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Vingadores # 44

Por Robson Costa

Quando um Estranho nos Chama

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Dr. Estranho senta em uma poltrona e faz um pequeno gesto. O Globo de Agamotto sai do recipiente e flutua até aproximar-se do seu dono. Stephen Strange, então, se concentra e o interior do globo, antes cristalino, torna-se opaco e depois surge uma névoa. A névoa logo desaparece e aparece a imagem de Kent Nelson, o Senhor Destino.

— Nunca senti Nabu tão irado com alguém como ele ficou com Loki. — comenta Nelson, retirando o elmo — Isto me extenuou.

— Com os fracassos do seu plano e do Vingador Fantasma, teremos que adotar uma nova estratégia.

— Conseguiu descobrir onde Agatha Harkness e a Feiticeira Escarlate estão agora?

— Não, o Globo de Agamotto não está conseguindo encontrá-las. Devem estar utilizando um encantamento de dispersão e de teletransporte muito poderoso.

— Com certeza. Consultarei os livros aqui na minha torre em Salém e nos encontraremos novamente em Stonehenge.

— Certo. Enviarei agora as mensagens para que os outros nos encontrem lá.

Dr. Estranho faz mais um gesto e o globo retorna ao seu recipiente. Ele recita um encantamento que faz com que o Olho de Agamotto dispare um raio. Este raio se divide em quatro e cada uma das partes parte em uma direção. Neste momento, Wong entra no escritório.

— Desculpe, mestre. Mas o senhor tem uma visita.

— Quem é?

— Ele pediu para não ser anunciado, mestre.

Dr. Estranho sai do escritório, acompanhado do seu servo e amigo. Ao descer as escadas do seu santuário, ele vê o visitante e o reconhece:

— Constantine!

— Olá, Stephen. Quanto tempo, não? — cumprimenta o mago inglês.

Loki olha para os lados e se vê cercado pelos Vingadores, Hércules e Balder.

— Thor, meu querido meio-irmão, — ele fala — presumo que chegaste a uma conclusão errônea da minha presença aqui em Midgard e os acontecimentos decorridos nesta praça.

Balder saca da sua espada e encosta a lâmina no pescoço do deus da mentira.

— Já estamos vacinados das suas maquinações e mentiras, Loki. Por que levaste estas pessoas a professarem uma adoração por teu irmão e, ao mesmo tempo, causar uma fúria sem precedentes em Hércules e todos os presentes?

— Balder, eu confesso que fiz uma pequena pilhéria com o filho de Zeus. Tu sabes como é minha natureza...

— Pilhéria, vilão?! — fala Hércules — Poderia ter causado a morte do valoroso Capitão América, quando o lancei com toda minha força. Não via nada. Apenas o vermelho da minha ira. E, com certeza, agora sentirás o peso da minha mão e da minha maça!

— Por favor, honrado Hércules. Não fiz por mal, foi apenas uma pequena peça.

— Digamos que foi apenas uma peça, irmão. — fala Thor — E quanto à nomeada "Igreja de Thor"? O que pretendias com aquilo?

— Desta vez, sou inocente desta acusação, Thor. E juro por nosso pai, o onipotente Odin.

— Inocente?! — fala o Gavião Arqueiro — Conta outra! — Loki lança um olhar de desprezo na direção de Clint Barton, que se arrepende de ter se intrometido na conversa entre os deuses.

— Sim, inocente. Foi um outro ser de grande poder o responsável pela criação da "Igreja de Thor". Não sei qual era o intuito de tal estratagema. Não pude descobrir, pois ele fugiu antes que pudesse fazê-lo esclarecer o assunto.

— Muito bem, Loki. — fala Thor — Quem é o responsável por tudo isto?

— Foi o... — de repente, Loki se engasga. A cada nova tentativa de falar o nome do Senhor Destino, ele tosse e se engasga. O seu corpo começa a tremer, parecendo que o deus da mentira perdeu o controle de si mesmo. Ele vai ao chão e começa a ter convulsões. Thor e Hércules rapidamente o seguram. Balder saca uma corda e amarra o filho adotivo de Odin. Thor coloca o cabo de um punhal na boca do irmão para que ele não se sufoque.

— O que significa tudo isto? — pergunta Hércules — Loki ainda merece levar uma punição por tudo o que causou, mas não há honra em atacar um inimigo doente.

— Estranho. — comenta Thor — Que eu saiba Loki nunca teve tais ataques antes.

— E agora, Thor? — pergunta o Homem de Ferro.

— Não vos preocupeis, Vingadores. — fala Balder — Partirei agora com Loki para Asgard e lá encontraremos a cura do mal que o acometeu. — o deus assobia e o seu cavalo surge. Ele monta e Hércules coloca Loki atravessado no cavalo.

— Então, Balder, — fala Thor — novamente agradeço a ti pela inestimável ajuda que deste ao auxiliar meus colegas Vingadores a me livrarem do maligno encanto de Loki. E o mínimo que posso oferecer-te é o caminho de volta para Asgard.

Thor gira o seu martelo e uma passagem dimensional se abre. A ponte Bifrost surge. Balder despede-se de todos e cavalga na direção da passagem. No momento em que Balder o atravessa, o portal dimensional desaparece.

— Bem, companheiros Vingadores, — fala Hércules — também aqui me despeço. Partirei em busca de novas aventuras em Midgard.

— Ou será de um novo bar? — brinca Clint Barton.

Todos riem, desanuviando um pouco o clima. Enquanto Hércules vai embora, o holograma do Visão surge.

— Homem de Ferro, o Tocha Humana já foi levado para a mansão e já está recebendo os primeiros reparos.

— Ótimo, logo retornaremos para a mansão. Peça para Jarvis preparar tudo para o jantar.

Visão desaparece. Tony Stark vê o Capitão América olhar para o redor e aproxima-se dele.

— O que foi, Steve?

— Aquela multidão sumiu, desapareceu. Como se nunca tivessem estado aqui. Como se fosse mágica.

— E o que quer dizer com isso?

— Nada, apenas uma constatação, Tony. Apenas uma constatação.

Na Mansão dos Vingadores, Visão surge diante de Jarvis e passa o pedido do Homem de Ferro.

— Certo, mestre Visão. Logo o jantar estará pronto.

— Irei falar com Wanda, enquanto os outros não chegam.

— Desculpe-me, mestre Visão, mas isso seria uma grande perda de tempo.

— Por que, Jarvis?

— A senhora Wanda e a senhora Harkness não estão mais na mansão. Simplesmente sumiram.

— O que deseja, Constantine? — fala o Dr. Estranho, em um tom de voz educado porém frio.

— Senhor, — fala Wong, ao ver Constantine acendendo um cigarro — o mestre não gosta que fumem em sua residência.

John olha para Wong e dá de ombros, soltando uma baforada de fumaça. Stephen Strange faz um gesto e o cigarro se apaga.

— Agora podemos conversar, Constantine. O que você deseja?

— Ora, ora, Stephen, você sabe muito bem o motivo da minha visita.

— O Conselho Místico já está cuidando de tudo. Não é preciso que você se preocupe com isso.

— Não me preocupar?! Por favor, vocês estão fazendo tudo errado. É só o que se comenta no Bar Oblívio. Dos fracassos do Conselho Místico.

— Agradeço a sua preocupação, Constantine. Mas tenha certeza: temos tudo sob controle.

John Constantine olha em silêncio para o mago supremo, mas Stephen Strange permanece inabalável com aquele olhar.

— Está certo. Se o mago supremo está garantindo...

— Está tudo sob controle, Constantine. Agora se você me dá licença, tenho outros assuntos para resolver.

— Mas é claro, claro. Então, até uma próxima, Stephen. Quando vier a Londres, me procure, para tomarmos uma em algum pub.

— Farei isso. Agora Wong o acompanhará até a porta.

Depois que sai do santuário do Dr. Estranho, John Constantine acende um cigarro e olha para cima. Ele vê um vulto sair pela grande clarabóia do teto.

— Você está mentindo, Stephen. Vocês não têm nada sob controle. Pelo jeito, eu vou ter que meter a mão nesta merda que o Conselho Místico está aprontando.

Constantine então caminha na direção do Central Park.

Deserto do Mojave

Agatha Harkness termina de desenhar na areia do deserto um pentagrama e pede para que Wanda Maximoff fique no centro dele.

— Você está certa disso, senhora Harkness? — pergunta a mutante.

— Não confia em mim, querida? Quando você e seus amigos enfrentaram a própria deusa Hela aqui neste mesmo lugar, você seguiu as minhas instruções naquela noite, sem pestanejar. E, com isso, vocês conseguiram a vitória, não? (*)

— A senhora está certa. Desculpe-me, mas absorver toda aquela magia...

— Agora você está mais treinada. Sentirá menos dor. Seu corpo já está acostumado com esta energia arcana.

As duas mulheres começam a recitar encantamentos antigos, ao mesmo tempo que a Feiticeira Escarlate deixa que seu poder mutante flua livremente pelo seu corpo. O poço fechado por Wanda durante a luta contra Hela ressurge e a energia presente nele vai na direção da mutante, que a absorve. O ritual dura mais alguns minutos, até que o poço desaparece novamente nas areias do deserto. Wanda senta na areia, totalmente esgotada.

— Ótimo, Wanda. A primeira parte do plano transcorreu perfeitamente bem. Mas levante-se, temos que partir logo, antes que os meus inimigos nos descubram.

Wanda tenta argumentar com sua tutora, mas ela logo a ajuda a se por de pé e abre um novo portal dimensional.

— Para onde vamos agora, senhora Harkness?

— Digamos que vamos para casa, querida. Para casa.

Mansão dos Vingadores

— Companheiro Jim Hammond, quero que me perdoes pelos danos que te causei quando estive dominado por aqueles amaldiçoados feromônios. — fala Thor.

— Tudo bem, Thor... — fala o Tocha Humana — Não foi tão grave assim. Digamos que só precisei de um CTRL+ALT+DEL.

Os Vingadores riem da piada do colega. Jarvis aparece na sala, informando que o jantar está na mesa.

— Homem de Ferro, você não fará nada a respeito da Wanda e da senhora Harkness? — pergunta o Visão.

— Visão, que eu saiba, todos aqui são livres para cuidarem de seus assuntos particulares. Talvez a senhora Harkness não goste de remédios modernos e prefira os seus chazinhos e outras simpatias que conheça. E Wanda deve ter ido acompanhá-la, preocupada com o ferimento. Só isso. Não se preocupe.

— Espero que esteja certo, Homem de Ferro.

A campainha soa, chamando a atenção dos heróis. Jarvis vai verificar quem é o visitante. Depois de algum tempo, ele retorna.

— Desculpe, senhores, em atrapalhá-los na hora da sua refeição, mas há um senhor na sala de visitas que diz que precisa falar com os Vingadores com urgência. E ele foi bastante enfático.

— Bom, então vamos ver o que ele quer. — fala Tony Stark — Você me acompanha, Capitão?

— Claro.

— Eu gostaria de participar desta reunião também. — fala Thor.

— Pode vir, Thor.

Os três heróis deixam a sala de jantar e vão até a sala de visitas. Chegando lá, eles vêem um homem loiro, vestindo um sobretudo, um tanto quanto surrado, fumando um cigarro. O visitante admira uma das várias pinturas espalhadas pelas paredes da sala e não vê os heróis chegarem.

— Desculpe, senhor, — fala o Homem de Ferro — mas não se pode fumar aqui na Mansão dos Vingadores. Jarvis não deve ter lhe informado sobre isso. Poderia apagá-lo e...

— O seu mordomo disse a mesma coisa e não o atendi. — fala o visitante, em um sotaque britânico.

— Muito bem. — fala o Capitão América — Apesar da falta de educação, o senhor poderia nos dizer pelo menos seu nome e o motivo de ter nos procurado?

— Ah, claro. Meu nome: John Constantine. O motivo da minha visita: o fim do mundo.


Na próxima edição: Agatha Harkness e Wanda Maximoff continuam a sua peregrinação por lugares com poderes místicos e chegam a um lugar muito conhecido pela mutante. Os Vingadores tomam conhecimento do Conselho Místico.


:: Notas do Autor

(*) Em Vingadores # 32 e # 33. voltar ao texto




 
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