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Mística # 01

Por Rafael 'Lupo' Monteiro

Memórias do Underground

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Greenwich Village é um bairro boêmio de Nova York. Nele poetas, músicos, bêbados e mutantes convivem na madrugada, num ambiente de tolerância mútua em nome da paz, da arte, e do álcool.

É neste bairro que se localiza o Underground Hell, uma boate com um público específico: os mutantes!

No momento, uma morena de longos cabelos pretos, pele pálida e olhos verdes entra na boate, senta no balcão e pede uma dose de "endagerous species", uma bebida da moda entre mutantes, nada mais que uma mistura de vodca, suco de frutas, anfetaminas e bebidas enérgicas que atuam no gene x, causando uma sensação de que o usuário pode usar por mais tempo seu poder sem ficar cansado.

— Já te disseram que você parece aquela mina do Evanescence? — pergunta um bêbado que acaba de sentar ao seu lado. Sua pele é toda revestida de couro preto.

— Já, sempre me dizem isso... se você não tem imaginação pra dar uma cantada, não terá para o que realmente interessa. — ela levanta-se e sai, com um sorriso maldoso, enquanto o mutante fica sentado, olhando pro nada com cara de bunda.

Ela passa pelo meio do público dançando ao som da banda Genetic Freaks, que toca rock alternativo de temática mutante. O baterista é bom. E tem um terceiro olho fluorescente na testa, que emite um raio de luz verde, iluminando a pista de dança com feixes intermitentes, ao ritmo dos piscares de seu olho. O baixista é alto e careca, com escamas por todo o corpo. É cheio de piercings, todos eles localizados em suas escamas. O guitarrista, que também canta, possui uma segunda boca no peito, que faz os backing vocals.

Num canto, sentado em um banco de couro marrom, está um homem magro, usando óculos, alto e de cabelos pintados de vermelho, usando calça jeans, tênis All-star e uma camiseta negra tendo na estampa o desenho de um computador na forma de DNA. Ele cruza o olhar com a morena de olhos verdes. A seguir, aproxima-se e senta-se ao seu lado.

— Olá, Mística! É um prazer finalmente conhecê-la. — ele diz ao pé do ouvido dela.

— Oi! É meu o prazer, Hacker X. Espero não estar chamando muita atenção. — ela diz, sorrindo.

— Se todas as minhas missões fossem conhecer mulheres como você, eu seria o mutante mais devotado à causa, sem dúvidas.

Eles dançam duas ou três músicas, e depois mudam de ambiente. Agora estão num cybercafé, que possui um tom cinza-neon. A música eletrônica é comandada por um DJ que faz levitar toda sua aparelhagem, e troca os discos da mesma forma.

— Achei que você ia querer se divertir mais um pouco. — afirma Hacker X — Mas OK, estamos aqui para trabalhar.

— Não é só isso. É que eles começaram a tocar um remix da Cristal, tem coisa mais brega que isso?

— Hahaha... OK, OK, vamos então ao que interessa.

Hacker X senta-se em frente ao computador, fecha os olhos e se concentra. Deixa sua mente fluir, e usa seu poder mutante — uma espécie de telepatia que o faz ler dados eletrônicos e surfar por todos os tipos de redes de computadores. Um hacker telepático, se assim se pode chamá-lo. Ele acessa mentalmente a internet, buscando qualquer referência a Wade Wilson — o Deadpool — procurando pagamentos de contas, e-mails, etc. Depois de uma hora regada a endagerous species, finalmente obtém a resposta.

— Consegui! Aqui está, anotei neste papel o endereço dele.

— Finalmente! Já estava começando a duvidar de você...

— É que foi difícil... — Hacker X respira fundo — ele não possui muita coisa no nome dele... mas acho que consegui descobrir onde encontrá-lo, há um boato de que existe um bar só para assassinos de aluguel num antigo convento no endereço que anotei neste papel. — ele fala meio que atropelando as palavras, está suado, um pouco abatido. A letra dele no papel está horrível, com garranchos quase incompreensíveis.

— O que houve?

— Sabe, é que não estou acostumado a beber...

— Venha, te levo pra casa. Vocês, crianças, só me dão trabalho. — ela diz, metade sorrindo, metade de saco cheio — Só espero que você não tenha me dado o endereço errado!

— Pode confiar... — ele coloca a mão na barriga, e faz cara feia — vamos, antes que eu dê vexame e comece a vomitar!

Em Chicago, há um bar chamado Inferno. Outrora um orfanato agora este lugar é dirigido por Patch, um anão careca e dono de um longo bigode branco, e serve como ponto de encontro para mercenários buscando um novo contrato ou interessados apenas jogar conversa fora.

É neste lugar que Mística aposta encontrar Deadpool, com quem tem umas contas a acertar.

Ela entra no local com a forma do próprio Deadpool. Sua intenção não é ser discreta, pelo contrário. Ao entrar, todos os olhos voltam-se para ela. Patch, do balcão, aponta uma arma, calibre 12, em sua direção.

— Ei, é assim que você me recebe agora? — ela pergunta com um sorriso cínico no rosto.

— Bem, o bar é meu e eu recebo as pessoas da maneira que bem entender. O problema é que você acabou de anunciar de alto e bom som que ia tirar uma água do joelho, e a menos que tenha pulado da janela do banheiro e entrado de novo pela porta da frente, eu diria que tem algo esquisito por aqui.

Mística age rápido. Rola no chão até chegar ao balcão. Patch atira, mas erra o alvo, o que faz todos se levantarem. Ela logo se levanta e acerta um chute potente no queixo do anão, que cai desacordado e solta a arma.

— O meu problema é com o Deadpool apenas, não se metam! — ela grita, já com a arma na mão. Neste momento, Deadpool entra no recinto, secando as mãos na roupa.

— Alguém aí falou o meu no... argh!!! — Mística acerta um tiro certeiro no peito do inimigo, que cai no chão — Quem foi... o desgraçado...

— Só estou te retribuindo o favor. — ela fala, agora assumindo sua forma normal, enquanto recarrega a arma com a munição que encontrou nos bolsos de Patch.

— Você... devia estar morta...

— Onde estão as crianças? — ela pergunta, apontado a arma para a cabeça do adversário.

— Nunca... irei dizer... — ele fala, cada vez com mais dificuldades, o sangue já faz uma bela poça no chão.

— Resposta errada! — Mística dispara a arma, que atinge Deadpool em seu aparelho reprodutor.

Ele urra de dor, gritando tudo quanto é palavrão, e está a ponto de desmaiar. A platéia, toda composta por homens, faz muitas caretas, como se estivessem solidários com a dor de Deadpool. Mas ninguém se move para ajudá-lo, isso seria humilhação demais

— Vamos, me diga onde estão as crianças!

— Estão... no olho... do seu cu... — ele fala, com a voz fina. Sua sorte é o fator de cura, mas Mística sabe como usar isso contra ele.

Mística então encosta o cano da arma no reto de Deadpool e aperta novamente o gatilho.

— Latvéria! Latvééééééééééria!!! — ele grita, chorando de dor.

— Sabe, tenho que confessar que preferi desse jeito! — ela fala, com um sorriso, para depois sair do bar andando calmamente, abrindo passagem por entre os homens do lugar, que não sabem se a admiram por seu durona ou por ter esculachado com um cara como o Deadpool.


Continua


:: Notas do Autor

Esta edição faz parte da saga Imperius X! Confira a seqüência de leitura:
:: Prólogos:
X-Men # 14
Gambit # 01
:: Fase 1:
X-Men # 15
Gambit # 02
:: Fase 2:
X-Men # 16
Gambit # 03
X-Factor # 01
:: Fase 3:
X-Men # 17
Gambit # 04
X-Factor # 02
Mística # 01
:: Fase 4:
X-Men # 18
Mística # 02




 
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