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Por
Josa Jr.
Os
Caçadores
Em
um dos mais finos restaurantes de Manhattan, um homem aguarda
impacientemente por sua companhia. Vestindo uma imitação
barata de Armani, ele tinha outros planos para a noite. Porém,
a pessoa que o convidou para este encontro é uma mulher
perigosa e bela demais para se desprezar tão facilmente.
Oliver Queen se pergunta quantos minutos já perdeu na recepção
do Garten Haus. Este tempo ele pretendia gastar no combate ao
crime, já que o motivo de estar em Nova York foi sua última
investigação contra um grande traficante de armas,
que o levou a descobrir uma conexão Star City-NY.
— Tenho uma reserva para... Ah, Arqueiro. Aí está
você.
De repente, os olhos de Oliver Queen se arregalam — sua companhia
chegou. Vestindo um caríssimo vestido longo preto, com
dois cortes revelando suas pernas, a mulher se aproxima de Queen,
sorrindo. Seu braço esquerdo entrelaça-se com o
braço direito do Arqueiro Verde, e os dois caminham até
a mesa reservada às pressas há uma hora atrás.
— Achei que você não viria mais... — divertindo-se
com a iniciativa da moça, Oliver educadamente puxa a cadeira
para que ela se sente — Viúva Negra.
— Natasha. — a ex-espiã russa dispensa logo as
formalidades — Não teria graça se não
fizesse você esperar. Vinho branco, por favor.
— Esse tempo de espera poderia ser gasto de forma mais...
interessante.
Queen sabe que está caminhando num terreno perigoso, e
que tem outras prioridades. Logo, seu lado heróico sobrepõe-se
a sua faceta conquistadora e ele desfaz algo que poderia se passar
como uma insinuação para a Viúva Negra.
— Caçando criminosos, por exemplo.
— Justamente por isso marquei este encontro.
— Achei que fosse pela boa companhia. — o arqueiro ironiza
— Mas o que esperar de um convite feito às pressas?
— Realmente. — a vingadora sorve um pouco da bebida
— Mas era um pouco urgente e não pude pensar em códigos
quando te liguei.
— Percebi. Mas afinal, o que é tão importante?
— Suas investigações estão levando a
um perigoso traficante russo daqui. Sua vida está em perigo,
mas imagino que você não vá parar...
— Com certeza. — o Arqueiro cruza os braços,
sem entender o motivo do encontro — Afinal, você marcou
esse jantar só para isso?
— Hoje, enquanto checava alguns de meus informantes em newsgroups,
me deparei com uma mensagem em russo. Este chefão do crime
que você está caçando, Igor Nelova, contratou
alguém para matá-lo.
— Se eu fosse me preocupar com todo mundo que quer me matar...
— Sergei Kravinoff.
— Kraven, o caçador? — o Arqueiro muda rapidamente
sua postura — Bem, acho que eu devo tomar um pouco mais de
cuidado. Mesmo assim, pretendo dar cabo do cartel de Nelova ainda
hoje. Um informante em Star City disse que haveriam vendas hoje
em um galpão do porto.
— Então, eu te acompanho. Você pode precisar
de uma tradutora, ou algo assim.
— Ou apenas de uma boa companhia. — Oliver Queen sorri,
mesmo que por dentro se pergunte se está tomando a decisão
certa.
Posicionados
há quase duas horas, próximos do suposto local de
venda entre traficantes e clientes, Oliver Queen e Natasha Romanov
não trocam palavras, pois qualquer ruído poderia
chamar a atenção dos criminosos. Na verdade, o Arqueiro
também sugeriu o silêncio porque as palavras trocadas
com a Viúva poderiam levar o assunto para outros rumos.
No entanto, Queen acaba se arrependendo da idéia, pois
não há qualquer sinal de traficantes no local.
— Acho que peguei uma pista falsa.
Desgostoso, o caçador guarda suas flechas. De costas para
o arqueiro, a Viúva Negra parece não dar atenção
às suas palavras. A vingadora ainda observa com seu binóculo
o galpão vazio. Mesmo com poucas esperanças de que
alguém apareça, ela tenta achar algum suspeito nas
proximidades.
— Voltar pra casa com as mãos vazias...
Enquanto fala, Oliver Queen aprecia as belas formas da russa,
completamente reveladas pelo justo uniforme de couro. O homem
sorri da ironia — apesar de usar muito menos tecido, o vestido
de Natasha revelava bem pouco, se comparado às suas vestes
de espiã.
— Então, é assim que um arqueiro acerta seus
alvos? — a mulher finalmente se volta para Queen. Quase em
estado hipnótico, o caçador não tem tempo
de disfarçar sua apreciação ao corpo da vigilante
— Mirando sem parar neles?
— Preciso ir embora. — Ollie prefere ignorar a brincadeira
e prepara-se para descer do topo do prédio.
— Espere! Por quê?
— Minha pista deu em um beco sem saída.
— Mas ainda podemos interrogar um dos capangas de Nelova.
— Como eu disse, estou num beco sem saída. Meu último
informante era de Star City. Não há ninguém
para eu ir atrás em Nova York. A não ser que você
queira interrogar o Tucão...
— Você se esqueceu que há alguém, presente
na folha de pagamento de Nelova, que está atrás
de você. Se nos tornarmos alvos fáceis, ele irá
nos atacar com toda certeza.
— Muito bem. Vamos chamar a atenção de Kraven,
o caçador.
Aeroporto
La Guardia, Nova York
— Isso vai pegar mal para mim... — a Viúva Negra
comenta, enquanto desfere um chute no rosto do Arqueiro Verde.
— A idéia foi sua. — caído no chão,
Oliver Queen surpreende a vingadora com uma rasteira.
— Os russos sempre levam a culpa.
Embora não seja um confronto entre dois pesos-pesados da
LJA e dos Vingadores, o confronto entre o Arqueiro Verde e a Viúva
Negra chama a atenção de alguns jornais e emissoras
de TV. Os jornalistas presentes no local não percebem,
mas os dois heróis divertem-se naquela batalha forjada
para atrair a atenção de Kraven. Mais uma hora se
passa e nem sinal do vilão.
— Desista, Viúva Negra! — deitado no chão,
Oliver Queen dispara uma flecha comum na garota, mas erra propositalmente
por poucos milímetros, rasgando parte do uniforme da vingadora
e atingindo um assento de espera — Antes que eu faça
pior que isso!
— Você está sob controle mental, Arqueiro. Acorde!
— a russa salta sobre o vigilante, caindo sobre ele. Natasha
aproxima seus lábios da boca de Queen e sussurra —
Eu quero ver você fazer pior que isto.
— Hã? — o Arqueiro só entende as
palavras da espiã quando ela rasga ainda mais o próprio
uniforme, deixando à mostra boa parte de seus seios firmes
e bem delineados — Diabos, Natasha! Não podemos
fazer isso! Não aqui!
— Nem agora? — a garota beija Oliver Queen, que não
se esforça muito para detê-la. Em meio ao beijo,
ela dispara um de seus ferrões no colega, deixando-o atordoado
— Então vou levá-lo a algum lugar mais... apropriado.
— Natasha... pare de... brincadeira... Krav... — Queen
desmaia.
— Vai ser um saco te carregar até um táxi,
Sr. Arqueiro. Espero que valha a pena.
Acordada
pelos primeiros raios de sol da manhã, Natasha Romanov
observa Oliver Queen vestir o mesmo terno barato da noite anterior.
Os dois dormiram no pequeno quarto que o Arqueiro alugou para
sua estadia em Nova York. O caçador ouve a russa se mexer
na cama e volta-se para ela, tocando seus cabelos ruivos.
— O que você fez foi golpe baixo.
-Você não estava mais inconsciente quando tirou minha
roupa. — completamente nua, Natasha sorri para o herói
— Estávamos perdendo tempo no La Guardia. Eu apenas
apressei as coisas.
— Bem, parece que agora só falta a Gata Negra pra
minha lista. — Queen joga a calcinha, o sutiã e o
uniforme rasgado na cama — Agora, vista-se.
— Não cante vitória ainda, garanhão.
— com suas belas pernas para o ar, a vigilante veste sua
calcinha — Também falta o Pantera Negra.
— E o Arraia Negra. — Queen ri da piada de Natasha.
— O Manto Negro...
Finalmente vestida com seu uniforme, mas sem o cinto e as pulseiras
para disfarçar um pouco sua identidade, Natasha segura
a bolsa de flechas do Arqueiro, enquanto ele abre a porta do quarto.
Assim que os dois saem pelo corredor do hotel, são surpreendidos
por uma armadilha, uma rede devidamente armada por Kraven.
— Vou ter que cobrar mais caro... — o russo prepara-se
para atirar com sua espingarda no Arqueiro — Dois coelhos
com uma rede só.
— Vejo que seu plano saiu melhor que esperávamos,
srta. Romanov. Não só transamos como também
chamamos a atenção de Kraven.
— Feche os olhos, Ollie!
Rapidamente, a Viúva Negra quebra a flecha de magnésio
do Arqueiro Verde, liberando dela um ofuscante flash de luz. Confuso
pela repentina cegueira, Kraven não enxerga Queen lançar
outra de suas setas especiais com as próprias mãos.
Desta vez trata-se de uma flecha-rede, que prende o caçador
russo. Xingando palavrões em sua língua, o homem
só deixa de falar quando Oliver Queen retira os ferrões
de Natasha de sua bolsa e dispara nele três ferroadas. Com
a ponta de uma flecha comum, Natasha corta a rede, libertando
o vigilante e a si mesma.
— Levamos Kraven para o quarto e quando ele acordar começamos
o interrogatório, Natasha.
— Mas precisamos de fazer algo para passar o tempo...
— Deus! Você é doente, Viúva.
Aeroporto
La Guardia. Dia Seguinte.
— Definitivamente, este não foi o começo de
uma grande amizade...
No portão de embarque, Oliver Queen despede-se da vingadora
com um longo abraço. Seu vôo para Star City sairá
em dez minutos e sobra pouco tempo para despedidas mais demoradas.
— Obrigado pela ajuda, Natasha. Graças a você,
desbaratei a quadrilha de Nelova. De quebra, prendi Kraven e tive
uma ótima companhia.
— Nem preciso dizer que há um ditado apropriado para
a noite de anteontem. — a garota aproxima os lábios
do ouvido de Queen — Um dia é da caça e outro
do caçador, camarada.
— É até engraçado que Kraven tenha caído
numa rede. Mas você quis dizer que o ditado serve para ontem,
certo?
A Viúva Negra beija o rosto do Arqueiro Verde e aperta
suas nádegas. Constrangido, o homem apenas arregala os
olhos e sorri em retribuição.
— Quem disse que eu falava de Kraven, sr. Queen?
:: Notas do Autor
Espero que tenham gostado desta "quentíssima"
história do Arqueiro, hyperfans! Como alguns devem ter
notado, essa é uma história que acontece no passado:
Kraven ainda está vivo e Oliver Queen ainda mora em Star
City e não está compromissado com Dinah Lance (ou
estaria?) nesta aventura. Por favor, escrevam sobre esta edição,
e sobre meus outros títulos do mês de aniversário
— Questão, X-Men e Howard o Pato.
Ah, e o Cesar pediu para avisar que no próximo número
sa série regular do Arqueiro Verde as aventuras de Oliver
voltam ao presente e o herói investiga o assassinato cometido
por Homer Sykes nas edições anteriores, uma aventura
com muitas... surpresas...
Abraaaaaaaaaaaço!
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