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Aquaman # 07

Por Eduardo Regis

Nadando com Tubarões - Parte I
Reconquista

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Orin olha para Namor.

— Sinto muito, não consigo falar com ela usando minha telepatia. Ou ela está longe demais ou está desacordada. Eu ainda não sei bem como fazer com os desacordados... — Aquaman lamenta sua falta de habilidade.

— Então vamos logo. — Namor fala, em tom de ordem.

Algum tempo depois...

Namor avista a construção submarina de Arraia e Attuma de dentro do veículo de Aquaman.

— Siga em frente, Orin. Vamos acabar com isso de uma vez por todas!

Sem hesitar, Orin avança com a nave por sobre a construção, assustando os trabalhadores atlantes e dispersando-os.

— Abra a escotilha! Irei falar com meu povo.

O príncipe submarino sai da nave e encara a legião de atlantes à sua frente.

— Meus súditos, seu rei retornou!

Todos se entreolham confusos, mas não tardam em fazer a reverência.

— Escutem-me! Os planos de Attuma e Arraia não são endossados por Atlântida! Nenhum atlante jamais servirá a esta insanidade! Por isso eu digo: a construção deve ser destruída!

— Eu imaginei que isso aconteceria. — a voz de Attuma soa cheia de ódio enquanto ele se aproxima de Namor, sua espada em punho.

— Attuma, diga-me agora onde está Namorita! — Namor nada velozmente de encontro ao vilão, os dois deslocam-se metros e se chocam contra uma pedra. O rei de Atlântida agarra Attuma pelo pescoço — Agora!!

A espada de três pontas de Attuma corta as costas de Namor, é o suficiente para que o vilão seja solto e dê um soco no rosto do príncipe submarino, que cai na areia das profundezas.

— Ora, cale a boca, Namor! — Attuma ensaia um chute, mas é surpreendido por uma força que toma sua espada e o desequilibra: o gancho de Aquaman.

A corda se retrai até Orin, que joga a espada para o mais longe possível e encara Attuma.

Os atlantes se chocam ao perceberem a união dos dois reis.

Namor se levanta e soca Attuma.

— Orin, vá atrás do Arraia...

Attuma devolve o soco, mas Namor se desvia.

— Nossos caminhos se separam... aqui... por enquanto...

O príncipe submarino agarra Attuma e os dois começam um duelo de força. Namor tenta arrastá-lo para a superfície, mas o vilão resiste.

Os dois se encaram, os rostos muito próximos, os dentes cerrados, os músculos explodindo.

Oonde está Namorita?

Com esse grito, Namor vence o embate de força e começa a empurrar Attuma para a superfície. Sem que o príncipe submarino saiba, Attuma aciona um mecanismo em sua armadura. Enquanto os dois rodopiam, subindo pela coluna de água numa luta feroz, uma estranha espiral de colossais peixes-espada começa a se formar ao redor deles. Namor segura Attuma contra seu corpo.

— O que é isso?

— É sua chance de me soltar, Namor. Eles obedecem somente ao meu comando!

A espiral se aumenta e engloba os dois atlantes.

— Mande-os embora ou arranco sua cabeça, Attuma!

— Solte-me, Namor, ou você será perfurado pela lâmina de dezenas desses animais!

Namor aperta Attuma mais forte contra seu corpo, o vilão faz de tudo para escapar, os dois seguram um os braços do outro.

— Só você morrerá aqui! — Namor grita.

Um peixe-espada sai da formação em espiral e ataca, sua lâmina veloz vai em direção a Namor, que gira Attuma na direção do ataque. No último momento, Attuma empurra o corpo de Namor para trás e a lâmina do animal passa pelo espaço entre os dois, cortando-os de leve na altura do estômago.

— Eu posso ordenar que dezenas deles ataquem você ao mesmo tempo, Namor. Solte-me enquanto é tempo e você verá sua prima, atrás das grades.

Namor sorri.

Os peixes avançam de todas as direções. Namor e Attuma dançam, um tentando jogar o outro para cima das espadas. Os dois são feridos diversas vezes e os peixes não cessam os ataques.

— Traga mais mil destas criaturas! Vamos, Attuma! — o príncipe submarino segura Attuma e começa a quebrar a placa de metal que cobre o peito do vilão — Vamos facilitar para os peixes!

— Não! Pare! — Attuma tenta impedir, mas a força de Namor é mais do que suficiente para partir a placa ao meio e fazê-la se soltar.

Repentinamente, os peixes começam a se dispersar, acabando com toda aquela formação artificial. Namor se gaba pelo golpe de sorte.

— Parece que seus planos mudaram. Netuno sorri para o verdadeiro rei!

Namor arma um soco, mas pára, sua mente é subitamente invadida por uma dor enorme. Uma fraqueza que ele nunca sentiu antes toma conta de seu ser. Seus músculos entram em uma espécie de câimbra. Ele flutua inerte em frente à Attuma, que após alguns instantes de hesitação (e espanto), percebe a fraqueza do inimigo e acerta dois socos na cara de Namor.

O príncipe submarino desperta de seu transe. Seus olhos transparecem sua fúria. Sua ligação empática com Namorita está voltando e a dor dela é tanta que o choque o incapacitou momentaneamente. Agora, no entanto, aquela dor toda se transformou em raiva.

— Eu sou o rei! Minha vontade não será negada! Onde ela está?

— Você jamais a encontrará! Os oceanos são vastos demais. Sem pistas, você vai procurá-la por meses, anos e ela não resistirá mais alguns dias!

Chega!

Namor segura o braço de Attuma e o força contra seu joelho num golpe veloz. Os ossos de Attuma se partem.

— Acabou seu tempo!

Enfurecido, Namor agarra o fragilizado Attuma e nada como nunca para a superfície. Salta para fora da água levantando Attuma por sobre seus ombros e voa o mais alto que pode.

— O que você está fazendo, seu louco?

— Você tem dez minutos, Attuma, para me dizer onde está Namorita.

— Eu vou sufocar... eu não posso agüentar a superfície...

Diga-me!

— Ela está a oeste das fendas de Gorlen, em uma pequena construção.

O príncipe submarino quebra o outro braço de Attuma e pacientemente observa seus gritos e grunhidos enquanto ele desmaia em suas mãos, sofrendo pela falta de oxigênio.

Mais tarde, longe dali...

Namor avista uma caixa de metal, parecida com um container. A estranha construção está escondida sob algumas rochas, próximo as fendas, como Attuma havia dito. Sua ligação empática com Namorita não deixa dúvidas de que sua prima está sendo mantida prisioneira dentro daquela coisa.

Sem muita dificuldade, Namor arranca a porta da estrutura e vê aliviado quando o mar invade a caixa e banha sua prima, que está caída em um canto, muito ferida e enfraquecida.

— O que eles fizeram a você?

— Tubarões gigantes, Namor... eles quase me mataram e me trancaram aqui... longe da água, longe de todos. Nem sei por quanto tempo fiquei desmaiada... acordei há pouco. Você não está bem, primo, sinto uma pressão enorme em seu peito.

— Esqueça-me por agora.

Com delicadeza, Namor a segura em seu colo e começa a nadar para casa.

— Attuma está sendo levado preso para Atlântida. Você terá a chance de matá-lo, Namorita!

— Eu não desejo tirar sua vida... deixe que o tribunal decida seu destino. — Namorita acaricia o rosto de Namor, mas seu toque é tão fraco que quase não é sentido.

— Eu mesmo devia tê-lo matado, já sabia que você o daria a chance do tribunal.

— Attuma não é nosso único problema, primo. O Arraia Negra também...

— Orin já está cuidando dele.

— Orin? Mas...

— Longa história, você precisa descansar, mas basta saber que Poseidonis, em breve, será parte de Atlântida!

Namor pára em frente aos portões de Atlântida com Namorita em seu colo, novamente desmaiada. Os guardas dos portões se entreolham confusos, seus queixos caem com a visão à sua frente.

— Abram os portões para o rei!

— Nós o saudamos, rei Namor! — os soldados fazem sua reverência enquanto os portões são abertos.

Enquanto Namor atravessa o reino velozmente em direção ao seu palácio, todos os cidadãos o reverenciam e sussurros mil revelam o ânimo do povo.

— Vida longa ao nosso rei.

Dias depois...

O rei de Atlântida levanta-se de seu trono dourado adornado com pérolas. Ao seu lado, Namorita, exibindo uma saúde mais forte, também se levanta. O som ensurdecedor e belo das trombetas atlantes invade cada casa, ouvido e coração. O exército está lá, em seu uniforme de gala, na praça central de Atlântida, a praça dos reis. Atlantes se empurram para conseguir um espaço enquanto Namor desce uma escadaria em direção a jaula onde Attuma está em cárcere.

— Atlântida, eu retorno de meu exílio com meu orgulho renovado. Eu lavo a honra de meu povo e de minha família. Levanto o brasão de nosso reino acima de todos os demais!

Namor circunda a jaula.

— Este criminoso tentou, em vão, destruir Atlântida, tentou tomá-la para si e reinar como um tirano, forçando o povo a trabalhar em construções insanas para satisfazer seus planos doentios. Mais uma vez eu ouvi o chamado de vocês e retornei ao meu lar para fazer valer a soberania atlante! Com meus próprios punhos eu derrotei esse vil terrorista e hoje o trago para vocês, para um julgamento aberto!

A multidão vibra em resposta.

— Além disso, trago a notícia de que Poseidonis se rende a minha soberania, como parte integrante do território do grande reino de Atlântida!

Mais uma vez uma onda de excitação toma conta da população.

— Somos soberanos supremos dos oceanos!

Segue-se um êxtase de saudações.

— Eu, rei Namor I do grande reino de Atlântida, declaro aberta a temporada de festas e jogos em honra da grandiosidade de Atlântida! Começaremos com o julgamento de Attuma! Que se iniciem as formalidades!

A corte de Atlântida de se reúne na praça, presidida por Namor. Após menos de uma hora de deliberação e discussão, eles chegam a um veredicto e a uma pena.

Namor se aproxima de Attuma e eleva sua voz.

— Attuma, pelos seus crimes o consideramos culpado e, para que se faça justiça, a corte decidiu e eu sancionei a pena de ser jogado nas fossas abissais e esquecido do dia de hoje em diante.

— Seus desgraçados! Eu fui o governante de vocês e é assim que me tratam? Pois que me joguem! Atirem-me na imensidão negra, mas preparem-se, pois tempos piores virão! — Attuma se balança nas grades, desesperado e furioso.

— As últimas palavras de um homem morto! — Namor ri — Abram a jaula, para que eu mesmo o acorrente.

A jaula é aberta e Namor entra calmamente. O rei oferece as algemas e correntes a Attuma, que, sabendo ser impossível escapar, prende os grilhões em seus pés. Namor apenas prende suas mãos. O olhar de ódio do prisioneiro, no entanto, contrasta com sua colaboração. Os ouvidos mais atentos percebem Attuma sussurrando maldições e juramentos de vingança.

— Essa corrente você não pode quebrar, Attuma. Você vai descer eternamente pelo buraco do qual nunca deveria ter saído.

— Eu voltarei como um Kraken furioso.

O último grito de desespero é escutado por cerca de um minuto até que finalmente a escuridão abafa completamente o som de Attuma. Namor se vira para a multidão à sua frente com o braço direito levantado e todos respondem em uníssono:

— Glória ao reino! Honra ao rei! Morte aos inimigos!




 
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