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Birds of Prey # 25

Por Igor Appolinário

A Caçada
Parte I

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Torre do Relógio — Gotham City

Os computadores de Oráculo, a hacker mais influente do mundo, monitoram Gotham City e o mundo. Dezenas de ocorrências médicas, policiais e super-humanas passam pelas dezenas de monitores na sala de comunicações. Um incêndio em um pequeno prédio de apartamentos em Blüdhaven faz que com um programa específico se acione e envie a ajuda necessária.

Um pequeno monitor no canto inferior esquerdo da sala acompanha as freqüências rítmicas e vibrantes das sirenes do caminhão de bombeiros, assim como das ambulâncias que o seguem. Mas, de repente, os sinais vão ficando cada vez mais fracos, e como uma luz com alterador de intensidade, eles se apagam lentamente, assim como o monitor que os acompanha. Dentro de poucos minutos, o mesmo acontecerá com o monitor ao lado. Pouco depois, com o próximo, e assim consecutivamente, deixando a maior hacker do mundo literalmente cega...

Centro Empresarial Gotham — Meia-noite

Uma jovem corre desesperada pelas ruas do Centro. Ela usa sua poderosa visão noturna para tentar passar despercebida entre as sombras do local.

Logo atrás, em um grande bando com cerca de dez pessoas, seus perseguidores a seguem ferozmente, muitos deles portando óculos de infravermelho, burlando a tática da inimiga.

— Por ali! — grita um deles, agitando seu bastão prateado em direção a uma sombra particularmente densa.

O grupo se direciona ao comando da voz e encurrala a jovem assustada, acuada dentro de um beco de paredes altas. O homem do bastão metálico se aproxima da jovem, que como reação estira os braços em direção ao rosto do atacante, tentando cravar as garras pontiagudas em sua face, mas um golpe de bastão a faz cair e a deixa atordoada. Um segundo homem se aproxima e, com um pequeno aparelho de taser, eletrocuta a jovem, deixando seu corpo fumegante.

— Agora meus caros, aos prêmios. — diz o homem do bastão, puxando uma faca do coldre e se aproximando dos grandes e fendidos olhos verdes da jovem.

Telhados de Gotham

— Eu adoro essa vista. — diz Dinah, perdida em seus pensamentos — Eu senti falta dela quando morei em Star City por um tempo.

— Sei, a fumaça, a sujeira, a poluição visual... é, realmente imperdível. — diz Helena, olhando entediada para o prédio de janelas feias logo à frente.

Caçadora e Canário Negro observam o movimento das ruas da cidade logo abaixo. Elas vêem uma ambulância em alta velocidade se dirigindo para o Centro Empresarial.

— E então, pronta pra diversão?

As duas vigilantes descem do prédio e pegam a moto de Canário Negro. Seguindo a ambulância, elas chegam até um beco no Centro Empresarial. Dinah coloca um sobretudo e se aproxima dos paramédicos, enquanto Caçadora vai aos telhados bisbilhotar o beco.

Canário Negro vê os homens colocarem o corpo de uma jovem na maca e logo em seguida cobrindo o corpo com um lençol. A forma como as pálpebras da jovem estão encharcadas de sangue deixa Dinah intrigada. Ela caminha lentamente para dentro do beco, tentando evitar a policia.

— Psst! — chama uma voz sussurrante de dentro do beco — Vem logo, você está chamando mais atenção andando devagar assim.

Canário Negro pula pra dentro do beco e vai até um canto escuro que Caçadora analisa atentamente.

— Está vendo as marcas de sangue? — diz Helena, com um leve olhar de repulsa — Eu... acho que... arrancaram algumas coisas dela...

— Arrancaram...?

— Sim. Olhos, unhas, um pedaço de pele, pelo que pude ver... ela parecia um daqueles animais que são abatidos na selva, sabe?

— Sim... e se foi isso mesmo, não deve ter sido nada agradável...

— É...

— Oráculo, está me ouvindo?

Felizmente sim, Canário Negro...

— Hum, preciso de ajuda com um caso que acabou de acontecer...

Bem, quanto a isso, acho que vai ser um pouco difícil, Dinah.

— O que houve, Barb?

Meus sistemas simplesmente apagaram...

Oráculo olha atentamente para seus monitores. Todos eles, de um total de 20 telas, mostram a mesma imagem: um grande ponto de interrogação vermelho. Logo abaixo, um pequeno campo de entrada de informação pisca levemente.

— Muito bem, quem está brincando comigo? Quem é você?

UM ADMIRADOR... E ADVERSÁRIO.

— Você pensa que isso é um jogo? Eu cuido para que vidas sejam salvas no momento de necessidade...

VOCÊ ACHA MUITO DE SI MESMA, ORÁCULO. DEVERIA RELAXAR MAIS... AFINAL, CÁ ESTOU PARA LHE OFERECER UMA AVENTURA INIMAGINÁVEL...

— O que alguém como você pode me oferecer?

O QUE MAIS UM ORÁCULO PODE QUERER? INFORMAÇÃO...

— Bom, parece que estamos sozinhas nesse caso... — diz Canário Negro, intrigada com a falha no sistema de Oráculo.

— Então é a boa e velha investigação criminal, mais do meu jeito. — diz Caçadora.

As duas vigilantes saem do beco no Centro Empresarial e pegam suas motos, seguindo para a zona sul da ilha. Elas se aproximam sorrateiramente da central de polícia da cidade e se escondem em um beco próximo.

— Você acha mesmo que vai enganar alguém com essa fantasia de stripper? — diz Caçadora, olhando Canário Negro de cima a baixo.

— Ei, eu já fazia trabalho disfarçado quando você ainda estava pensando em ir à primeira festa a fantasia, garota. — diz Dinah, arrumando o cinto.

— Hum, essa afirmação foi mais um atestado de velhice do que de autenticidade...

Dinah lança um olhar fulminante na direção de Helena, que apenas mostra a língua. A vigilante sai do beco e contorna a esquina, entrando na GCPD. Helena liga o comunicador, a única peça em funcionamento nos sistemas de Oráculo, e escuta atentamente a companheira em sua invasão.

Canário Negro avança despercebida pelos corredores da central. Ela se aproxima da recepção e passa pela portinhola sem ser barrada. Ao lado do primeiro computador ativo, ela se detém e começa a procurar informações. Quando a impressora já está cheia e Dinah se vira para pegar os papéis, sente uma mão delicada, porém firme, se apoiando em seu ombro.

— Oficial, você tem um segundo?

— Ai, droga... sim... detetive Montoya?!

— Sim. Algum problema, oficial... Brittany? — diz Renée Montoya, olhando a placa de identificação no uniforme de Dinah, completamente paramentada como uma policial de Gotham City.

— Não, nada, nada mesmo! É que você é tão famosa que eu me assustei de você falar comigo assim. — inventa Dinah, procurando uma escapatória — Eu li tudo sobre o caso do assassino de prostitutas. (*)

— Eu estava apenas cumprindo meu dever, oficial. Mas gostaria de saber se você está ocupada, preciso de ajuda...

— Ah, bem, eu preciso levar... esses papéis... — diz Dinah, agarrando as folhas impressas — Para o Comissário, desculpe.

— Claro, não foi nada. — diz Montoya, virando-se e aproximando-se de outro oficial.

Essa foi por pouco, loira, mas está na hora de deixar o barco.

— Pois é, nem me diga...

Washington, DC — Quartel-general da CIA

— Alguma novidade, agente Taylor? — diz o agente Jordan, ao telefone.

Ainda nada, mas não há duvidas, pelos registros, de que o sistema de segurança do museu William Finger foi violado por um invasor externo, (**) via rede.

— Alguma pista se foi Oráculo?

Não, mas só pode ser ele. O sistema deste museu é de um dos mais seguros do mundo, faria o Louvre ficar envergonhado...

— Sem elogios às capacidades do inimigo, Taylor. Quero um relatório até o final do dia com o que você descobriu. Não me desaponte! — termina Jordan, desligando o telefone com força além da necessária.

— Uau, parece uma festa de assassinos... — diz Helena, olhando os papéis tirados da GCPD, ainda no beco.

— Sim, e eles já até ligaram a conexão principal: todos eram mutantes ou meta-humanos. — diz Dinah — Segundo esses relatórios, eles já entraram em contato com diversas instituições anti-mutantes e investigaram organizações criminosas com o mesmo intuito. E nada...

— Quem será que estamos enfrentando? — pergunta Helena.

— Alguém com quem vocês não deveriam brincar... — diz uma voz atrás das duas vigilantes, liberando uma cápsula no chão.

Canário Negro e Caçadora se viram instantaneamente, mas o gás liberado pela cápsula faz com que elas fiquem tontas e as faz desmaiar, deixando-as à mercê do desconhecido.


Continua...


:: Notas do Autor

(*) Em Birds of Prey # 01. voltar ao texto

(**) Como visto em Birds of Prey # 24. voltar ao texto




 
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