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O Eleito - Maxwell Lord

Por Lucio Luiz

Pelo Homem Comum

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Numa confortável cobertura no centro de Manhattan, um homem muito rico e que já teve diversos meta-humanos a seu serviço joga xadrez com um antigo colega de trabalho.

Xeque-mate! — grita Maxwell Lord, "chefe" da antiga formação da Liga da Justiça.

— Caramba, Max... você me venceu de novo no xadrez... mas continuo me arrepiando quando você grita "xeque-mate"... — comenta Ted Kord, brilhante cientista que combate o crime como o vigilante Besouro Azul.

— Deve ser pela facilidade com que o venci. Todas as vezes.

— Sempre agradável.

— Agora que nosso jogo acabou, Ted, você já teria alguma posição sobre minha proposta?

— Não sei pra que diabos você me convidou para ser seu consultor de campanha. Você não liga para minhas opiniões.

— Eu sei que você não é tão bobo quanto aparenta. Além do mais, apesar de eu ser genial...

— E modesto.

— Bem lembrado. Apesar de eu ser genial e modesto, não sei muito bem como pensa o "homem comum", as multidões de pessoas que não possuem grande intelecto.

— Ou seja, seus eleitores.

— Vejo que você entendeu muito bem minha proposta. Eu preciso de você para eu ter um "homem comum" para observar atentamente.

— Max... veja bem... eu sei que você não é de todo mal, mas não sei se você seria um bom presidente.

— Eu nasci para ser o líder do mundo livre!

— Eu lembro como você agia na antiga Liga. Sempre querendo poder e fazendo quase tudo para conseguí-lo. Não leva a mal, Max, mas não tem como eu te ajudar.

— Eu te garanto uma vaga na Secretaria de Tecnologia. E um bom salário.

— Onde eu assino?

Para o desenvolvimento da campanha de Maxwell Lord para a presidência dos Estados Unidos, um amplo galpão foi alugado nos arredores de Metrópolis. Centenas de pessoas foram contratadas rapidamente para a confecção de bottons, panfletos e cartazes.

— As primeiras pesquisas estão prontas! — grita Besouro ao entrar no ambiente.

— E aí? Como fiquei?

— Ainda não li.

— Deixe-me ver, então. — Lord tira o envelope das mãos de Besouro e o abre.

— Fala, Max. Em que lugar você ficou?

— Em... sexto?!

— Sexto? Mas não eram só quatro candidatos importantes? Além de você, digo.

— Um tal de Howard, o pato, que nem está concorrendo, teve mais intenções de voto do que eu!

Do fundo da sala, um pequeno robô amarelo se aproxima, trazendo uma caixa de pizza.

— Aqui está vossa pizza, ó valoroso Mestre Lord.

— Hein? — estranha Besouro — Desde quando o L-Ron voltou a trabalhar contigo?

— O Mestre Lord havia me guardado junto a outros suvenires da antiga Liga da Justiça e me reiniciou para auxiliá-lo na campanha, Mestre Azul.

— Não precisa me chamar de mestre, lata-velha.

— É a força do hábito.

— Escutem! — interrompe Lord — Temos que reverter isso aqui! Ted, você sabe de alguma coisa que possa ser usada contra meus concorrentes?

— Olha, Max... eu aceitei ser seu consultor de campanha, mas deixei claro que desistiria se você usasse alguma estratégia antiética.

— Certo... certo...

De repente, a porta da sede de campanha se abre rapidamente e um ser humano verticalmente prejudicado (ou seja, um anãozinho) entra com um jornal na mão.

— Max! — grita Oberon — Saiu no Planeta os comentários de Lois Lane sobre os candidatos!

— O Oberon também estava guardado com os suvenires? Bwa-ha-ha-ha!! — pergunta Besouro.

— Suvenir é isso aqui! — Oberon dá um soco certeiro numa área íntima de Besouro, que imediatamente pára de rir.

— Leia logo, Oberon... — solicita Max.

— Vejamos: "Pela primeira vez na história recente da democracia dos Estados Unidos, candidatos que não pertencem aos dois principais partidos norte-americanos têm chances reais de vitória. Além do presidente George W. Bush, que concorre à reeleição pelos Republicanos, e o empresário Lucius Fox, candidato Democrata, outros jogadores medem forças em busca do mais importante cargo do planeta. O senador Kelly, que rompeu com seu partido ao ser preterido nas primárias, e o empresário Warren Worthington III disputam como candidatos independentes..."

— Não tem nada sobre algum outro candidato? Nada sobre mim???

— Calma... deixe-me ver... ah, aqui! "Além dos quatro candidatos citados anteriormente, há diversos outros candidatos menores que não devem conseguir inclusão nas cédulas sequer de um quinto dos estados norte-americanos. Contudo, um novo nome se destaca entre os que 'correm por fora'..."

— Ah! Agora sim! Continue, Oberon.

— "Esse nome é o de Howard, um pato que veio dos Estados Unidos de uma dimensão paralela e que, tecnicamente, poderia se candidatar legitimamente. Diversas pesquisas apontam seu nome como uma grande tendência entre os norte-americanos, talvez cansados das disputas políticas tradicionais e o utilizando como 'voto de protesto'. Contudo, é quase certo que ele não se candidatará..."

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHH!

— Calma, Max! Não entre em crise!

Pelas ruas de todo o país, centenas de milhares de cartazes anunciam a candidatura de Maxwell Lord, "Pelo homem comum". Contudo, o verdadeiro "homem comum" adora os super-heróis, que estão longe de ser "homens comuns". Exatamente por isso, Lord aproveita suas diversas fotos com super-heróis que passaram pela Liga para ilustrar seus cartazes de campanha.

— Er... Max...

— Pode falar, Ted.

— Acho que temos um probleminha...

— O que foi agora? Finalmente conseguimos atingir as massas com nossos cartazes e eu já sou bem reconhecido pela população. Que problema poderia haver?

— Alguns heróis estão reclamando das fotos que você colocou nos cartazes...

— Aquelas fotos são legítimas e verdadeiras! A Constituição me dá o direito de utilizá-las como propaganda!

— Certo, mas... bem... o marciano, por exemplo, não gostou muito daquela foto em que você jogava biscoitos na boca dele.

— Aquilo foi uma brincadeira, Besouro. Você lembra disso. Ele estava com abstinência de biscoitos e eu, caridosamente, joguei alguns para ele comer. Foi até você quem fotografou!

— Sim, mas ele odiou. Especialmente pela legenda.

— Eu estou batalhando pelo "homem comum". Então, é perfeitamente válida a legenda "O governo atual faz o homem comum alimentar alienígenas — vote Maxwell Lord e transforme sua vida". E o melhor é que o termo "alienígena" tanto pode significar ETs quanto estrangeiros. O "homem comum" adora esses trocadilhos xenófobos.

— Ele ficou p&%#. E não foi só ele. O Super está possesso com a foto de vocês apertando as mãos.

— Mas isso não tem nada de mais.

— Só que, na legenda, vem escrito que ele te dá apoio.

— Isso não é mentira. Ele dá apoio a todos os habitantes do planeta quando luta contra os super-vilões. Não há tribunal que me condene por falar uma verdade consagrada. Além do mais, o "homem comum" adora o Super-Homem.

— Mas... esse novo cartaz... você acha que é uma boa idéia?

— Esse cartaz é perfeito.

— Só que... Max... pensa bem... é o Batman...

— É só uma singela foto do Batman comigo. Nada de mais.

— O Batman não gosta de aparecer, e você sabe disso muito bem. Ele pode ficar aborrecido. Ainda mais com essa legenda.

— Essa legenda é perfeita! "Se VOCÊ, homem comum, andar à noite usando couro e se envolver em brigas com outras pessoas vestidas de couro, o governo atual o chamará de pervertido — vote Maxwell Lord e transforme sua vida".

— Isso não faz nenhum sentido.

— Ted, Ted... você sabe que o "homem comum" adora frases que falem mal do Governo atual, mesmo que não façam sentido. Especialmente se forem utilizadas figuras famosas! Isso é política, oras!

Nesse exato instante, todas as luzes da sede de campanha de Maxwell Lord se apagam. Gritos são ouvidos, enquanto Lord permanece em pé, confuso. Uma voz gutural e aterrorizante, então, começa a falar perto de seu ouvido:

— Destruí todos cartazes! Não faça isso novamente!

As luzes voltam a acender, mas a figura misteriosa já sumiu.

— Eu falei que não era uma boa idéia mexer com o morcego, Max.

— Cala a boca, Besouro! Esquece os cartazes e vai pintar alguns broches. Eu... preciso dar um pulinho no banheiro.

Após meses de intensa campanha, Maxwell Lord, Ted Kord e diversos assessores de campanha estão concentrados na cobertura de Lord em Manhattan, à espera do resultado final.

— Besouro, cadê o Oberon com as últimas pesquisas?

— Ele deu uma saidinha...

— Saiu? Como? Estamos nos últimos instantes antes de eu me tornar presidente e ele some?

— Bom... em primeiro lugar, os votos ainda não foram totalmente contados, então não dá pra saber se você será presidente. Em segundo lugar, ele ficou aborrecido depois de você ter tropeçado nele pela sétima vez e preferiu ir ao novo show do Senhor Milagre em Las Vegas.

— Então chama o L-Ron. Ele deve estar com as pesquisas.

— Ele também estava aborrecido e foi ao cinema com a namorada.

— Namorada? Desde quando aquele monte de metal tem namorada? Esquece... prefiro não saber. Preciso de um gole de café. Cadê a cafeteira?

— Er... a cafeteira não está aí porque... bem... ela é a namorada do L-Ron.

— Um... dois... três... certo, certo... estou uma pilha de nervos por causa desse resultado que não chega. Vê se encontra logo essa porcaria dessa pesquisa ou te dou um tiro!

— Deixa de bobeira, Max. Eu sei que você jamais faria uma coisa dessas. Ainda mais comigo.

O telefone começa a tocar. Num salto, Lord atende.

— Alô? E aí? Quem ganhou? O quê? Recontagem? Na Califórnia? Onde mais? Ohio... Nova York... Dakota do Sul... a do Norte também? Espera um pouco! Tem algum estado em que não esteja havendo recontagem? Ah... no Havaí eles já terminaram? E quem ganhou? QUÊ? POR UNANIMIDADE??? Mas esse pato nem estava concorrendo!!! Ah... cédulas falsas foram distribuídas com o nome dele e vão ter que fazer tudo de novo por lá... esquece, então.

— E aí, Max? Alguma novidade?

— Não. Houve alguns problemas nas eleições. Os americanos se confundiram com tantos candidatos e algumas cédulas eram estranhas, precisando ter marcação por furinhos ou usar lápis de diferentes cores de acordo com o candidato. Sabe como é, cada estado tem seu próprio sistema. Por causa disso, tem muita recontagem a ser feita e o somatório do peso de cada estado está confundindo todo mundo. Ainda vai demorar um pouco para a gente saber o resultado.

— Quanto tempo?

— Sei lá. Talvez um mês...

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