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O Eleito - Warren Worthington III

Por Eduardo Sales Filho

Um Voto de Fé

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Sede da Worthington Enterprises

— Sr. Warren, seu carro já está pronto para levá-lo ao cemitério.

Warren Worthington III levanta-se e segue rapidamente para o elevador. Enquanto é levado ao enterro de Helen Bancroft, ele se questiona como pode ter sido tão cego e não ver tudo que estava acontecendo com sua amiga, em sua empresa.

Já se passou uma semana desde que Helen se atirou do trigésimo-sétimo andar da Worthington Enterprises. O corpo demorou pra ser liberado pelo legista porque a identificação era quase impossível. Foi necessário um exame de DNA para confirmar a identidade da ex-CEO da empresa. Apesar do bilhete de suicídio (*) assinado por Bancroft, Warren preferiu se certificar. Seus anos como combatente ao lado dos X-Men lhe ensinaram que enquanto não houver um corpo ninguém pode ser considerado morto.

Desde que retomou seu posto como diretor, Warren investigou minuciosamente tudo que sua antecessora fez nos últimos anos, tentando descobrir o que levaria uma pessoa tão inteligente a cometer um ato tão drástico.

Suas investigações o levaram para uma das maiores fraudes imobiliárias da história de Nova York. Sob o comando de Helen, 170 apartamentos foram vendidos em prédios que não existem. O dinheiro pago pelos compradores jamais entrou na contabilidade da empresa e deve estar em alguma conta da Suíça ou outro paraíso fiscal.

As 170 famílias entraram com uma ação na justiça exigindo a restituição do dinheiro ou a entrega dos imóveis. A junta diretora da Worthington Enterprises recomendou a Warren deixar o processo correr usando e abusando de todos os recursos para que ele se arraste na justiça por décadas.

Para devolver o dinheiro, a empresa teria que vender 40% do seu patrimônio físico. Vender ações para se capitalizar deixou de ser uma opção quando o escândalo parou nos jornais.

O carro pára e Warren desce no cemitério Saint Claire. Antes mesmo de abrir a porta, ele já havia percebido o tumulto do lado de fora. As pessoas lesadas protestam com cartazes insultando Helen e a Worthington Enterprises. O deputado Alan Gray, o grande defensor das 170 famílias, dá entrevistas às redes de TV que foram cobrir a cerimônia.

— Deputado Gray, qual será o próximo passo agora? — pergunta um repórter.

— Já apresentei um pedido de abertura de CPI na câmara federal. Essas famílias batalharam por muito tempo para perderem tudo pra mais uma dessas megacorporações.

— Existem rumores de que o sr. Worthington não sabia dessa fraude, o que o senhor acha disso? — pergunta outro repórter.

— Não posso conjecturar sobre algo que não sei. Torço apenas para que, independente de qualquer coisa, o sr. Worthington faça a coisa certa por essas pessoas ou eu vou forçá-lo a fazer!

Quando Warren é visto pela multidão, vários repórteres vão em sua direção.

— Sr. Warren?

— É verdade que o senhor não sabia sobre essa fraude?

— Qual sua opinião sobre a senhorita Bancroft?

— A Worthington Enterprises vai devolver o dinheiro às famílias lesadas?

Warren fica atordoado com todas aquelas câmeras e flashes apontados para ele. Como x-man, Anjo está acostumando a passar despercebido, agir pelas sombras. Ser o centro das atenções é algo novo e difícil de se acostumar. O mutante deixa-se cercar pelos jornalistas e começa a falar.

— Inicialmente, gostaria de expressar meus sentimentos à família da senhorita Bancroft. Eu a conhecia muito bem e ainda não consigo acreditar em tudo que está acontecendo. Também quero acrescentar minhas desculpas às pessoas lesadas e dizer que farei todo o possível para resolver isso logo.

— Resolver como? Você vai devolver o dinheiro de todos?

A confusão dá lugar ao silêncio. Todos esperam pela resposta de Warren.

— Sim. Devolverei o dinheiro de todos. Agora me dêem licença, preciso prestar as últimas homenagens à minha amiga.

Escritório de Warren Worthington III — duas horas depois

— A diretoria está enlouquecida. Eles dizem que você não pode fazer isso. Que levará a empresa à falência. — Sue Allen, secretária de Warren, sabe muito bem que quando seu chefe toma uma decisão ele não volta atrás.

— Sue, diga para aqueles corvos que essa é a minha empresa e eu resolvo como lidar com essa crise.

O Anjo levanta-se e caminha até a janela de sua sala. Ele vê Nova York do alto e inveja as pessoas que passam nas ruas abaixo dele. Gostaria de trocar de lugar com elas agora.

Três semanas depois

— Telefone para você, sr. Warren. É o deputado Gray.

— Passe a ligação, Sue.

Olá, Warren.

— Alan, faz muito tempo que não vejo notícias suas na TV. Não tem mais nenhuma corporação para atacar?

Sempre tenho, mas gostaria de conversar com você antes. Dar os parabéns pela atitude que tomou. Poucos teriam a coragem que você teve.

— Meus pais me ensinaram a sempre fazer o certo, mesmo quando isso pode nos prejudicar.

É uma boa maneira de se levar a vida. Diga-me uma coisa, Warren, já pensou em entrar para a política?

— Política? Eu? Nunca!

Você se saiu muito bem em frente às câmeras no outro dia. E a maneira como lidou com toda essa situação foi muito boa.

— Não sou político, Alan. Nunca fui.

Mas eu sou e vou me candidatar à presidência nas próximas eleições.

— E você quer que eu o apoie?

Um pouco mais que isso, quero que você seja meu vice-presidente.

— Já disse que não sou político.

Não precisa me responder agora. Pense sobre isso e nos falamos na próxima semana.

O Anjo desliga o telefone, atônito. Em todos esses anos, ele jamais imaginou que um dia passaria por uma situação dessas. Mas a resposta era óbvia.

"Não sou político, não gosto de políticos.," — pensa — "Sou um x-man. Um herói!"

Cinco dias se passaram desde que Alan Gray convidou Warren Worthington para ser seu vice-presidente. Em nenhum momento o mutante considerou seriamente o convite, até ler os jornais dessa manhã. Um jovem foi surrado até a morte por um grupo de bêbados após um comício do senador Kelly, candidato a presidente e eterno inimigo dos mutantes.

O irônico é que o jovem nem era mutante, apenas sofria de uma doença de pele chamada vitiligo. A pele do jovem não tinha pigmentação em vários pontos do corpo. Segundo testemunhas os atacantes gritavam frases de efeito como "morra, mutuna" e "viva o presidente Kelly".

Warren sente repulsa pela raça humana enquanto lê o jornal. Se pergunta por que essas coisas ainda acontecem, por que ninguém faz nada para impedi-las. Então pega o telefone e liga para o celular de Alan Gray.

— Alan? Aqui é Warren.

Bom ter notícias suas, Warren. Achei que tinha esquecido de mim. E então, pensou em minha proposta?

— Sim, e aceito, mas com uma condição.

Qual condição?

Eu quero ser o presidente.

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:: Notas do Autor

(*) Você verá esses eventos aqui no Hyperfan em breve, em X-Men # 14. voltar ao texto




 
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