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Por
Dell Freire
O
Admirável Mundo Novo dos Skrulls
Parte I
Exterior
Noite Na região Oeste do Pântano do novo planeta
Skrull
Antes mesmo do casal de guerreiros thanagarianos pousar no solo,
seus olhos imediatamente examinam toda a área em busca
de um possível oponente em meio àquela região
desconhecida. Atrás deles, a vegetação densa
parece ideal para esconder ferozes inimigos. O mar movimenta-se
lentamente, querendo manter-se desapercebido.
Não entendo o que fazemos nesse planeta...
Não precisa entender nada, fêmea. exclama o guerreiro
thanagariano, com suas asas movimentando-se inquietas, pressentindo
o perigo e, instintivamente, desejando voar para bem longe Nada
além do fato que nossa sobrevivência depende da vitória.
As mãos do guerreiro alado quase soltam a maça medieval
quando seu corpo é violentamente puxado para dentro dos
mares do novo planeta dos Skrulls. Ele tenta se movimentar por
debaixo d'água, mas a dificuldade é tamanha que
seus olhos parecem ficar maiores, mais injetados e suas asas,
umedecidas, tornam seus movimentos mais lentos ainda. Duas mãos
pressionam suas mãos, querendo quebrá-las; a força
do seu oponente parece apenas se agigantar cada vez mais e, percebendo
isso, o thanagariano contrai as pernas e rapidamente as estica
com um golpe que atinge o inimigo e o joga para longe, permitindo
ao homem-pássaro nadar com dificuldade até a superfície.
Saindo das águas, ele volta a respirar, mas o oponente
voa sobre suas costas e aperta fortemente seu pescoço.
Solte a arma! Solte! o thanagariano sente
os dentes do inimigo ranger ao ouvir essas palavras em uma língua
que não consegue entender. Os olhos nublados do homem alado
vêem a guerreira engatilhar a arma laser, apontando para
o opositor que o segura. O som de galhos se quebrando soa forte,
de dentro da floresta, seguido do ruído do disparo de uma
rajada laser. Com movimentos graciosos, ela voa, fugindo dos raios.
Namor, o Príncipe Submarino, pressiona o pescoço
do guerreiro de asas com mais força e, utilizando o próprio
peso do corpo, leva o combatente de volta ao mar para dar fim
à luta.
Que monstro era aquele que levou o homem-pássaro? pergunta
um dos guerreiros skrulls, de arma em punho.
Não sei, mas me pareceu uma dessas monstruosas experiências
genéticas krees... o alienígena sente um vento
forte e só consegue ver o seu compatriota ser levantado
aos ares pela guerreira alada que, como uma ave de rapina após
a captura de sua presa, leva-o para longe, segurando-o por debaixo
dos braços.
Pare de espernear, soldado. Quer cair? diz ela.
Como resposta, o alienígena esverdeado começa a
ganhar um tom cinza no corpo e sua forma se torna mais robusta
e quadrada, se assemelhando em feitio e força ao concreto,
porém tão maleável quanto borracha; ele desfere
um murro violento no queixo da guerreira, que parece nada sentir
e, com o outro braço, envolve as asas dela, enroscando-se
e juntando-as para impedir a sua ação.
O skrull que não fora capturado começa a disparar,
atingindo-a com precisão. Ela perde o controle das asas
e começa a cair em movimentos espirais até chegar
em solo firme, desmaiando junto com seu prisioneiro transmorfo.
Com um salto silencioso, o Príncipe Submarino sai das águas
e começa uma luta com o skrull desperto, recebendo de imediato
uma cabeçada do alienígena. O guerreiro se prepara
para acionar a arma, mas Namor estira uma das pernas em um golpe
que o desarma; um soco intenso é desferido em seguida pelo
atlante no rosto de seu oponente, fazendo-o cair.
Namor fecha os olhos e murmura uma pequena prece, beijando em
seguida o pequeno amuleto em forma de tridente amarrado ao pescoço;
neste momento, cada vitória sua é uma benção
de seu deus. Após pegar a arma laser de seu adversário,
ele encaminha-se para os dois alienígenas desfalecidos.
Aparentemente, o skrull quebrou o pescoço na queda, tendo
morte instantânea. A thanagariana, mais resistente, começa
a se mexer e a se levantar assustada ao ver o Príncipe
Submarino apontar uma arma para ela.
Acalme-se, não lhe farei mal. Pode se levantar.
Por que não me mata logo? diz ela, já em pé.
Matá-la? Está brincando?
Somos inimigos. É o mais justo a se fazer.
Namor solta a arma e, com gestos rápidos, aproxima-se dela
e a segura fortemente. Face a face com a inimiga, ele a beija.
A resistência da oponente parece torná-lo mais forte,
mais obstinado; o grau de força que ele aplica para segurá-la
vai diminuindo aos poucos. Suas mãos sentem a forma dela
mudar, enchendo-se de cabelos louros enquanto acaricia o rosto
da thanagariana que, aos poucos, vai se revelando como sendo,
na verdade, a Supermoça. Ela, em sua forma padrão,
dá um pequeno empurrão no Príncipe Submarino.
Como soube? pergunta, atônita tanto com a descoberta
de sua identidade quanto com o beijo.
Não sabia. Mas Poseidon me ensinou a amar o inimigo durante
a batalha Namor sorri ironicamente, com estranheza e charme,
afastando-se dela.

Interior
Manhã em um Hospital de Nova York, Terra
Quando o repórter televisivo Jack Ryder sai do quarto de
hospital em que Clint Barton está internado, em coma, seus
pensamentos parecem estar a mil por hora, buscando um ponto de
conexão entre os fatos que encadearam o desastre do navio
petroleiro. Ele pressiona a caneta com força, quase partindo
ao meio.
"Eu preciso de um nome... Algo em que me apoiar", pensa
o repórter. "Arquimedes dizia que se lhe dessem um
ponto de apoio, ele moveria o mundo. É esse ponto, esse
pequeno indício, esse dado ainda desapercebido é
que pode me ajudar a ver com clareza quem é o responsável
pelo que ocorreu ao Mysteries. Claro que a IMA foi paga
para fazer o serviço, mas por quem? O Gavião, infelizmente,
não pode me ajudar. Não enquanto estiver em coma."
Uma maca entra velozmente no hospital, interrompendo os pensamentos
de Ryder e despertando sua curiosidade. Ele segue o paramédico
a passos rápidos.
O que houve com ele?
Múltiplas lesões pelo corpo... vários ossos
quebrados... O homem de roupa branca respira com dificuldade
ao falar e movimentar o doente. Foi agredido por uma gangue
rival... A polícia o encontrou há duas horas e...
o reconheceu como... sendo de uma... quadrilha de assaltantes
de bancos.
A porta por onde passam a maca e o paramédico bate e fecha
sucessivas vezes, deixando para trás um Jack Ryder cada
vez mais pensativo e curioso. No íntimo, ele segura uma
gargalhada arrebatadora que quer sair a qualquer custo e dominar
o hospital; Ryder sabe que, em breve, o Rastejante entrará
em ação.

Interior
Noite Quarto de hóspedes do Palácio dos Skrulls
O corpo do Capitão América desperta, completamente
dolorido. Ele nunca se acostumará com teletransportes.
Poucos segundos antes de ficar desacordado, o veterano herói
viu a Feiticeira Escarlate desatar em uma sessão involuntária
de vômito. Rogers não a condena.
Sentado na sua cama, meio tonto, ele começa a verificar
que ainda veste o uniforme em perfeito estado e seu escudo ainda
está em suas mãos. Começa a vasculhar o quarto
branco, de design alienígena, em busca de algo semelhante
a uma micro-câmera ou a um gravador, baseando-se em estudos
minuciosos da tecnologia skrull no arquivo dos Vingadores. Não
encontra nada, e isso acaba lhe causando certa estranheza.
Saudações, Capitão América
a voz firme e doce, oriunda de uma nuvem transparente,
domina o ambiente. Rogers inicialmente vê o contorno de
uma caveira que, em seguida, vai adquirindo traços humanóides,
fazendo com que ele, em alerta, segure seu escudo em posição
de combate.
As lutas cessaram, Capitão. Não há
motivo mais para alarme ou ataques de sua parte.
Por que sou prisioneiro, então? ele começa
a reconhecer a forma reptiliano-humanóide que vai se formando
à sua frente como sendo S'Byll, Imperatriz Skrull, líder
máxima do povo que teve o seu planeta de origem devorado
por Galactus.
Convidado seria mais adequado...
Desculpe-me, Imperatriz, mas diante de minhas condições
e da ausência de informações sobre meus amigos,
considero-me seu prisioneiro.
Ela balança ligeiramente os cabelos, aproxima-se um pouco
mais do americano e prossegue.
Perdão. Serei mais clara, se é o que deseja:
os skrulls desejam a paz com todos os outros povos, inclusive
a Terra.
Gostaria de acreditar nisso, mas o passado de seu povo
não permite.
Teria coragem de condenar uma raça inteira pelo
seu passado? Sem nos dar uma chance para um novo recomeço?
Abduções... Cárcere privado... Realmente,
um belo recomeço...
Capitão, neste momento estou oferecendo minha proposta
de paz para vários povos das mais variadas galáxias.
Em meu palácio estão representantes krees, durlanianos,
khúndios, thanagarianos, da Terra, do Império Badoon,
do Império Shi'ar, daxamitas e quantos mais possa imaginar.
E qual o motivo de tamanha mudança?
Não queremos conviver com mais séculos de
batalhas. Queremos a paz para reconstruir nosso mundo e nossos
jogos são a prova disso.
Jogos?
Jogos de luta, em que a superação é
necessária para ver qual o melhor exército, os melhores
guerreiros. Dois pares de cada raça entrarão em
combate com os pares de outras raças em vários pontos
de nosso novo planeta. É a única forma dos povos,
tão acostumados ao combate, calarem sua ânsia de
guerra.
Combates até a morte, imagino...
Capitão, os campeões de cada raça
estarão presentes e é inevitável que excessos
sejam cometidos. Mas a paz vale o sacrifício de poucas
vidas.
Pensamento interessante. Foi o que lhe fez explodir o navio
petroleiro na Terra?
Do que você fala? De um atentado à sua gente?
Não, de forma alguma fomos responsáveis por esse
ato... Diga-me, o que terei que fazer para provar a você
que o tempo de luta acabou?
Uma das paredes se levanta e uma série de monitores gigantescos
surgem, apresentando os mais diversos povos em combate. Ligeiramente
abismado, o Capitão América assiste a combates envolvendo
as mais variadas raças serem apresentados em seqüências
rápidas, como um videoclipe macabro com o som de música
orquestrada sinfonicamente, mas de forte percussão primitiva,
quase tribal. Em meio a tantas imagens, uma lhe chama a atenção.
Um ser disforme, assemelhando-se a um gorila, usa o uniforme rasgado
do Homem-Animal e luta ao lado de Thor, aparentemente enlouquecido,
de olhos irritados e semblante endurecido; ambos enfrentam seus
oponentes como que possuídos por forças estranhas.

Exterior
Noite Na região Sul do Pântano do novo planeta
Skrull
O gás acinzentado que sai das plantas invade os pulmões
dos dois Vingadores que, em meio à noite escura da floresta,
têm a visão completamente turva, impedindo uma noção
exata de onde estão e como fazer para sair de lá.
Atraentes vozes femininas, vindas de lugar nenhum, são
ouvidas; som de carros em alta velocidade e demônios batendo
os cascos; milhares de cheiros e sensações conduzem
seus corpos ao chão e espasmos musculares vêm em
seguida.
As plantas exóticas com que Buddy Baker e Thor entram em
contato são alucinógenas e chegam aos mais variados
sentidos do corpo; apenas um pequeno balançar, um pequeno
contato por puro acaso, como ocorreu, pode liberar o gás
alucinógeno.
Enquanto ambos tentam se recuperar, seus ouvidos ouvem sons de
uma luta não muito distante. Se a irritação
em seus olhos os deixasse perceber, veriam a derrota de dois guerreiros
Krees de pele azulada para Gladiador e Flamejante, dois membros
da Guarda Imperial de Shi'ar. Com um dos joelhos, Gladiador faz
o corpo do guerreiro Kree se curvar para, em seguida, de mãos
fechadas, golpeá-lo mortalmente na nuca; ao seu lado, Flamejante
sobrevoa o corpo sem vida do outro Kree derrotado, como um abutre
ao avistar carne morta.
Consegue observar aonde passa o rio Stereolon? Basta segui-lo,
pegar o Cinturão de Tifos e cumpriremos nossa parte nos
jogos.
Por ali, Gladiador. Flamejante aponta para o norte,
voando em seguida suavemente para a direção que
apontara, sendo seguido, em terra, pelo Gladiador. Param, com
certa surpresa, ao avistar bem em frente os corpos desacordados
dos dois Vingadores. A primeira reação que o Gladiador
tem é de seguir seu caminho. Porém, ele teme pelo
possível embaraço que aqueles dois podem causar
se deixados para recuperar forças e, mais adiante, capturarem
o Cinturão de Tifos.
Vamos matá-los. sugere Flamejante
Não vejo outra opção, infelizmente.
Nesse momento, os olhos de Buddy Baker, o Homem-Animal, avistam
com dificuldade um espécime gigantesco que se assemelha
a um gorila passar entre as sombras da floresta e concentra-se
para se conectar ao campo morfogenético, uma corrente que
o vincula a todos os animais.
Em poucos segundos, ele experimenta as conseqüências
de se ligar àquela fauna e ocorre uma transfiguração,
que normalmente não acontece, acentuada pelo gás
alucinógeno e pela natureza alienígena do animal
conectado. Seus músculos incham e ganham proporções
maiores, uma infinita quantidade de pêlos brota de seu corpo,
pequenas asas para planar nascem em suas axilas e a forma de suas
pernas se torna apta para o salto entre as árvores.
O Homem-Animal se levanta, corpo e rosto transfigurado em uma
besta demoníaca. Ele flexiona as pernas e salta violentamente
em direção a Flamejante que, assustado pelo ataque,
não tem tempo de se defender do golpe. Baker se aproveita
e apóia-se no ombro do adversário, arremessando
o próprio corpo deformado para o alto de uma árvore.
Como uma fera ensandecida, ele bate com o braço na árvore,
chamando o abatido guerreiro de Shi'ar para o combate.
O Gladiador, surpreso com a rapidez dos acontecimentos, mal consegue
segurar o braço direito de Thor quando este tenta golpeá-lo;
enfurecido e tendo seus sentidos alterados pelo efeito involuntário
do alucinógeno, o deus nórdico atinge com seu martelo
Mjolnir nas costelas do Gladiador, que urra com o impacto e dá
dois passos para trás, tentando-se afastar do inimigo.
Thor, a cabeça quase explodindo de dor, segura o líder
da Guarda Imperial de Shi'ar com firmeza pelo queixo. Fechando
um dos olhos, ele faz uma pequena mira, o rosto contraído
querendo deixar fugir uma expressão de deboche do inimigo.
Thor desfere um golpe certeiro no queixo do Gladiador que, imediatamente,
tem seu corpo projetado às alturas em um vôo involuntário.
O deus nórdico aperta os olhos, como que para ver melhor
o inimigo que segue em direção ao espaço.
Mandai lembranças à Odin, ó viajante!
grita Thor, explodindo em seguida em uma estrondosa gargalhada,
jogando a cabeça para trás.

Exterior
Noite Na região Leste do Pântano do novo planeta
Skrull
Reconhece os guerreiros? indaga a Feiticeira Escarlate,
enquanto massageia o pulso.
Khúndios e, aparentemente, vamos ver ainda mais;
esse planeta reúne a mais variada quantidade deles no que
parece uma espécie de disputa, um jogo entre alienígenas.
Eu não agüento mais isso, Visão. Sinto
como se estivesse numa sessão de O Dia em que a Terra
Parou... Acho que estou cansada ela senta-se debaixo
de uma árvore, próxima aos khúndios desacordados.
Sim. Talvez todos precisemos de umas férias.
Você? Um ser construído a partir do nada...
Falando de férias...
E qual o problema? seu pescoço quase se vira
para olhar Vanda nos olhos, mas desiste Os problemas porque
passamos ultimamente são desgastantes até mesmo
para uma máquina.
Econômico como sempre; no trabalho e na vida.
O sintozóide realiza um gesto que lembra o levantar de
uma sobrancelha, embora sua pele ascética e de textura
fria seja desprovida de pêlos. Ainda assim, resolve não
olhar diretamente para Vanda.
Acredito que não é o momento para velhas
magoas serem suscitadas.
Acha mesmo que eu saí do casamento magoada?
Acha mesmo que sou tão eletrônico e racional
como aparento e que não sei o que sente? finalmente
ele a olha nos olhos Às vezes, a aparente ausência
de emoções é um bom disfarce, Vanda.
Ela faz um breve silêncio.
Desculpe, Visão. Eu, mais do que ninguém,
deveria te conhecer.
Acredite, sua dor em ter vivido sucessivas tragédias
não me passou desapercebida. Seu enjôo diante do
teletransporte forçado que tivemos de passar foi apenas
conseqüência disso. Ele se aproxima dela com
cuidado e leveza, após fazer referência à
morte de seu segundo marido, Magnum, e ao desastre no navio petroleiro.
Um pequeno toque em seu rosto a faz sorrir.
Às vezes gostaria que tivesse dado certo.
Eu também. Mas em nossos corações,
sabemos que, de uma forma ou de outra, acertamos.
Rajadas lasers disparadas por um pequeno grupo de guerreiros do
Império Badoon interrompem a conversa entre os dois que,
imediatamente, adotam uma postura de combate, deixando para trás
seus pensamentos.

Interior
Noite Mansão dos Vingadores, Terra
Sim, sr. Presidente... É claro, sr. Presidente...
sentado em uma cadeira na cozinha e falando ao celular,
a ansiedade de Henry Peter Gyrich parece apenas crescer
Não, não... Com certeza, isso não é
uma fuga do grupo... Jamais fariam isso... É claro, senhor...
Em breve teremos o paradeiro... Como anda a saúde do velho
George? Que Deus o conserve... Na sua fazenda, esse final de semana?
Ficaria honrado, senhor. Boa noite.
Em contraste, assobiando My Way, de Frank Sinatra, surge
à sua frente um homem gordinho, calvo e com um semblante
tranqüilo. Com um peculiar interesse, Gyrich o observa se
aproximar da geladeira, retirar dois pedaços de frango
e colocá-los em uma tábua. Ainda nervoso e invejando
os gestos calmos e tranqüilos do homem, ele o vê cortar
os peitos de frango ao meio, no sentido longitudinal e, em seguida,
pegar o batedor de carne.
O segredo aqui é abrir o peito e bater até
a carne ficar bem macia o homem tranqüilo sorri para
o representante do governo e, em seguida, coloca uma fatia de
presunto e patê de fígado no centro de cada peito
Agora, é só fechar dobrando ao meio e umedecer
as extremidades com água.
Gyrich não acredita no que vê e ouve, seu rosto contraído
pelas recentes preocupações, folheando agora nervosamente
o jornal com a manchete Vingadores saem da Terra. O passar
sucessivo das fatias de peitos de frango sobre a farinha de trigo,
o ovo batido e a farinha de rosca parece provocá-lo ainda
mais. Em seguida, vê o homem preparar um molho madeira para,
em seguida, colocar os peitos de frango para fritar até
ficarem dourados.
Por Deus. Como você agüenta? Gyrich explode
em tensão.
O mordomo dos Vingadores aponta para o aparelho em cima do fogão.
Não se preocupe, a fritura não nos atingirá.
Você me entendeu, Jarvis...
Conheço-os melhor do que o senhor e sei que voltarão
sãos e salvos; o senhor e nossa convidada não devem
perder o apetite por isso.
A campainha toca.
Deve ser ela Jarvis retira o avental e vai até
a porta.
Convidada? Mas que convidada??!!
Ao abrir a porta, o mordomo vê uma senhora de cabelos brancos
e olhar misterioso surgir com um gato preto aos seus pés.
Seja bem vinda, senhora Harkness. Entre, por favor.
Agatha Harkness, instrutora pessoal de Vanda Maximoff em assuntos
mágicos, adentra a Mansão dos Vingadores para se
hospedar por tempo indeterminado e, com tranqüilidade e segurança,
aguarda o desenrolar dos acontecimentos que fizeram sua pupila
desaparecer. Gyrich retira uma caneta do bolso e, junto a um bloco
de notas, começa a fazer umas anotações,
mas não sem antes resmungar:
Uma bruxa velha... era só o que me faltava...
O Diretor do Departamento de Operações Extranormais
levanta-se da cadeira de repente, deixando-a cair, quando uma
cobra de língua tripartida sibila e enrosca-se em seu pescoço.
Uma cobra que, segundos antes, ele segurava como sendo sua caneta.
Nem sempre as coisas são como seus olhos vêem,
senhor Gyrich. Nem sempre... a senhora Harkness faz um
pequeno afago em seu gato preto.

Exterior
Noite Na região Norte do Pântano do novo planeta
Skrull
Apareça, demônio! berra o Superskull.
Um corte aparece em uma de suas pernas, começando a sangrar,
efeito de um ferrão energético.
Desgraçada! os gritos sucessivos do
alienígena parecem ser para ganhar força.
Assim que Natasha Romanoff surge para dar combate ao Superskrull
ele se levanta com uma recuperação surpreendente
e desfere uma voadora que a desequilibra. Novamente, com mais
força, o Superskrull desfere uma seqüência de
golpes que a deixam desacordada. Ele a põe nos ombros e
a joga sobre Pietro, também fora de combate. Seu intercomunicador
toca.
Kl'rt diz o Super Skrull, identificando-se pelo
seu verdadeiro nome.
Senhor, conseguimos vencer o grupo daxamita e obtivemos
o elmo para encerrar a partida. Acreditamos que os Skrulls serão
um dos dois finalistas do torneio.
E quem seria o outro? pergunta Kl'rt, já
sabendo a resposta.
Os terráqueos.
Perfeito. Avise a todas as unidades e a base Skrull que
a fase dois começa agora.
No próximo número: a conclusão da
aventura
:: Notas do Autor
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