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Lanterna Verde # 22

Por Igor Appolinário

A Nova Tropa do Imperador — Parte XII
Redenção & Reparação

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Mogo — entorno de Oa

Sinestro e Hal se recuperam lentamente do clarão que se seguiu ao teleporte de Mogo para Oa. (*) O korugariano soca Jordan no rosto, que fica desorientado. Sinestro tira o anel amarelo e o coloca na palma das mãos.

— Se eu não posso derrotá-lo, Jordan, vou te levar para o inferno comigo!

O anel amarelo começa a brilhar intensamente, sua luz pulsando inconstante, perigosamente alarmante.

— Eu vou explodir você e esse maldito planeta!

— Eu sinto uma perturbação na energia cósmica — diz um dos novos Guardiões, sua atitude e tom de voz levemente acentuando suas características femininas.

— Sim. — diz a criatura que foi Ganthet — Parallax e a energia amarela.

Os Guardiões, junto com Kyle e John, se teleportam para o outro lado de Mogo, surgindo ao lado de Sinestro e Hal. Com um aceno de mão, a criatura-Ganthet prende o korugariano e o terráqueo em cubos energéticos, o anel amarelo longe de alcance em uma bolha esmeralda.

— Você não é bem-vindo aqui, korugariano.

— Seus malditos!! — diz Sinestro, esmurrando as paredes do cubo — Mais uma vez vocês atrapalharam a minha vingança!!!

Hal olha incrédulo para as criaturas-Guardiões e sente algo em seu subconsciente tremer e se esconder em meio aos pensamentos mais profundos.

Oa

Agora um planeta novamente cheio de vegetação e construções esmeraldas, Oa renasce como o centro dos Lanternas Verdes no Universo. Diversos Lanternas Verdes se reúnem em um grande salão circular, preenchendo arquibancadas altas que cercam o local.

Sentados no círculo, em volta do cubo de energia que prende Sinestro, os Guardiões tomam posição de lótus, de olhos fechados, como se meditassem. O silêncio no salão é quebrado pela voz da criatura-Ganthet, que se pronuncia em alto e bom som, ouvido até pelos últimos recrutas nos bancos traseiros.

— Está decidido. Por mais uma vez ter traído a confiança daqueles que querem proteger o Universo, Sinestro de Korugar está sentenciado à prisão perpétua nos subterrâneos de Oa.

— Malditos! Eu vou me livrar dessa! Vocês não conhecem o meu poder! — grita Sinestro, sendo levado em seu cubo por Lanternas para um corredor escuro — Eu me safei da morte! Eu vou matar todos vocês!!!

— O anel qwardiano deve ser devolvido a Guy Gardner para sua guarda e uso, ficando à disposição dos Lanternas Verdes quando necessário.

Guy recebe a bolha esmeralda que contém o anel amarelo com um sorriso em seu rosto.

— Olá, belezinha, bem-vindo de volta.

Gardner sai do centro do círculo e os generais de Parallax são reunidos para julgamento. Menos o jovem skrull Mgun Am'yr, que assiste a tudo das arquibancadas, ao lado de Ferrin Collos.

Hal Jordan flutua dentro de uma bolha verde em uma sala escura. Dois Guardiões tocam a bolha com seus dedos longos em diversos pontos, como se analisassem alguma coisa. Hal geme e se contorce em alguns momentos, como se um desconforto percorresse seu corpo.

De repente, uma onda de energia amarela salta do corpo de Jordan e aterrissa em seu coração. Os dois Guardiões rapidamente tocam a bolha com as palmas de ambas as mãos e se concentram. A energia amarela sai lentamente do corpo de Jordan, como que resistindo às forças combinadas dos seres.

Jordan dá um suspiro, fazendo seu corpo todo tremer. A energia amarela é expulsa e rapidamente retirada da bolha, contida em outra bolha esmeralda menor.

— Parallax. — diz uma das criaturas-Guardião.

— A impureza amarela. Devemos trancá-la novamente na bateria central, impedir que essa falha, esse contraponto à energia esmeralda, infecte novamente um só indivíduo.

— Sim. E que jamais outro renegado seja trancado na bateria central, para impedir o contágio. (**)

— Hal Jordan da Terra.

Jordan se levanta em meio ao círculo do salão de julgamento. Ele parece abatido, como um homem que passou por coisas demais de uma só vez. Ele levanta a cabeça, altivo, mas sem sinais de soberba, aguardando sua sentença.

— Você insistiu em seu erro, e usou o poder dos Lanternas Verdes em benefício próprio. Mesmo estando contaminado pela impureza amarela, seu julgamento, enquanto detentor da energia esmeralda, deveria ser limpo e racional. Porém, seus atenuantes são diversos. E assim você foi julgado: você está expulso da Tropa dos Lanternas Verdes e exilado de Oa até o fim dos tempos.

Hal olha para todos os Guardiões presentes, as pessoas nas arquibancadas e baixa a cabeça, aceitando seu julgamento. A energia esmeralda envolve seu corpo, e, antes de desaparecer no teleporte para a Terra, dá um último sorriso ao ver a Tropa novamente em pé.

— Kyle Rayner e John Stewart da Terra. Vocês lutaram com todo seu poder, coragem, coração e sangue para defender o ideal da Tropa, e por isso somos gratos.

— Kyle, por ser o portador do nosso ideal, no mais terrível dos nossos momentos, concedemos a você nossa mais alta condecoração dos velhos tempos, nunca cedida nos últimos mil anos: receba o título de Íon.

— John Stewart, seu plano salvou a todos. E sua habilidade como Lanterna Verde talvez nunca tenha sido realmente reconhecida. Você será nosso comandante-geral,estrategista de todas as ações diretas da Tropa dos Lanternas Verdes.

John e Kyle se cumprimentam, felizes por terem restaurado a Tropa. Eles são aplaudidos de pé por todos na arquibancada. Stewart olha para Merayn com um sorriso no rosto, feliz com a amada.

Oa fervilha com o movimento dos novos e antigos Lanternas Verdes. Com a Tropa reconstituída, muito tem que ser corrigido na galáxia, a começar com os problemas causados por Parallax. Os 3600 setores voltam à ativa, e novos grupos de Lanternas são treinados para patrulhá-los.

Gardner e Stewart supervisionam os novos recrutas e auxiliam na reabilitação dos que foram corrompidos pela impureza amarela. Eles coordenam também o grande sistema de prisões subterrâneas, onde Sinestro e os generais de Parallax estão contidos.

Os Guardiões se encarregam de reconstituir a natureza de Oa, além de tentar contato com seus pares espalhados pelo Universo.

Memorial ao Lanterna Verde — ruínas de Coast City

— Tudo foi como um sonho ruim, Alan. — diz Hal Jordan, sentado em um banco em frente a sua estátua destruída.

— Mas você não sentirá falta da Tropa? — diz Alan Scott, sentado ao seu lado.

— Eu... não sei. É certamente um alívio não ter mais todo aquele poder e responsabilidade nas minhas costas. Sei que perdi a oportunidade de fazer todo o bem que podia, mas também, desse jeito, não posso mais ferir ninguém.

— Você foi dominado por uma forma de energia alienígena, Hal, não era você ali.

— Sim, era, Alan. Ser um Lanterna Verde é ter a força de vontade para fazer as decisões certas. No final, foi a minha força de vontade que eliminou Parallax de mim. Eu... agi tarde demais.

Uma caminhonete pára em frente ao memorial. Carol Ferris desce e olha para Hal, seus olhos marejados. Alan dá um tapinha nas costas de Jordan e se afasta, indo embora.

— Seja feliz agora, meu filho. Finalmente. — diz Alan Scott, sumindo em um borrão esmeralda.

— Hal...

— Me desculpe. Eu sei que te abandonei de novo. Sei que te decepcionei de novo. Mas eu juro que tudo isso é passado. Eu fui mais forte no final.

— E eu posso confiar em você agora, depois de tudo? Não quero dormir hoje com o homem que eu amo e acordar amanhã com um psicopata genocida interestelar.

— Aceite minhas desculpas de coração, e você verá que eu estou bem, que tudo está bem. Aquele assassino ficou a milhões de quilômetros daqui, no centro do Universo. — diz Jordan, de braços aberto, esperando uma resposta.

Carol pensa por alguns minutos, o vento do oceano fazendo seus cabelos dançar a sua frente. Por fim, ela corre os poucos passos que a separam de Hal e o abraça com força. Jordan a tira do chão, girando e rindo. Eles se beijam apaixonadamente, e caminham de volta para a caminhonete. Antes de entrar, Hal olha para o monumento destruído e seus olhos brilham de um intenso brilho esmeralda por alguns milissegundos. A caminhonete parte, e segundos depois a estátua do Lanterna Verde é reconstruída como por mágica.


Um novo começo...


:: Notas do Autor

(*) Na edição anterior. voltar ao texto

(**) Hal Jordan foi preso na bateria central na saga "Crepúsculo Esmeralda", publicada no Brasil pela Editora Abril. voltar ao texto




 
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