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Mulher-Hulk # 15

Por Josa Jr.

[— Tem alguém aí?]

A porta está fechada, e o jovem na frente do camarim de Jennifer Walters se pergunta se um dia ela será aberta de novo. Ele também se pergunta se tomou a decisão correta em ir até lá, depois de tantos atrasos e furos. A resposta vem, então.

— Aí está você, seu idiota tratante!

Não que Josa tenha gostado, mas a resposta vem na forma de punho verde que atravessa a porta e esgana seu pescoço, deixando-o sem palavras.

[— Dei... eu... fal...]

— Não acredito que você me abandonou. Me deixou meses sem sair no Hyperfan! Foi preciso o Dell finalmente me colocar numa edição dos Vingadores para eu aparecer!

[— Voc... Jen...]

Com as mãos, o escritor tenta gesticular para Jennifer entendê-lo. Com o indicador, ele aponta para a Mulher-Hulk e depois para si mesmo. Intrigada, a vingadora solta o pescoço do infeliz.

— Você está tentando dizer que...

[— Agora você é a única mulher da minha vida. Ui.]

— Ooooooohhh... — a face furiosa da gigante esmeralda dá lugar a um sorriso — Que lindo, Josa!

[— Pois é, eu ensaiei muito pra... Ack! Jen... po... fav...]

— Mas se atrasar de novo, eu aperto mais forte.


O Retorno do Cachovinho Bobo
Parte Final

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Voulez-vous coucher avec moi?

— Jennifer, esta é a décima vez que você diz isso desde que saímos de Nova York.

— Ah, mas você entendeu, né Wyatt?

— Na verdade, eu não entendo nada de francês...

— Droga!

A empolgação de Jennifer com a língua francesa se deve ao fato de ela estar no meio de uma viagem até Paris. Mas não se trata de uma viagem romântica ou algo do gênero, mas sim da busca por um herói desaparecido.

Eu te entendo, Mulher-Hulk!

— Cala a boca, Gladiador.

A Mulher-Hulk, Wyatt Wingfoot e Cecília Reyes acompanham Besouro Azul e Gladiador Dourado em sua missão de encontrar G'Nort, o cãozinho Lanterna Verde. As investigações levaram os heróis até a capital francesa e, a algumas horas eles atravessam o Oceano Atlântico.

— Parece que estamos viajando há meses! — reclama a doutora Reyes.

— Reclama com o Josa! — Jennifer responde à médica — Essa nave não pode andar mais rápido, Besouro?

— Já estamos sobrevoando Paris, Mulher-Hulk. Só mais alguns minutos agora...

Besouro Azul aciona o comunicador da LJA e, na tela, a imagem do Lanterna Verde aparece, acompanhado do Super-Homem. O maior herói da Terra coloca-se à frente da câmera e fala.

— Chamei o Lanterna, pois seu anel é bem mais preciso que nossas máquinas.

— Sei... — Jennifer desconversa, com um certo tom de sarcasmo.

[— Se você comentar que esta edição tem a participação especial de personagens de todos os meus títulos, você vai virar uma mera coadjuvante, Jen.]

— Não falei nada, Josinha.

O Lanterna Verde fecha os olhos e seu anel começa a emitir uma luz esverdeada. Depois de alguns segundos, ele volta-se para o monitor e avisa.

— Existem focos de energia em dois lugares. Um andando cinco quilômetros a 60 graus de vocês, e outro a um quilômetro aproximadamente do primeiro foco, seguindo o norte.

— Obrigado, Lanterna. — Gladiador Dourado agradece, enquanto o Besouro calcula as coordenadas fornecidas.

— Boa sorte. — Super-Homem se despede — Avisem-nos se precisarem de ajuda.

— Bem, pessoal. Terminei os cálculos e os dois lugares dão no bairro de Mortmatre.

— Sugiro nos dividirmos em dois grupos. — Gladiador interrompe — Eu e a Mulher-Hulk em um grupo e os outros no time B.

— Nada disso! — Wyatt levanta-se de seu assento, já cansado das insinuações e cantadas do herói — Num grupo, eu e Jennifer. No outro, Besouro, Gladiador e Cecília.

Desta vez, é a Doutora Reyes quem se levanta.

— Ei! Porque eu tenho que ficar com eles? Eu sou coadjuvante da Mulher-Hulk, não da Justiça Jovem.

— Você não vai com a gente porque é reclamona. — Jen responde — Além disso, esta é a cidade mais romântica do mundo e é melhor estarmos a sós.

— Hmpft. Eu não queria segurar vela mesmo... — resmunga Cecília.

— Então vamos logo!

Logo depois, a nave pousa perto da antiga embaixada da LJI, o único lugar em Paris que possui um "besouroporto". Em seguida, Azul, Dourado e Cecília se dirigem ao primeiro foco encontrado por Kyle Rayner, enquanto a Mulher-Hulk e Wyatt Wingfoot seguem para o segundo ponto detectado.

— Ai, isso é tão romântico, Wyatt. — Jennifer sorri, enquanto observa cada construção do local.

— É, mas nós temos outras prioridades aqui. E então? Encontrou o prédio?

A Mulher-Hulk observa um antigo edifício do Montmartre, aparentemente abandonado. Ela arrebenta a porta, que estava trancada, e entra na construção.

— Esse tem mais cara de esconderijo de vilão. Caindo aos pedaços, mas com as portas trancadas.

— ...e uma entrada para cães! — fala Wyatt, apontando para a portinhola existente na agora arrebentada porta.

— Hmmm. Então vou tentar algo. — Jennifer coloca dois dedos na boca e assobia. Depois, começa a gritar — Aqui, G'nort! Aqui! Vem com a mamãe!

Por alguns segundos, Wyatt pensa que a namorada enlouqueceu. Porém, logo muda de idéia assim que um cão responde os gritos com um latido.

— Vem lá de cima, Jen!

— Fica aqui embaixo, Wyatt. Pode ter alguma armadilha e não quero que você se machuque.

— OK... — rapidamente, a vingadora esmeralda sobe as escadas, deixando Wingfoot para trás — ...quem nasceu para Shondra Kinsolving nunca chega a Lois Lane.

Seguindo os latidos e o choro canino, Jennifer Walters chega à outra porta trancada. Mais uma vez, ela destrói a maçaneta e entra no quarto. No fundo do cômodo, ela vê o pobre G'nort, acorrentado por uma coleira de energia esmeralda.

— Finalmente encontrei você!

— Hã? É você, Fogo? Como você... cresceu!

— Não, sou a Mulher-Hulk. Estou ajudando o Besouro e o Gladiador a encontrar você!

— E eles conseguiram?

— Me pergunto por que o Josa trouxe esse cara de volta...

— Você pode soltar minha coleira?

— Cadê seu anel de Lanterna?

— Está ali no canto, mas eu não consigo me soltar... — G'nort tenta caminhar até onde a coleira permite. Assim, Mulher-Hulk percebe que o pobre cãozinho alienígena também tem as limitações de qualquer canino da Terra. Logo Jennifer pensa numa forma de libertar G'nort.

— Deixa eu tentar.

Ela toma e aperta delicadamente o anel do ex-Lanterna com a mão, enquanto imagina a coleira se abrindo. Por alguns segundos, ela parece lutar contra outra força de vontade, mas a corrente finalmente é aberta.

— Pronto! Agora vamos!

— Iupi! Você é supimpa, Moça-Hulk!

— Acho que, a essa altura você já percebeu quem está por trás disso, Jen. — os dois heróis descem a escadaria e encontram Wyatt com um uniforme negro na mão.

— Não... quem?

— Você salva o cara e não pergunta quem o prendeu? — Wyatt ergue o uniforme, revelando a identidade do sequestrador de G'Nort. — Reconhece isso?

— Hã... não.

— Eu também não. G'Nort, quem prendeu você aqui?

— Ah, um doido chamado Mão Negra. Não sei como, meu anel voltou a funcionar e ele conseguiu roubar meu poder! É horrível... cain, cain...

— Wyatt, tenho a impressão de que os outros estão com problemas.

Aprisionados numa jaula criada por energia esmeralda, Cecília Reyes e Besouro Azul nada podem fazer contra Mão Negra. Gladiador Dourado está desmaiado. Ao contrário dos dois, o vilão teve de usar um cano para detê-lo, pois seu traje amarelo poderia conter os efeitos dos poderes do Lanterna Verde. Um capanga aproxima-se do vilão, assim que Mão Negra o convoca.

— Quero agradecer por sua colaboração, Alvin. Um homem prevenido vale por dois. Fiz bem em colocá-lo de espião como vigia no Warrior's. A vida é como uma caixa de bombons. Esperava me vingar de Gardner, mas terminei conseguindo o poder de G'nort.

De repente, a parede do segundo esconderijo de Mão Negra é destruída. No meio dos escombros, o criminoso vê a Mulher-Hulk, Wyatt e G'nort.

— Agora que já explicou seu plano, é hora de ser derrotado!

Não conte com os ovos dentro da galinha, verdinha. — Mão Negra dispara uma poderosa rajada de energia nos heróis. Instintivamente, Jennifer coloca-se na frente dos amigos. Ela recebe a maior parte do ataque, mas ainda mantém-se em pé — Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura!

— G'nort! Faça alguma coisa!

— É pra já, Amiga-Hulk!

O cãozinho contra-ataca, disparando um raio de mesmo poder contra o vilão. Porém, Mão Negra tem a habilidade de roubar a energia dos Lanternas, algo que usou para manter G'nort preso por tanto tempo. Assim que sente a força de seu anel diminuir, o ingênuo g'newteano tem sua força de vontade abalada, e suas defesas começam a cair.

— Ele é mais forte, pessoal! Salve-se quem puder!

— Não, G'nort! — Jennifer segura a mão direita do canino — Ele está manipulando você como manipula a energia do anel. Puxa, que bela analogia!

Com a força de vontade da Mulher-Hulk unida à de G'nort, a guerra entre os detentores do poder esmeralda volta a ficar equilibrada. Os outros heróis mal podem ver o que acontece, tamanha é a luz liberada no confronto.

"Que saco! Bem que a energia do Mão poderia acabar agora, mas duvido que isso aconteça." — pensa Jennifer — "Eu podia desconcentrá-lo mostrando os peitos e... Nah! Eu não sou personagem de mangá!"

Os capangas de Mão Negra finalmente aparecem, atirando nos heróis. Com parte da atenção de G'nort voltada para deter as balas e os criminosos, Jennifer volta à desvantagem.

Vim, vi, venci! Ao vencedor, as batatas! Vaso ruim não quebra!

— Então vamos ver se não quebra mesmo!

Até então, ninguém havia dado muita atenção a Wyatt Wingfoot, com exceção da Mulher-Hulk, evidentemente. Com Mão Negra concentrado na batalha e a visão de seus capangas completamente ofuscada pelas luzes, ninguém repara quando o indígena carrega o corpo desacordado do Gladiador Dourado. Em seguida, Wingfoot o lança contra a rajada liberada por Mão Negra.

— Espero que esse anel seja do modelo antigo...

Jennifer observa atenta a trajetória do corpo. Felizmente, o anel de G'nort ainda tem a vulnerabilidade ao amarelo e, conseqüentemente, os poderes de Mão Negra também. Os poucos instantes em que os disparos são barrados são o suficiente para a Mulher-Hulk saltar para perto do vilão.

— Aprenda uma coisa, Mão. — com um simples peteleco, Jennifer nocauteia o criminoso — Não cante vitória antes do tempo.

Mais tarde, os heróis reunem-se na porta do esconderijo de Mão Negra, enquanto observam os policiais prenderem o vilão e sua gangue. Um comissário de polícia de Paris aproxima-se de Jennifer, sorrindo.

— < Obrigado pela ajuda de vocês, Mulher-Hulk. Este homem estava dominando o crime em Paris, e roubando todas as obras de arte do Louvre. Seria bom ter heróis por aqui de vez em quando. > (*)

— < Ora, de nada. Agradeça aos outros também. >

— < Não posso. Só você sabe falar francês. >

— < Pois é, e eu nem sabia disso. Mas agora o Josa acabou de me colocar algumas memórias em que tenho aula de francês na faculdade. Que sorte! >

— Dona-Hulk! — G'nort acena para Jennifer — Posso ficar na sua casa por enquanto? Não sei onde a Tropa se reune agora!

— Por que não fica com Gladiador e Besouro? — Cecília Reyes percebe que a presença do cãozinho pode tornar sua vida ainda mais difícil — Foram eles que resolveram resgatá-lo.

— Hã... temos que perguntar para a Justiça Jovem antes... — Gladiador desconversa.

— Já estou sentindo o gancho pra próxima edição, Wyatt.

— E qual é, Jen?

— Ora, em que título G'nort será coadjuvante? Lanterna Verde, Justiça Jovem ou Mulher-Hulk?


A seguir: O Fabuloso Destino de G'nort G'noggs :: Notas do Autor

(*) Traduzido do Francês voltar ao texto

Quem é G'Nort? Por favor, você nunca ouviu falar em um dos maiores Lanternas Verdes de todos os tempos (perdendo apenas para Hal Jordan e Guy Gardner)? Para saber mais sobre G'Nort e ler sua fantástica origem secreta, procure em algum sebo Super-Homem #70 (primeira série/Editora Abril) e edições antigas da Liga da Justiça Internacional (também da Abril). Criado por Giffen e DeMatteis, G'Nort era um cãozinho pouco brilhante que conseguiu uma vaga na Tropa dos Lanternas graças ao QI (Quem Indica) — seu tio era um renomado Lanterna e arrumou uma vaga para ele na polícia intergalática, fazendo G'Nort colaborar (?) com os heróis da Terra várias vezes.




 
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