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Por
Dell Freire
Ouro
Negro
Enquanto os tripulantes
sobreviventes mantêm posição de respeito aos
companheiros mortos, alguns fotógrafos explodem seus flashs
em direção ao túmulo de Hector Hayala, capitão
do navio petroleiro Mysteries. A mãe, uma latino-americana
gorducha e com os olhos cheios de lágrimas, joga um buquê
de flores por cima do caixão do seu filho mais novo. Ela
o observa cair enquanto outro de seus filhos a consola, apertando-a
firme. Ambos escutam as palavras de um pastor calculadamente caloroso,
que despeja frases construídas em muitos anos de profissão.
Vê como vocês estão fodidos, Capitão?
Henry Peter Gyrich, diretor do Departamento de Operações
Extranormais, sussurra para o homem com uma roupa de malha azul
e branca ao seu lado. Não adianta chorar pelo leite derramado.
A missão de vocês foi um fracasso. Ninguém
vai colocar panos quentes. Vinte mortos, Capitão. Implicações
financeiras e ecológicas graves. E você estava no
comando.
Podemos falar disso outra hora? o Capitão América
não se vira, falando com Gyrich sem olhar em seu rosto.
Por favor?
Sem problemas. Tenho todo o tempo do mundo para perseguir você
e seus amigos. E lembre-se: as coisas mudaram. E muito. Eu estou
no comando agora.
Disse isso ao presidente? o Capitão sorri.
Gyrich retribui o sorriso, sem olhar para ele também:
Na verdade, foi ele quem me pediu para dizer isso a você.
Os dois homens se calam enquanto o corpo de Hector Hayala segue
para sua última morada lentamente. Uma música ao
fundo conduz a cerimônia para o fim. Amigos e parentes começam
a se aproximar da senhora Hayala, em fila, dando os pêsames.
Alguns senadores, militares e jornalistas a cumprimentam. Gyrich
faz o mesmo, com certa rapidez, representando o presidente. Em
seguida, o Capitão América se aproxima.
Alguns flashs captam o momento. Ambos firmam os olhares um no
outro. Nesse momento, o Capitão América deveria
estar impassível, firme, seguro e senhor da situação.
Mas Steve Rogers sabe bem que aquilo tudo é apenas fachada
e sua mão está mais fria do que nunca por dentro
da luva. Ele foi o responsável pela morte do filho daquela
mulher e nada, nem ninguém, o traria de volta.
Meus sinceros pêsames, senhora Hayala. A morte de seu
filho é uma grande perda para todos nós.
O senhor tem fé, Capitão?
O rosto do Capitão América é tomado pela
surpresa diante da pergunta.
Sou presbiteriano, senhora.
Eu também tenho a minha fé, senhor. E ela sempre
me disse que eu não ia passar pela maior dor que existe
no mundo: a dor de ir ao enterro de um filho. com muita gentileza,
a mulher segura um dos braços do Capitão e se apóia
nele. Com a voz ligeiramente embargada, prossegue. Não
o culpo, senhor. Não mesmo. A minha fé não
me enganou. E o senhor não me trouxe nenhum mal.
Ela aperta o braço dele com mais força, aproxima
os lábios com uma certa dificuldade para o ouvido do homem
mascarado diante dela.
Cada noite eu vou esperar ele voltar com aquele sorriso largo,
para me dar o maior abraço que uma mãe pode receber
de um filho. E, vendo meu filho voltar, vou fazer uma grande festa
em homenagem a ele, porque tudo o que é meu é dele.
A minha alegria é a dele.
Nesse momento, o Capitão América não ouve
mais nada. Apenas Steve Rogers escuta. Sua mão a segura
também, não para apoiá-la, mas para buscar
um pouco de sua força. O olhar fixo de Rogers nos olhos
da senhora Hayala começa a deixá-lo ligeiramente
tonto, turvando sua visão. Ele começa a ver os olhos
negros da senhora Hayala rodopiarem lenta e ritmicamente, como
um LP. Um LP de Ella Fitzgerald.

Dois dias antes
A voz suave de Ella Fitzgerald domina o ambiente na Mansão
dos Vingadores. Num de seus raros momentos de relaxamento, Steve
Rogers ouve seu LP preferido, uma coletânea de músicas
da grande diva do jazz norte-americano. O uniforme de combate
cobre seu corpo, mas a máscara colocada para trás
e os pés esticados sobre a mesa demonstram que o guerreiro
está em paz. Sing Song Swing com uma pequena
e rápida levada oriental o encanta agora, mas sua
preferida é mesmo My Heart Belongs To Daddy, composta
por Cole Porter. Seus dedos acompanham o ritmo, tamborilando na
cadeira. Seus pensamentos começam a navegar rumo ao passado.
Em seu íntimo, ele gostaria de ainda estar naquela que
foi a melhor das épocas para ele, a década de 40.
Para interromper seus pensamentos, surge em seu quarto a Feiticeira
Escarlate, envolta em uma vestimenta decotada que deixa evidente
o melhor de suas generosas formas. Definitivamente, hoje ele está
romântico, no auge dos seus setenta e poucos anos. Graciosamente,
como Fred Astaire, ele se levanta e a chama para dançar.
Ela sorri. Não se recusa.
Que o Visão não nos veja. Rogers ensaia alguns
passos e cola seu rosto no da companheira de equipe.
Steve, eu ouvi a música...
É Ella. Eu adoro! Encomendei na Pirâmide Discos.
Ele dá um passo que, suavemente, a aproxima mais para
perto de seu próprio corpo. Mas não foi a música
que a trouxe para o meu quarto...
Gostaria de pedir um favor, Steve. Ela se sente lisonjeada
pelo jeito como seu parceiro conduz a conversa e a dança.
É Agatha. Eu ainda preciso dela perto de mim, preciso
de seus conselhos. Principalmente agora, depois da morte de Magnum.*
Você quer que ela venha morar na Mansão?
Sim.
No campo de batalha, ambos sabem exatamente qual o próximo
passo do outro. Ao dançar, o casal de Vingadores mostra-se
igualmente eficaz e gracioso.
Sem problemas, Vanda. responde o velho soldado, fazendo-a
sorrir e se embriagar pelo clima de nostalgia.

Ei, vocês
dois não vão acreditar no que eu vi! Clint Barton
entra no ginásio da Mansão dos Vingadores sem conseguir
conter a euforia.
Acalma-te, Clint. O que vistes para ficar assim tão espantado?
Dança. Nostalgia. Sedução. Capitão
América e Vanda!
Thor e Tony Stark param com seus respectivos exercícios
físicos e entreolham-se.
Eu não posso acreditar. resmunga Stark.
Confie em mim, Tony. Vi com meus próprios olhos!
Não... Eu não acredito é que você
não tem mais o que fazer. Eu não entrei para os
Vingadores para isso! o empresário aponta um dos dedos
bem no rosto de Clint, pega uma toalha e segue para o banheiro,
enquanto resmunga.
Clint Barton, surpreso, encolhe os ombros e olha assustado para
Thor.
O que foi que eu fiz?
Não te preocupes, amigo. Os negócios podem tirar
o humor de qualquer mortal.
Deve ser... mas e você, lourinho? Quando vai honrar essas
vestes nórdicas e cair na farra comigo? O Fera me deixou
uns telefones de umas garotas... Você nem vai acreditar.
Ele também indicou um restaurante maravilhoso. Vinho da
melhor qualidade e frango assado com quatro coxas cada um. Clint
começa a fazer algumas acrobacias na cama elástica,
enquanto fala. Temos de aproveitar a vida, amigo. Deuses ou
homens, honrados ou canalhas, estamos no mesmo barco, não
se esqueça disso. Ele pára e dá uma piscadinha
para um Thor pensativo. Principalmente nós, os mortais.
Afinal, não sabemos quando vamos morrer.

O homem clica em
seu controle remoto e a tela muda de imagem. Sai o casal dançando,
surge o homem mais rápido do mundo correndo, desesperado,
salvando vidas em um incêndio em Tóquio. Em sua sala,
vários monitores controlam as atividades dos mais diversos
meta-humanos da Terra.
Senhor, Modok está em um dos videofones.
Arjuna se levanta, sua armadura dourada brilhando intensamente;
sua capa começa a esvoaçar ligeiramente. Ele pede
ao assistente o elmo que protege seu rosto do olhar de inimigos.
Rapidamente, a imponente figura se dirige ao videofone com passos
largos, passando por uma dezena de soldados armados.
Seja breve. ordena Arjuna.
Não estou acostumado a receber ordens, Arjuna. esbraveja
o rosto disforme e gigantesco de Modok Mas sou grato a você
por ter me libertado da prisão.
Recebeu o dinheiro em sua conta?
Sim. Exatamente como pedi. O valor é suficiente para
garantir a lealdade da IMA. Aliás, neste exato momento,
minhas tropas paramilitares estão tomando posse do petroleiro
Mysteries, como pediu. Como vê, retribuo sua generosidade
na mesma moeda.
Não esperaria menos de você, Modok. Conseguiu os
guerreiros que pedi?
Ambos estão enclausurados e sob controle, Arjuna. Implantei
um microship em suas cabeças que dispara cargas eletromagnéticas
em seus corpos em caso de fuga. Você pode eletrocutá-los
à distância se não cumprirem suas ordens.
O videofone é desligado. Os olhos de Arjuna brilham intensamente,
antevendo seu plano em ação.

O escudo do Capitão
América retorna às suas mãos para protegê-lo
da rajada de balas depois de nocautear dois terroristas em um
movimento calculadamente semicircular. Na porta de um dos quartos
da tripulação surge o rosto do sintozóide
conhecido como Visão, atravessando a parede e informando
os rumos da batalha.
Eu, Vanda e o Gavião evacuamos parte da tripulação,
Capitão, mas ainda existem muitas pessoas à bordo.
Os outros Vingadores estão em combate com os soldados da
IMA. Calculo que em 6 minutos, 18 segundos e 20 décimos
já tenhamos recuperado o navio, se não surgirem
surpresas de última hora.
Para Steve Rogers, a invasão dos Vingadores ao petroleiro
Mysteries ocorreu de forma rápida e sua eficiência
seria colocada posta a prova à qualquer momento. A IMA
não aceitou nenhuma negociação. Levar o Mysteries
era tudo o que importava. A intervenção dos Vingadores
foi inevitável.
Continuem com o plano. Tentarei chegar à cabina do comandante.
o Capitão América começa a correr em direção
aos porões que tinham juntos, em média, 534 mil
metros cúbicos de espaço, equivalendo a um ginásio
de esportes de grande porte.
O rosto nórdico pinga suor, enquanto Thor gira seu martelo
com notável fúria, criando um escudo natural contra
as balas dos terroristas. A alguns metros dali, o Gavião
Arqueiro lança flechas com gás lacrimogêneo,
tentando reverter a situação sem ferir ninguém
ao resgatar os reféns. O Homem de Ferro parece furioso
enquanto lança raios repulsores contra os agentes; a Stark
Enterprises ofereceu tecnologia para acelerar a construção
do navio e Tony Stark tem consciência de que o Mysteries
é um navio americano esplêndido. Com uma linha de
construção clássica, a embarcação
alia elegância externa e funcionalidade interna, conseguindo
a mais alta classificação do Lloyd's de Londres.
Temos que capturar o navio, resgatar os reféns e deter
a IMA. Repete Stark para os companheiros, enquanto se desvia
do disparo de uma bazuca endereçado a ele.
Numa resposta inesperada, Thor solta um grunhido de dor. Seu corpo
tomba com o golpe que Ulik desfere contra ele ao ser lançado
para dentro do navio petroleiro pelo Homem-Dragão, que
carregava o Trol enquanto sobrevoava a região de combate.
Os dois elementos surpresa da IMA foram acionados por Arjuna para
deter os Vingadores ao lado da tropa terrorista. Uma fúria
acumulada em centenas de anos surge em Thor, que acaba tornando-se
surdo e cego ao se concentrar na luta com Ulik, esquecendo os
demais.
Ligeiramente receoso, o Homem-Dragão recebe uma forte descarga
eletromagnética dentro de seu cérebro para motivá-lo
ao combate. Ele urra, colocando a mão sobre a cabeça.
Apoiado em um dos joelhos entre tripulantes perdidos e terroristas
assustados, o Gavião Arqueiro aproveita a oportunidade
e lança uma de suas flechas de efeito sonoro em direção
ao monstro, que perde ainda mais o controle sobre os próprios
sentidos.

O Mysteries
possui duas turbinas a vapor de redução dupla acopladas
a uma só hélice, com uma movimentação
média de 16 nós em velocidade de cruzeiro. Toda
essa tecnologia é controlada pelo capitão Hector
Hayala, um oficial seguro e respeitado em seu meio pela coragem
e seriedade com que trabalha. Mas agora, um novo desafio se coloca
à sua frente.
Acalme-se, senhor. Modok só deseja a posse do navio.
As palavras do homem vestido com uniforme amarelo e capacete semelhante
a um balde quase fazem Hayala sorrir. Mas a arma apontada para
sua cabeça o impede. Apesar disso, Hayala se sente tranqüilo
e infalível.
Estou calmo. Só me preocupo com minha tripulação.
E não entendo o que ele quer com meu barco.
Cada movimento da IMA é baseado na mais pura lógica.
E Modok obedece a sabedoria que a lógica oferece. Por isso
cumprimos suas ordens sem questionar.
A porta bate com urgência.
Traga logo Hayala para o convés! grita outro terrorista
do lado de fora.
O agente da IMA abre a porta rapidamente para o colega de armas
entrar.
Como está a situação? pergunta o homem
com a arma apontada para Hayala.
Não conseguimos manter a tripulação como
refém. O ataque dos Vingadores é muito rápido.
E nossos soldados estão caindo muito depressa, apesar da
chegada de Ulik e do Homem-Dragão. Talvez Hayala seja o
trunfo em nossas mãos.
Vê? A vitória pode ainda nos sorrir. diz o agente
da IMA, fazendo mira na cabeça do capitão do navio
para provocá-lo. Em seguida, uma sucessão de golpes
o assusta, o desarma e o leva ao chão.
Sou o Capitão América. revela-se o agente da
IMA que havia acabado de chegar. Os dois capitães apertam-se
as mãos, com um certo alívio, e conseguem descontrair
por um minuto. Tempo suficiente para que o terrorista caído
se recupere e busque a arma com uma urgência assassina.
Ele atira. O corpo de Hayala cai em silêncio, sangrando
abundantemente. As mãos do comandante do Mysteries
continuam a apertar a mão do Capitão América
com a mesma intensidade que a senhora Hayala usaria tempos depois,
em seu enterro.

O braço esquerdo
do Homem de Ferro estala. Está quebrado. Gritando de dor,
ele se afasta do Homem-Dragão, o monstro gigantesco com
quem luta. A Feiticeira Escarlate consegue colocar boa parte da
tripulação fora do navio, a salvo em alguns botes.
Momentos depois, ela olha para cima para ver como anda a luta
no ar. O Homem-Dragão continua tentando atacar o Homem
de Ferro, mas é impedido por Visão, que projeta
dez hologramas de sua imagem ao redor do monstro. Todos de braços
cruzados, parados no céu e olhando-o fixamente. Desorientado,
o monstro não sabe a quem atacar e hesita. Uma rajada termoscópica
de Visão o enfurece ainda mais. Outra intensa descarga
eletromagnética do microship instalado no cérebro
do Homem-Dragão por Modok e manipulado por Arjuna faz com
que o monstro se jogue pesadamente em direção ao
navio, numa clara tentativa de acabar com a própria agonia,
seja de que forma for.
O monstro cai, atravessando o casco e atingindo três dos
dez tanques do Mysteries que, ao todo, carrega cerca de
20 mil toneladas de petróleo bruto. A ruptura dos tanques
é imediata. Cerca de dez mil toneladas de petróleo
jorram nas águas e em poucas horas a mancha de óleo
alcança 40 km, causando um sério desastre ecológico
na região.
No navio, Thor e Ulik digladiam-se com fúria incontida
até perceberem outra conseqüência do impacto
do Homem-Dragão no barco. Em segundos, a tragédia:
os gases acumulados nos tanques atingidos provocam uma enorme
explosão, da qual resulta uma bola de fogo e vapor que
se alastra por onde estavam tripulantes, alguns agentes da IMA
e o Gavião Arqueiro, atingindo seus corpos sem piedade.
Thor entra em estado de choque com a cena dantesca. Ulik desaparece,
caindo no mar.
Faça chover! Rápido! berra o Homem de Ferro,
em meio à sua dor, retirando Thor do choque.
Com um gesto mágico de suas mãos, a chuva aparece
em abundância para debelar o fogo, sem raios ou trovões
para não atingir e danificar ainda mais o casco. Mas já
é tarde demais. Os corpos de vinte pessoas mortas pela
explosão jazem no convés do petroleiro diante de
seus olhos. Ele procura o corpo do Gavião Arqueiro entre
os mortos. Dos céus, o Homem de Ferro desce, o braço
sangrando.
Visão levou Clint ao hospital. Ele conseguiu entrar na
explosão sem que você visse e o retirou de lá
ainda com vida. Mas os ferimentos são graves. Não
sei se Clint sobreviverá.
Vanda e Steve, que estavam distantes da área da explosão,
se aproximam de Tony e Thor. Alguém diria que saem lágrimas
de todos os olhos dos Vingadores. Se existem, porém, suas
lágrimas confundem-se com a água da chuva, impossibilitando
qualquer narrador de afirmar com certeza se realmente choram.

Uma cadeira gira
para um lado e para o outro com um homem pensativo, de cabeça
baixa, vestindo uma armadura, com o elmo pendente em uma das mãos
e um pequeno aparelho que dispara cargas eletromagnéticas
a distância na outra. Ele se satisfaz com a cena que acaba
de ver em um de seus monitores. Irá depositar mais alguns
milhões na conta de Modok, como gratificação.
Sem emoção, ele esmaga o aparelho com violência.
Para o guerreiro Arjuna, a guerra só está começando.

Momentos depois do
enterro do comandante do Mysteries, o Capitão América
e Henry Peter Gyrich traçam o destino dos Vingadores na
Mansão.
... e o senador Neeke quer estabelecer uma lei de restrição
das atividades dos meta-humanos. Mas dificilmente passará.
Vou agendar uma coletiva com a imprensa. Não vamos poder
fugir a isso, Capitão. Talvez seja o melhor momento pra
reverter a situação a nosso favor. Vamos aproveitar
a oportunidade para apresentar a nova formação dos
Vingadores. Iremos discuti-la amanhã.
Não consigo me acostumar com a idéia de você
nos vigiando novamente, Gyrich. Eu me sinto exposto. Ele olha
pensativo para fora de uma janela.
Oh, mas é bom se acostumar. Principalmente agora. as
próximas frases ele sussurra baixinho, os olhos faiscando
por debaixo de seus óculos escuros. Saiba que eu vou
ser o seu demônio pessoal, o chiclete no seu sapato, a mosca
na sua sopa.
Você se diverte com isso, não é mesmo, Gyrich?
Pra falar a verdade, Capitão, eu estou quase tendo um
orgasmo neste momento.
Seu pervertido!
Capitão sai da sala imediatamente. Atrás dele, consegue
ouvir o grito de Gyrich, carregado de uma ironia feroz:
Avante, Vingadores!
No próximo número: conheça a nova
formação dos Vingadores.
:: Notas do Autor
* Simon Williams, o Magnum, morreu há alguns meses combatendo
os Krees e, ao contrário do que acontece na Marvel, no
Universo Hyperfan a Feiticeira Escarlate não possui o poder
de convocá-lo do mundo dos mortos, impossibilitando-o de
retornar.
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