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Quarteto Fantástico # 13

Por Conrad Pichler

Smallville — Parte I
Somebody Save Me!

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Reed Richards vê a si mesmo lutando contra um ser mascarado que lhe parece assustador. Ele tem uma armadura que mistura o medieval e a tecnologia hi-tech. Nas mãos dessa figura sombria, uma peça de metal octagonal brilha com intensidade. Quando acoplada à armadura, um forte brilho parece tomar conta de todo o ambiente. Antes de desaparecer naquele clarão, ele pode ver sua esposa e seu cunhado Johnny serem protegidos por uma montanha de pedra humanizada, que estranhamente tem a voz de seu velho amigo Benjamin Grimm. E tudo é ofuscado pela luz branca.

Reed acorda desse sono agitado. Está na poltrona de sua casa, nos subúrbios de Smallville (*). Cochilou com um livro de Júlio Verne nos braços, enquanto ouvia o programa de ciências no rádio. Mas, agora, ouve as músicas do fim de tarde... e também a campainha:

— Ai-ai! Eu dormi a tarde toda! Se eu conto esse sonho para Sue, ela queima meus livros... ou pior, me interna! — resmunga Richards, antes de abrir a porta.

— Olá, sr. Richards... — diz uma mocinha loira, junto de um rapaz alto e forte.

— Eu conheço você... é Chloe, não é? E...

— Clark, eu sou Clark Kent. Viemos saber do Johnny, não foi à escola hoje... ele está doente?

— É... ele anda meio distante... e não foi à escola... — diz a garota — O senhor está bem? — nisso, Reed leva a mão à cabeça.

— Eu estou confuso... argh! Onde eu estou... Smallville?... mas... — ele desmaia, caindo no chão.

Sr. Richards!!! — o jovem o agarra, enquanto pensa como ele sabe seu verdadeiro nome — Chloe, chama a doutora Susan.

Aproveitando a distração de Chloe, com seu olhar de raios-x, Clark vê os ossos do seu pacato professor de ciências, como que envoltos em uma nuvem de pequenas estrelas.

"Por sorte não é kryptonita." — pensa o jovem — "Será que ele foi afetado pela chuva de meteoros de Krypton?"

Na manhã seguinte. Um helicóptero pousa na mansão Luthor.

— Sr. Grimm, pode tirar o resto do dia de folga, como pediu. Se eu precisar, você será contatado. — diz Lionel, enquanto Lex Luthor abre a porta.

— Pai, não esperava sua visita... — fala o jovem, ao ver seu pai acompanhado de um homem bem vestido, que esconde seu rosto nas sombras.

— Filho... conheça o dr. Victor Von Doom, pesquisador europeu, PhD em física quântica e especialista em hermenêutica... quando lhe falei da caverna, ele insistiu em vê-la!

— Mas as cavernas estão sobre a tutela dos povos nativos e do Estado...

— Lex, precisamos de uma chave para interpretar aquelas inscrições. Essa chave é o dr. Doom.

Naquela mesma hora:

Clark e Chloe caminham para a casa do rapaz, atravessando os campos de trigo. Quando, inesperadamente, uma explosão enche de chamas e luz os céus do pacato Kansas.

— Meu Deus, Clark! — grita a moça.

— Corre pra minha casa, ligue pra emergência!

O jovem põe sua amiga rumo a sua casa, enquanto desaparece, através dos fartos campos cultivados. Correndo em supervelocidade para o centro da explosão, vê Johnny Storm pairando no ar, brilhando como um sol, enquanto tudo a sua volta queima.

Johnny! Controle-se! — mas a voz do fazendeiro é abafada pelas rajadas de calor. Suas roupas começam a queimar.

No entanto, depois de inflar, a bola de fogo implode e suga todo o calor a sua volta. Como um sol que morre, o rapaz despenca e é amparado por Clark. Somente neste momento, Kent vê o raio de destruição, uns 200 metros, totalmente calcinados.

Vinte minutos depois, no hospital da cidade.

Martha e Jonathan Kent encontram seu filho:

Oh! Clark! — diz a mãe, abraçando-o.

Filho! O campo dos Niewinskis está totalmente destruído... achamos que você...

— Não, pai, era Johnny... ele... ele...

A dra. Susan Storm Richards entra:

— Johnny está bem, Clark. — diz, abraçando o jovem Kent, agradecida.

— Ele vai ficar bem, Susan... — diz a mãe do "herói do dia".

— Minha família está nesse hospital e não posso dizer o que aconteceu a eles... não tenho resposta, Martha! — desabafa a doutora.

— Às vezes temos que acreditar na força dos nossos entes queridos e ter fé que o melhor acontecerá. — enquanto diz isso, a sra. Kent procura o olhar de seu filho.

— É issaí, Susie... e você ainda tem o "olhos azuis" aqui pra cuidar de ti... — todos se viram pra ver aquele homem que tem o físico de um jogador de futebol e usa jaqueta de aviador.

— Benny! — Storm abraça com força o velho amigo — Você veio...?!

— O Luthor me dispensou. Quando soube do teu maninho e do maridão, vim pra te ver...

— Luthor? — pergunta Clark.

— Sim, eu o sou piloto daquele muquirana... — diz Grimm, por entre dentes — Agora, vou te levar pra tomar um chá, benzinho. Depois, me leva pra ver os meus amigos.

Quando os dois saem, Clark fica com os pensamentos suspensos. Como se seus olhos se apagassem do brilho habitual.

— Clark! Filho!? Você está bem?! Filho!? — Jonathan sacode o filho, sem sucesso.

— Oh! Clark! Vou chamar um médico... a Susan...

— Mãe... não, eu estou aqui... bem. — diz, finalmente, o jovem Kent.

— O que houve? — pergunta Martha.

— Jor-El falou comigo... dentro de minha cabeça...

— E o que disse?

— Ele quer que eu vá para as cavernas...

— Filho, ele vai querer te tirar tudo que demos a você... tudo que é meu ou de sua mãe...

— Ele quer me transformar em tudo aquilo que luto contra. — Clark olha nos olhos de seu pai.

— Talvez essa seja a escolha de seu pai biológico, filho. — o pai abraça o filho — Mas a palavra final é, e sempre será, sua.

— Obrigado, pai. — na velocidade do pensamento, o jovem sai correndo, rumo as cavernas.

Nesse mesmo momento: Nas cavernas, arredores de Smallville.

— É isso! — diz Lionel.

— Nenhum especialista em linguagem nativa pôde traduzir... — diz Lex.

— Aqui, dr. Doom, é onde deveria entrar aquela "chave octogonal" que lhe falei.

— Falou da chave pra ele?! — Lex repreende seu pai.

— Falei, Lex. Precisamos de alguém com força de vontade suficiente para desvendar essas inscrições e não desistir no meio do caminho... preciso de ambição, filho. — os dois se olham furiosamente.

— Senhores Luthor... — Victor chama a atenção com sua voz grave.

— Sim, doutor...

— Preciso que vocês se retirem.

— Como? Mas, eu estou aqui para ver a evolução da pesquisa... quero ver os resultados e...

— Eu não posso suportar as suas discussões enquanto penso... preciso que saiam!

— Mas... fui eu quem te trouxe para a América, Doom, não se esqueça que... — enquanto Lionel, incrédulo, resiste, Lex sai com um sorriso nos lábios.

— Creio que o senhor não entendeu: saia! — brada o doutor.

Lionel sai pisando duro. Doom tira de sua valise uma máscara com eletrodos e uma luva, de alta tecnologia. Ajusta o tamanho dos sensores da manopla para o da "chave octogonal", que ele tira do bolso. Depois a pressiona contra a fenda. Logo, a caverna muda, parece uma sala de projeção holográfica. A máscara registra todos os detalhes. Exponencialmente, um ruído cresce, a vibração invade o corpo do doutor, até que uma palavra lhe arrebenta os ouvidos e ele tem de berrá-la:

Kal-El!!!


Próxima edição: O que o Quarteto Fantástico está fazendo na realidade alternativa apresentada no seriado Smallville? Eles são a mesma família que amamos e conhecemos? E o que o Dr. Doom pode fazer com o poder de Krypton?


:: Notas do Autor

(*) Sim, essa é mesma Smallville do seriado de TV, mas não me pergunte como e por que... isso acabaria com a surpresa da próxima edição. voltar ao texto

Trilha Sonora:

1. "Save Me" (Remy Zero) — tema de abertura do seriado Smallville, exibido pelos canais Warner e SBT;

2. "First We Take Manhattan" (Joe Cocker) — álbum "No Ordinary World";

3. "My Father's Son" (Joe Cocker) — também de "No Ordinary World";

4. "Fly Me To The Moon" (Frank Sinatra) — quem assistiu "Cowboys do Espaço", sabe por que ela está nessa lista.




 
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