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Liga da Justiça # 52

Por Robson Costa

Batalha pelo Cubo Cósmico — Parte Final
Prólogo e Epílogo, Alfa e Ômega, Começo e Fim

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Os olhos de Batman vão aos poucos se acostumando, com a diminuição do brilho gerado pelo cubo cósmico. Apesar de ainda não ter a visão clara, ele vai reconhecendo onde está agora. Não está mais na Terra criada pelo desejo do Pensador Louco, mas, sim, no prédio onde ele, a Caçadora e o Anarquia haviam enfrentado o Andróide Assombroso do Pensador. (*) Logo, percebe que está com o corpo imobilizado. Exatamente como no momento anterior do pedido do Triunvirato. Se por um lado ele se sente contente pelo sucesso das missões, (**) por outro lado, ver-se de novo impossibilitado de agir o deixa enfurecido.

Os membros do Triunvirato também parecem tontos com o retorno à nossa realidade, mas, logo que percebem os heróis imobilizados, abrem um sorriso. A tentativa de resgate e reunião do cubo não foi totalmente bem-sucedida.

— Olhe bem, Batman. — fala o Pensador Louco, erguendo o cubo cósmico — Parece que o destino nos sorriu novamente.

— Agora tomaremos mais cuidado para que vocês não nos atrapalhem. — fala Arnim Zola.

— Exatamente. E agora será com 100% de sucesso. — comemora Turo.

Os três vilões põem as suas mãos sobre o cubo e iniciam novamente o pedido que dividiu o artefato:

— O que era uno, torna-se...

— Com licença, — fala uma voz vinda do cubo — mas isto termina agora.

Eléktron surge do interior do artefato e cresce rapidamente, derrubando os vilões e interrompendo o pedido. No mesmo instante, uma das paredes do prédio é arrombada e surge o Capitão Átomo, seguido de uma tropa de Cavalos, que rapidamente cercam o Triunvirato. Em outro ponto do prédio, um brilho indica teletransporte e surgem os membros da Liga da Justiça, liderados pelo Super-Homem. Ao sinal de um dos Cavalos, a porta é aberta e o presidente Lucius Fox entra.

— Parece, Triunvirato, — fala Ray Palmer — que é melhor se render.

Os vilões são presos e levados pelos Cavalos. Batman, Caçadora e Anarquia recuperam os seus movimentos. Eléktron entrega o cubo cósmico a Lucius Fox, que o examina atentamente. Neste momento, Henry Peter Gyrich é trazido até o presidente.

— Senhor, fui forçado a fazer tudo isso. Minha família foi ameaçada.

— Não se preocupe, Gyrich. Já sei de tudo e você não sofrerá punição nenhuma. Agradeça à Liga da Justiça que me entregou várias provas que o inocentaram.

— Obrigado, Liga... — fala o agente, entre dentes, enquanto sai do prédio.

— Então este é o poderoso cubo cósmico. — continua Fox.

— Exatamente, senhor presidente. — fala Super-Homem — Espero que o senhor entenda a atitude que tomamos em não devolver o cubo ao Capitão Átomo. Na época, ele ainda estava instável e colocava em risco a todos. Mas, agora, o devolveremos.

— Muito obrigado, Super-Homem, mas concordo com vocês. Esta pequena peça de cristal é muito perigosa nas mãos de uma pessoa, de uma organização ou mesmo de um país. As relações internacionais passariam por grandes distúrbios e ficariam mais caóticas do que já estão. Destrua o cubo cósmico, Super-Homem. É uma ordem!

— Assim será feito, senhor presidente. Gostaria de me acompanhar nesta missão, Capitão Átomo?

— Seria uma honra, Super-Homem. — responde Nathaniel Adam.

Os dois heróis partem voando e, em questão de instantes, estão além da atmosfera do nosso planeta. Continuam voando mais algum tempo, até ficarem a uma distância segura do sol. Super-Homem, então, joga o cubo cósmico para dentro da estrela. Os dois heróis acompanham o trajeto do cubo até o interior do sol, onde uma explosão destrói completamente o artefato.

Base da Liga da Justiça, lua

Kyle Rayner arruma as cadeiras na sala de reunião, retirando as dos membros que saíram e personalizando as dos novos membros. Neste momento, Donna Troy e Wally West chegam.

— Muito bom trabalho, Kyle! — fala Donna, admirando o desenho feito pelo Lanterna Verde nas cadeiras novas.

— Obrigado, Donna.

— Puxa, — fala Flash — quantas mudanças, hein?!

— É verdade. — fala Kyle — Sabe... sentirei saudades da Fóton e do Aço. Eles foram excelentes colegas de grupo.

— Mas o Henry estará sempre por aqui. — fala Donna — Depois da invasão do Chip, o Batman pediu reforços na nossa segurança. A coisa triste foi que a Mônica saiu do grupo por não concordar com o Batman.

— Às vezes, o morcegão pega pesado demais. — fala Wally.

— Às vezes?! — admira-se Kyle — Não sei como o Dick o aguenta.

— Também não sei. — responde Donna — Mas o legal é que foi o próprio Batman que convidou o Garth para se unir à Liga.

— Pra mim, tem alguma coisa a ver com o Aquaman. — fala o Lanterna Verde — Ele não dá ponto sem nó.

— Mas precisava a Supermoça sair? — pergunta Flash.

— Esta decisão foi entre ela e o Super-Homem. Ela se sentiu deslocada e os dois concordaram que ela precisava de gente da idade dela. Dick gostou da entrada dela nos Titãs. — conta Donna — Sai Tempest, entra a Supermoça.

Wally vê, entre as cadeiras retiradas por Kyle, aquela que era usada pelo Arqueiro Verde. Ele sentirá saudades do mau humor de Oliver Queen, reclamando que o lugar dele era nas ruas e não do outro lado do Universo. Mas como ele mesmo disse: “A missão já havia terminado. Apenas estiquei um pouquinho mais".

O Lanterna Verde aponta o seu anel na direção do depósito e, de lá, traz duas cadeiras já utilizadas: a do Caçador de Marte e a do Eléktron. Os três amigos continuam arrumando a sala de reunião enquanto terminam de colocar a conversa em dia.

— E o que aconteceu à Caçadora e ao Anarquia? — pergunta Kyle, colocando a última cadeira.

— Bom, a Caçadora usou o mesmo discurso do Ollie: “meu negócio são as ruas", etc. — responde o Flash — Quanto ao Anarquia, ele sumiu naquela confusão lá no prédio do Triunvirato. Na verdade, ninguém quis ir atrás dele. Espero que ele coloque a cabeça no lugar.

De repente, o som do teletransportador chega à sala de reunião.

— Parece que os outros estão chegando para a reunião. — fala Donna, assumindo a cadeira com o emblema da Mulher-Maravilha.

Gotham City, meia-noite

Batman está no telhado de um prédio, observando o movimento em um outro prédio abandonado. Oráculo levantou vários indícios de que ali está se tornando o novo ponto da máfia russa. Robin está em outra missão no porto. Terá que agir sozinho.

— Você sabia de tudo, Bruce. Não é verdade?

— Olá, Clark. — responde Batman, sem se voltar para o Super-Homem, que plana sobre sua cabeça — Espero que você entenda se não lhe der muita atenção, mas tenho muito trabalho nesta noite.

Batman anda na direção do prédio para saltar, quando tem que parar bruscamente, quando as rajadas de visão de calor cruzam a sua frente.

— Não, Bruce! Você vai me ouvir!

O vigilante vira-se para o seu colega de equipe, que pousa no telhado.

— Saiba que ainda não o perdoei e nem esqueci de como você me usou contra Ra’s Al Ghul. (***) Diana teve que se esforçar muito para defendê-lo. Mas agora você não envolveu apenas a mim, mas a toda Liga da Justiça. Você manipulou a Liga, o Anarquia, a Caçadora e até mesmo o presidente dos Estados Unidos! Não há limites para você e seus planos? Você havia descoberto sobre o Triunvirato e o cubo. Não podia admitir que algo tão poderoso ficasse nas mãos de uma pessoa ou de um país. Neste ponto, você concordou com o Anarquia. Montou todo aquele teatro para que o cubo chegasse nas mãos da Liga e, assim, impedir o acesso de todos ao artefato. Mas aquele ataque do Exterminador não estava nos seus planos. Por isso, aquela saída misteriosa com o Anarquia e a Caçadora. Como você se sentiu vendo que tudo estaria perdido se não fosse o Ray? No fim, tudo acabou como você queria, com o cubo destruído e o Triunvirato detido. Mas não foi graças a você que tudo deu certo, mas sim a Ray Palmer, que reuniu as pessoas certas para as missões.

— E o que você deseja de mim, Clark? Que eu peça desculpas?

— Não, pois sei que não serão sinceras. Na sua cabeça, os fins justificam os meios, mas isto não é verdade.

— Então, o que você quer?

— Que se afaste da Liga! Não precisa pedir a sua saída, apenas utilize das prerrogativas que sempre exigiu de ser uma espécie de membro reserva, mas sempre disponível. O grupo se renovou e não quero que sua presença nociva provoque novas distensões na equipe. Garth, Donna, Wally e Kyle são um futuro melhor, mais iluminado, pois ainda possuem esperança.

— E se eu não concordar?

— Estamos conversados, Bruce. Só apareça na Base quando for convocado.

Super-Homem parte, deixando um cavaleiro das trevas só com os seus pensamentos.


:: Notas do Autor

Com esta edição, darei uma pausa na minha trajetória no título da Liga da Justiça. O meu primeiro conto para Liga foi publicado em julho de 2004 e, com isso, vão quase sete anos escrevendo sobre o meu grupo de heróis favorito. Levei os justiceiros para o espaço sideral, outras realidades, fundo do mar e Asgard. Personagens como o Grande Mestre, Colecionador, Namor, Dr. Destino, Vandal Savage, Loki, Odin, Darkseid, entre outros, participaram das minhas histórias. Comigo, a Liga da Justiça foi a primeira série a chegar à edição 40 e encerro na edição 52, outro recorde dentro do Hyperfan. Foi muito bom escrever sobre os heróis que mais gosto e, principalmente, dividir isto com todos do site, que muito me auxiliaram com suas dicas e críticas, bem como os leitores do título. Irei dar uma pausa para dar continuidade ao meu arco nos Vingadores e elaborar um arco para a Liga que espero dê o que falar aqui no Hyperfan.
Saudações hyperfanáticas!
Robson Costa


(*) Em Liga da Justiça # 43. voltar ao texto

(**) Em Liga da Justiça # 44. voltar ao texto

(***) Em Batman # 23. voltar ao texto




 
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