptonita, mas guarda-o. Diana o observa.

— Acho que você vai para uma guerra. — fala a guerreira com certa preocupação.

— Quase isso. Não posso arriscar perder Ra's. Muitas vidas estão em jogo, não há espaço para erros.

— Isso quer dizer que pretende enfrentar Kal? — o tom é preocupado.

— Certo.

— Não acha que os feromônios ainda estão agindo em você? — e com um apelo ao bom senso conclui — Quer provar que sua mente supera os poderes dele?

Ele para, olha naqueles profundos olhos azuis, e fala:

— É uma forma de ver.

— Podemos chamá-lo aqui. — ela tenta o persuadir — Ele vai entender. Eu falo com ele.

— Ra's pode monitorar, podemos não ter tempo, Kent pode demorar a aceitar a situação: muitas variáveis. Diana, confie em mim. Vou precisar muito de você. Temos de surpreender Ra's, senão vamos ficar correndo atrás dele indefinidamente. Lembre-se: ele nos manipulou — Bruce cerra os dentes nesta frase.

— Confio minha vida a você, mas enfrentar Kal... não parece certo.

— Não se trata de certo ou errado, minha rainha, mas do que é necessário no momento. Ele irá nos desculpar, com o tempo. Precisamos ir. Fixe, na sua mente, a localização do prédio onde Ra's está.

— Deixe-me ver o mapa mais uma vez. — ela observa com atenção.

— Ok?

— Sim — ela olha pra ele e se surpreende quando ele toma sua face nas mãos e a beija.

— Precisarei que você force minha entrada. — fala após afastar, levemente, os lábios dos dela.

— Esse foi um beijo de despedida, caso as coisas dêem erradas? — Diana o fita.

— De boa sorte, se eu acreditasse em sorte.

O Homem-Morcego entra no carro quando recebe um sinal de Oráculo:

— Batman, um leilão, via Internet. Os segredos vão ser leiloados.

— Obrigado Oráculo.

— Não quer que descubra a origem da mensagem? Demora um pouco, mas é possível. — interpela a voz cibernética.

— Não. Assumo daqui.

Batman parte e a amazona o segue voando. Ele certifica-se de que tudo o que vai precisar está no veículo ou preso ao seu corpo.

Ao chegar nas imediações da área de interesse, próximo ao prédio em que verificou a presença de Ra's, cuidadosamente, Batman observa as ruas, prédios e casas. Vai para uma zona sem movimento de pedestre. Escolhe um beco e pára o carro.

Ele sente uma brisa e escuta um "Olá!": era a voz do Flash.

— E então, o que vai ser? — a voz inconfundível de Oliver vem do fundo do beco, da área escura.

— Está com roupas escuras? — pergunta o detetive.

— Não sabia que você me levaria a um baile.

— Tem uma no banco traseiro do carro. Leve para a cobertura, esconda-se e vista-a. Vou precisar que você se passe por mim.

— É assim agora? Sou seu assistente?

— Oliver, não vamos complicar. Preciso de você.

— Ah, então você precisa de mim? — o Arqueiro sorri — Simples: o "Batman precisa de você, você foi alistado"! É uma piada?

Batman o encara. Oliver prossegue:

— Esqueci, você não tem humor.

— Estou começando a achar que foi um erro trazê-lo.

— O que é? — por fim alivia — Pra que vai precisar de mim?

— Para segurar Clark.

— Hah... Super-Homem? Tá brincando. Ops, esqueci de novo: você não faz piadas.

Eles ficam sérios por alguns segundos.

— Super-Homem. — Oliver sorri e olha para o arco — Quando?

— Você perceberá meu sinal.

Alguns minutos se passam. O comunicador de Batman soa: é o Super-Homen que chama.

— Batman, estou indo a Gotham. A Mulher-Gato foi localizada na sua cidade.

— Eu sei.

— Vamos prendê-la e levá-la as autoridades.

— Tenho outros planos, Super-Homem. Deixe o caso comigo.

— Sinto, Batman, mas não é possível. A comunidade internacional exige a prisão dela.

— Super-Homem, ouça com atenção: não posso prendê-la agora. — Clark sabe que ele fala com os dentes serrados — Tão pouco, posso deixar que alguém a capture.

— Não faça este jogo. Sabe que a Liga tem um compromisso internacional. Temos de prendê-la. Há mandados na Interpol para o caso. Se eu não o fizer, alguém o fará.

— Deixe que outros tentem!

— Não seja arrogante.

— Já disse tudo o que tinha a dizer. Meu tempo é curto. Ouça: não venha a Gotham. — o Homem-Morcego desliga seu comunicador.

Em pouco mais de um minuto pode se perceber uma forte rajada de vento. É o deslocamento de ar provocado pela rápida chegada do Super-Homem às imediações do beco.

"Pousou a uns 20 metros! Kent tenta me convencer. Tem um ar petulante. Diz que vai pegar Selina e que eu não devo interferir, ou algo assim. Não escuto mais nada: estou concentrado demais na seqüência de eventos que estão por vir. Finalmente ele percebe que não estou para conversa. Tarde demais... para ele."

— Ahhh!!!

"Ele agora agoniza: seus ouvidos supersensíveis recebem uma carga dupla que estoura todas as vidraças da vizinhança. Alguns vasos sanguíneos vão estourar. Eu vou rapidamente para junto de uma lata de lixo no fundo do beco. Os cachorros fogem e latem como loucos. Uma combinação massiva de alta e baixa freqüência satura o ar, partindo de vários pontos do beco. Já na lata, visto uma dupla manopla de titânio. Lanço bumerangues explosivo nele. Ele sente os impactos."

— Bruce... pare com isso! — esbraveja Super-Homem disparando sua visão de calor contra as fontes de ultra-som que identifica.

"Kent demonstra toda sua força de vontade. A minha é maior e isso é que importa. Jogo uma granada concentrada de gás vomitivo. Seu processo digestivo é similar ao nosso. Ele vai botar o estômago para fora. Meu primeiro soco ele defende, mas isso o faz tirar a mão dos ouvidos. O efeito é devastador: seu labirinto é afetado. Ele perde o equilíbrio e começa a vomitar. Eu estou esmurrando um dos seres mais poderosos de universo."

— Você está completamente... uhhh

"Salto acertando-o diversas vezes enquanto ele, desnorteado e vacilante, não consegue me atingir."

— Cale a boca! Não torne as coisas mais difíceis. Caia e resolvemos isso!

"Finalmente o derrubo. As manoplas são muito boas. Um filete de sangue brota em seu nariz. Conto com seu lado de "mocinho" para derrotá-lo. Ele sabe que não pode voar, está desorientado, poderia atravessar prédios e os derrubar em cima de inocentes. Tenta girar para se enterrar no solo, mas está tonto demais. Mesmo assim, me acerta. Uma das manoplas está quebrada agora. A carga sonora está no fim. Eu disparo uma forte carga de magnésio em seus olhos. Isso cega qualquer um. Em Kent é um efeito temporário, mas suficiente para eu continuar a usar a manopla. Ele cambaleia e, esmurrando o ar, cai novamente. A placa de titânio em meu peito se rompe com um soco dele. Está difícil respirar."

— Cof... Cof...

"Não paro de me movimentar. Salto sobre ele, me esquivo, uso as paredes, ou o que sobrou delas, como apoio. Estou bufando, usando toda minha força e da manopla em conjunto. Finalmente ele tosse. Já era hora. Aproveito e faço ele abrir ainda mais a boca. Preciso que ele aspire com força, então acerto seus testículos."

— Arggh!! Gasp...

"Injeto em sua boca e nariz uma resina altamente viscosa. Agora ele não respira mais. O anel de krypitonita poderia decretar o fim da luta, mas Kent tem um papel muito importante a desempenhar. Deixo-o com Diana."

Um laço dourado prende o Homem de Aço e rapidamente o lança contra o asfalto do outro lado da rua.

"Bem na hora! Alerto Oliver."

Se pudesse falar alguma coisa, Super-Homem pronunciaria o nome da amazona em tom de espanto, mas a resina o impede de emitir sons. Sua visão começa a turvar. Ela desfere uma impiedosa seqüência de golpes, todo na face de seu oponente. Ele sente os golpes. Sua face já mina filetes de sangue. Bumerangues continuam a atingi-lo toda vez que ela se afasta dele. Ele consegue atingir Diana, mas ela o bloqueia com os braceletes. O cansaço cobra o preço e Super-Homem já não é tão rápido.

Uma figura de uniforme escuro continua a desferir golpes quando Diana não os faz. Os golpes só incomodam quando são desferidos com a manopla

A poucas quadras dali, Ra's acompanha o conflito via satélite.

— Alguns planos saem melhor do que o esperado. Quem diria: o detetive e a bela rainha amazona.

— O que ela faz aqui? — pergunta o Cara-de-Barro.

— Silêncio, infiel! — alerta Ubu.

— É uma longa história, mas estamos sem tempo para isso no momento. — responde Ra's.

Ele vê a figura em cinza e azul escuro lançar vários explosivos no kryptoniano, que mal se defende. Vê também a Mulher-Maravilha empenhar-se na luta, atingindo Super-Homem de toda forma possível.

O vilão acompanha os movimentos do combate atentamente. Por fim, ela o agarra, gira-o violentamente diversas vezes e lança o Homem de Aço como um míssil humano. Ra's reconhece a trajetória que o corpo quase inconsciente faz. Um estrondo confirma seu temor: uma mancha azul rompe a parede do esconderijo do Cabeça-de-Demônio atravessando-o por completo. Ainda surpreso, demora a perceber que Batman invadiu a sede de sua organização local. O Homem-Morcego já está sem os apetrechos que utilizou para enfrentar o Super-Homem.

— Maldito detetive. — ele percebe que após a entrada da Mulher-Maravilha no combate, a figura em traje escuro aparecia rapidamente no confronto, impossibilitando confirma a verdadeira identidade. Agora ele tinha certeza que não era o Homem-Morcego.

Uma dezena de capangas está desacordado na trilha que Batman fez até o centro de comando de Ra's. Entre o vigilante e a porta que o separa de sua caça só há um obstáculo: Ubo, o fiel guarda-costa.

— Morra, infiel!

Ubo desfere uma seqüência de golpes, todos no ar, pois Batman esquiva-se dos socos e chutes. Quando Ubo tenta um direto, o Homem-Morcego abaixa-se agarra o brutamontes pela cintura e, aproveitando o golpe do próprio adversário, lança-o violentamente contra uma das paredes. Golpes nos rins o fazem grunhir, uma joelhada na costela o faz tombar para o lado, mas seu corpo não chega a cair, pois recebe um violento chute na orelha que o derruba para o lado oposto, já sem consciência.

Diana avança velozmente pelo corredor e quase é surpreendida pela presença de Lápide e Rino. Batman esboça retornar para ajudá-la, mas ela pisca pra ele, pega Rino e o lança contra Lápide, que se esquiva.

— Vá Batman, pegue-o. — grita a amazona.

O detetive derruba a porta e vê Ra's terminando de digitar códigos de lançamento de mísseis. Antes que pudesse alcançá-lo, Dentes-de-Sabre rasga parte da capa do vigilante e atinge suas costas.

— Revanche! — grita o mutante que parte pra cima de Batman — Vou te triturar a arrombar aquela piranha que você trouxe!

O morcego retira um frasco do cinto e quebra.

— Uma das armas que eu usei em nosso confronto anterior. O mesmo truque. Você é estúpido demais para se prevenir. Narinas sensíveis, como a sua, vão espirrar com o odor.

Dentes-de-Sabre passa no vazio, mas consegue defender um chute que Batman desferiu. Uma série de espirros lhe impedem de antecipar os movimentos do Homem-Morcego. Este aproveita para esmurrar seu adversário até que ele caísse.

Batman vê Ra´s se dirigir pra uma saída. Lápide atravessa a parede inconsciente.

"Vamos, Kent, apareça.", pensa o morcego.

Dentes-de-Sabre já está de pé e desvia do bumerangue que lhe atingiria o pescoço.

— Precisa melhorar sua mira, morcego. Está cego como um.

Batman e o mutante trocam golpes. Por fim o vigilante diz:

— Já perdi muito tempo com você.

O bumerangue retorna trazendo uma carga especial: ao atingir a nuca do mutante, o qual media forças com Batman segurando as mãos do detetive, dispara um pulso elétrico de elevada voltagem, pondo fim ao combate. O cheiro de pelo queimado é percebido no ar.

A parede cai com um forte estrondo. Super-Homem, com a cara ensangüentada e roupas rasgadas, surge pela parede.

— Batman, vamos acertar nossas contas agora! — fala em tom de fúria.

— Ainda não, Super-Homem. Há vidas em perigo, milhões de vidas.

Batman aponta o computador que já havia quebrado uma seqüência do código complementar de lançamento de mísseis. Não foi possível trocar todas as senhas após o roubo dos segredos. Super-Homem entende a mensagem e dispara sua visão de calor contra a máquina, destruindo-a. Diana entra pela porta arrastando Rhino.

— Super-Homem, vários mísseis foram disparados. Temos de detê-los. — afirma a bela amazona — Vamos agora!

— Não esperava isso de você! — ele fala para a princesa.

— Você sempre fez parte dos planos de Batman, por isso o deixamos consciente.

— E devo agradecer por isso? — ele sai com um forte estrondo, pois rompe a barreira do som em busca dos mísseis.

Diana nota que Super-Homem segue uma rota para interceptar dois dos três mísseis disparados. Assim, a amazona vai na direção do terceiro, o mais próximo. Ao avistá-lo, ela segura a carcaça e força-o a seguir uma trajetória que o lançaria fora de órbita. Um impulso extra o tira da atmosfera, lançando-o no espaço gélido.

Neutralizado o perigo dos mísseis, ela retorna a Gotham e ao local onde deixou Batman. Novamente na sala de comando, procura o Homem-Morcego: Diana não o acha mais. Ela continua a busca e passa pela porta existente aos fundos do ambiente. Procurando o vigilante, ela acaba por encontra Selina presa em uma sala.

— Já era hora. — diz a prisioneira revirando os olhos ao céu.

— Selina! Temos de achar Ra's e Batman.

— Não vai me dizer que você perdeu seu homem. — diz Selina e observa o semblante da amazona de preocupação com o desfecho de tudo aquilo que estava ocorrendo — Calma, foi só para descontrair. — dá um meio sorriso.

As duas sobem rapidamente uma escada e se deparam com um combate entre Batman e Ra's. Com Batman cansado, o vilão chega a atingi-lo, mas um golpe do vigilante lança seu oponente aos pés da Mulher-Maravilha. Ela levanta a perna e pisa, sem esmagar, no pescoço do Cabeça-de-Demônio.

— Fim da linha pra você Ra's. — diz ela olhando-o fixamente.

— Com esta aqui, se fecha o quebra-cabeça. — diz o Arqueiro Verde ao se livrar das roupas escuras que usava, similar ao traje de Batman. Oliver diz:

— O Cara-de-Barro fugiu!

— Então era você na tela! — diz Ra's, sem mexer seu corpo, referindo-se ao Arqueiro.

— Aquele filho da puta! Quando eu o pegar... — fala uma furiosa Mulher-Gato referindo-se ao vilão transmorfo.

O casal está na mansão, em roupas civis. Selina os acompanha enquanto conduzem o Arqueiro Verde para a porta da frente da casa. Os quatro conversavam até chegarem a porta. A súbita presença do Super-Homem, na porta principal da entrada da mansão, interrompe o papo. Ele força a entrada.

— Vocês me devem, no mínimo, uma explicação.

— Quer que eu fique mais um pouco? — pergunta Oliver, ajeitado a franja. Bruce faz uma negativa com a cabeça e o Arqueiro parte. (**)

O krypitoniano avança até Bruce, que não se intimida. A tensão satura o ar na enorme sala. Diana se põe entre Batman e Super-Homem.

— Cara-se-Barro se passou por Selina para incriminá-la. O problema entre você e Bruce, Ra's já havia arquitetado. — afirma Diana.

— Eu segui o roteiro até pode surpreender Ra's. — justifica — Quando você apareceu, usei a luta para desviar a atenção dele, abrir a guarda, invadir o cativeiro e deter qualquer míssil que fosse disparado.

— Resumindo, me usou! — reclama Clark lançando as mãos para o alto.

— Não foi possível desenvolver uma alternativa. Tente entender.

— Diana, vou aceitar isso como um pedido de desculpas, mas não estou nada satisfeito.

Dito isso Super-Homem se retira da sala.

— Bruce...

Ele a interrompe, com gestos, indicando que Super-Homem, mesmo involuntariamente, poderia ouvi-los. O trio vai para o interior da mansão.

— Eu disse que você deveria ter contado a ele.

— Diana, se eu o fizesse, no mínimo, a luta não seria real, Super-Homem se conteria além do normal.

— Mas você correu um risco muito alto. — intervêm Selina.

— Vou embora, Bruce. Preciso pensar e tenho obrigações em Themyscira. — a bela amazona segue o mesmo caminho do Super-Homem nos céus. Bruce Wayne sabe que ela ainda tentará falar com Clark para poder resolver qualquer mal entendido, e ele sabe que com o tempo o Homem de Aço cederá. A Mulher-Gato adentra a mansão e olha maliciosamente para o Homem-Morcego.

— Você não vem? — Batman olha para a bela morena em sua frente ronronando um convite.

— Não, Selina, ainda quero olhar as estrelas aqui fora. — o bilionário sorri e diz — Vá para sua casa.


Na próxima edição: Não perca a sensacional fuga de Ra's Al Ghul. Participação especial do Coronel Nick Fury e da SHIELD.


:: Notas do Autor

(*) Veja o que Donna quer com Diana em Mulher-Maravilha # 36. voltar ao texto

(**) O confronto com Super-Homem e a participação do Arqueiro Verde é um tributo ao mestre Frank Miller e sua memorável obra "O Cavaleiro das Trevas". voltar ao texto




 
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