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Vingadores # 03

Por Dell Freire

O Admirável Mundo Novo dos Skrulls
Parte I

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Exterior — Noite — Na região Oeste do Pântano do novo planeta Skrull

Antes mesmo do casal de guerreiros thanagarianos pousar no solo, seus olhos imediatamente examinam toda a área em busca de um possível oponente em meio àquela região desconhecida. Atrás deles, a vegetação densa parece ideal para esconder ferozes inimigos. O mar movimenta-se lentamente, querendo manter-se desapercebido.

— Não entendo o que fazemos nesse planeta...

— Não precisa entender nada, fêmea. — exclama o guerreiro thanagariano, com suas asas movimentando-se inquietas, pressentindo o perigo e, instintivamente, desejando voar para bem longe — Nada além do fato que nossa sobrevivência depende da vitória.

As mãos do guerreiro alado quase soltam a maça medieval quando seu corpo é violentamente puxado para dentro dos mares do novo planeta dos Skrulls. Ele tenta se movimentar por debaixo d'água, mas a dificuldade é tamanha que seus olhos parecem ficar maiores, mais injetados e suas asas, umedecidas, tornam seus movimentos mais lentos ainda. Duas mãos pressionam suas mãos, querendo quebrá-las; a força do seu oponente parece apenas se agigantar cada vez mais e, percebendo isso, o thanagariano contrai as pernas e rapidamente as estica com um golpe que atinge o inimigo e o joga para longe, permitindo ao homem-pássaro nadar com dificuldade até a superfície.

Saindo das águas, ele volta a respirar, mas o oponente voa sobre suas costas e aperta fortemente seu pescoço.

— Solte a arma! Solte! — o thanagariano sente os dentes do inimigo ranger ao ouvir essas palavras em uma língua que não consegue entender. Os olhos nublados do homem alado vêem a guerreira engatilhar a arma laser, apontando para o opositor que o segura. O som de galhos se quebrando soa forte, de dentro da floresta, seguido do ruído do disparo de uma rajada laser. Com movimentos graciosos, ela voa, fugindo dos raios. Namor, o Príncipe Submarino, pressiona o pescoço do guerreiro de asas com mais força e, utilizando o próprio peso do corpo, leva o combatente de volta ao mar para dar fim à luta.

— Que monstro era aquele que levou o homem-pássaro? — pergunta um dos guerreiros skrulls, de arma em punho.

— Não sei, mas me pareceu uma dessas monstruosas experiências genéticas krees... — o alienígena sente um vento forte e só consegue ver o seu compatriota ser levantado aos ares pela guerreira alada que, como uma ave de rapina após a captura de sua presa, leva-o para longe, segurando-o por debaixo dos braços.

— Pare de espernear, soldado. Quer cair? — diz ela.

Como resposta, o alienígena esverdeado começa a ganhar um tom cinza no corpo e sua forma se torna mais robusta e quadrada, se assemelhando em feitio e força ao concreto, porém tão maleável quanto borracha; ele desfere um murro violento no queixo da guerreira, que parece nada sentir e, com o outro braço, envolve as asas dela, enroscando-se e juntando-as para impedir a sua ação.

O skrull que não fora capturado começa a disparar, atingindo-a com precisão. Ela perde o controle das asas e começa a cair em movimentos espirais até chegar em solo firme, desmaiando junto com seu prisioneiro transmorfo.

Com um salto silencioso, o Príncipe Submarino sai das águas e começa uma luta com o skrull desperto, recebendo de imediato uma cabeçada do alienígena. O guerreiro se prepara para acionar a arma, mas Namor estira uma das pernas em um golpe que o desarma; um soco intenso é desferido em seguida pelo atlante no rosto de seu oponente, fazendo-o cair.

Namor fecha os olhos e murmura uma pequena prece, beijando em seguida o pequeno amuleto em forma de tridente amarrado ao pescoço; neste momento, cada vitória sua é uma benção de seu deus. Após pegar a arma laser de seu adversário, ele encaminha-se para os dois alienígenas desfalecidos. Aparentemente, o skrull quebrou o pescoço na queda, tendo morte instantânea. A thanagariana, mais resistente, começa a se mexer e a se levantar assustada ao ver o Príncipe Submarino apontar uma arma para ela.

— Acalme-se, não lhe farei mal. Pode se levantar.

— Por que não me mata logo? — diz ela, já em pé.

— Matá-la? Está brincando?

— Somos inimigos. É o mais justo a se fazer.

Namor solta a arma e, com gestos rápidos, aproxima-se dela e a segura fortemente. Face a face com a inimiga, ele a beija. A resistência da oponente parece torná-lo mais forte, mais obstinado; o grau de força que ele aplica para segurá-la vai diminuindo aos poucos. Suas mãos sentem a forma dela mudar, enchendo-se de cabelos louros enquanto acaricia o rosto da thanagariana que, aos poucos, vai se revelando como sendo, na verdade, a Supermoça. Ela, em sua forma padrão, dá um pequeno empurrão no Príncipe Submarino.

— Como soube? — pergunta, atônita tanto com a descoberta de sua identidade quanto com o beijo.

— Não sabia. Mas Poseidon me ensinou a amar o inimigo durante a batalha — Namor sorri ironicamente, com estranheza e charme, afastando-se dela.

Interior — Manhã em um Hospital de Nova York, Terra

Quando o repórter televisivo Jack Ryder sai do quarto de hospital em que Clint Barton está internado, em coma, seus pensamentos parecem estar a mil por hora, buscando um ponto de conexão entre os fatos que encadearam o desastre do navio petroleiro. Ele pressiona a caneta com força, quase partindo ao meio.
"Eu preciso de um nome... Algo em que me apoiar", pensa o repórter. "Arquimedes dizia que se lhe dessem um ponto de apoio, ele moveria o mundo. É esse ponto, esse pequeno indício, esse dado ainda desapercebido é que pode me ajudar a ver com clareza quem é o responsável pelo que ocorreu ao Mysteries. Claro que a IMA foi paga para fazer o serviço, mas por quem? O Gavião, infelizmente, não pode me ajudar. Não enquanto estiver em coma."

Uma maca entra velozmente no hospital, interrompendo os pensamentos de Ryder e despertando sua curiosidade. Ele segue o paramédico a passos rápidos.

— O que houve com ele?

— Múltiplas lesões pelo corpo... vários ossos quebrados... — O homem de roupa branca respira com dificuldade ao falar e movimentar o doente. — Foi agredido por uma gangue rival... A polícia o encontrou há duas horas e... o reconheceu como... sendo de uma... quadrilha de assaltantes de bancos.

A porta por onde passam a maca e o paramédico bate e fecha sucessivas vezes, deixando para trás um Jack Ryder cada vez mais pensativo e curioso. No íntimo, ele segura uma gargalhada arrebatadora que quer sair a qualquer custo e dominar o hospital; Ryder sabe que, em breve, o Rastejante entrará em ação.

Interior — Noite — Quarto de hóspedes do Palácio dos Skrulls

O corpo do Capitão América desperta, completamente dolorido. Ele nunca se acostumará com teletransportes. Poucos segundos antes de ficar desacordado, o veterano herói viu a Feiticeira Escarlate desatar em uma sessão involuntária de vômito. Rogers não a condena.

Sentado na sua cama, meio tonto, ele começa a verificar que ainda veste o uniforme em perfeito estado e seu escudo ainda está em suas mãos. Começa a vasculhar o quarto branco, de design alienígena, em busca de algo semelhante a uma micro-câmera ou a um gravador, baseando-se em estudos minuciosos da tecnologia skrull no arquivo dos Vingadores. Não encontra nada, e isso acaba lhe causando certa estranheza.

— Saudações, Capitão América — a voz firme e doce, oriunda de uma nuvem transparente, domina o ambiente. Rogers inicialmente vê o contorno de uma caveira que, em seguida, vai adquirindo traços humanóides, fazendo com que ele, em alerta, segure seu escudo em posição de combate.

— As lutas cessaram, Capitão. Não há motivo mais para alarme ou ataques de sua parte.

— Por que sou prisioneiro, então? — ele começa a reconhecer a forma reptiliano-humanóide que vai se formando à sua frente como sendo S'Byll, Imperatriz Skrull, líder máxima do povo que teve o seu planeta de origem devorado por Galactus.

— Convidado seria mais adequado...

— Desculpe-me, Imperatriz, mas diante de minhas condições e da ausência de informações sobre meus amigos, considero-me seu prisioneiro.

Ela balança ligeiramente os cabelos, aproxima-se um pouco mais do americano e prossegue.

— Perdão. Serei mais clara, se é o que deseja: os skrulls desejam a paz com todos os outros povos, inclusive a Terra.

— Gostaria de acreditar nisso, mas o passado de seu povo não permite.

— Teria coragem de condenar uma raça inteira pelo seu passado? Sem nos dar uma chance para um novo recomeço?

— Abduções... Cárcere privado... Realmente, um belo recomeço...

— Capitão, neste momento estou oferecendo minha proposta de paz para vários povos das mais variadas galáxias. Em meu palácio estão representantes krees, durlanianos, khúndios, thanagarianos, da Terra, do Império Badoon, do Império Shi'ar, daxamitas e quantos mais possa imaginar.

— E qual o motivo de tamanha mudança?

— Não queremos conviver com mais séculos de batalhas. Queremos a paz para reconstruir nosso mundo e nossos jogos são a prova disso.

— Jogos?

— Jogos de luta, em que a superação é necessária para ver qual o melhor exército, os melhores guerreiros. Dois pares de cada raça entrarão em combate com os pares de outras raças em vários pontos de nosso novo planeta. É a única forma dos povos, tão acostumados ao combate, calarem sua ânsia de guerra.

— Combates até a morte, imagino...

— Capitão, os campeões de cada raça estarão presentes e é inevitável que excessos sejam cometidos. Mas a paz vale o sacrifício de poucas vidas.

— Pensamento interessante. Foi o que lhe fez explodir o navio petroleiro na Terra?

— Do que você fala? De um atentado à sua gente? Não, de forma alguma fomos responsáveis por esse ato... Diga-me, o que terei que fazer para provar a você que o tempo de luta acabou?

Uma das paredes se levanta e uma série de monitores gigantescos surgem, apresentando os mais diversos povos em combate. Ligeiramente abismado, o Capitão América assiste a combates envolvendo as mais variadas raças serem apresentados em seqüências rápidas, como um videoclipe macabro com o som de música orquestrada sinfonicamente, mas de forte percussão primitiva, quase tribal. Em meio a tantas imagens, uma lhe chama a atenção. Um ser disforme, assemelhando-se a um gorila, usa o uniforme rasgado do Homem-Animal e luta ao lado de Thor, aparentemente enlouquecido, de olhos irritados e semblante endurecido; ambos enfrentam seus oponentes como que possuídos por forças estranhas.

Exterior — Noite — Na região Sul do Pântano do novo planeta Skrull

O gás acinzentado que sai das plantas invade os pulmões dos dois Vingadores que, em meio à noite escura da floresta, têm a visão completamente turva, impedindo uma noção exata de onde estão e como fazer para sair de lá. Atraentes vozes femininas, vindas de lugar nenhum, são ouvidas; som de carros em alta velocidade e demônios batendo os cascos; milhares de cheiros e sensações conduzem seus corpos ao chão e espasmos musculares vêm em seguida.

As plantas exóticas com que Buddy Baker e Thor entram em contato são alucinógenas e chegam aos mais variados sentidos do corpo; apenas um pequeno balançar, um pequeno contato por puro acaso, como ocorreu, pode liberar o gás alucinógeno.

Enquanto ambos tentam se recuperar, seus ouvidos ouvem sons de uma luta não muito distante. Se a irritação em seus olhos os deixasse perceber, veriam a derrota de dois guerreiros Krees de pele azulada para Gladiador e Flamejante, dois membros da Guarda Imperial de Shi'ar. Com um dos joelhos, Gladiador faz o corpo do guerreiro Kree se curvar para, em seguida, de mãos fechadas, golpeá-lo mortalmente na nuca; ao seu lado, Flamejante sobrevoa o corpo sem vida do outro Kree derrotado, como um abutre ao avistar carne morta.

— Consegue observar aonde passa o rio Stereolon? Basta segui-lo, pegar o Cinturão de Tifos e cumpriremos nossa parte nos jogos.

— Por ali, Gladiador. — Flamejante aponta para o norte, voando em seguida suavemente para a direção que apontara, sendo seguido, em terra, pelo Gladiador. Param, com certa surpresa, ao avistar bem em frente os corpos desacordados dos dois Vingadores. A primeira reação que o Gladiador tem é de seguir seu caminho. Porém, ele teme pelo possível embaraço que aqueles dois podem causar se deixados para recuperar forças e, mais adiante, capturarem o Cinturão de Tifos.

— Vamos matá-los. — sugere Flamejante

— Não vejo outra opção, infelizmente.

Nesse momento, os olhos de Buddy Baker, o Homem-Animal, avistam com dificuldade um espécime gigantesco que se assemelha a um gorila passar entre as sombras da floresta e concentra-se para se conectar ao campo morfogenético, uma corrente que o vincula a todos os animais.

Em poucos segundos, ele experimenta as conseqüências de se ligar àquela fauna e ocorre uma transfiguração, que normalmente não acontece, acentuada pelo gás alucinógeno e pela natureza alienígena do animal conectado. Seus músculos incham e ganham proporções maiores, uma infinita quantidade de pêlos brota de seu corpo, pequenas asas para planar nascem em suas axilas e a forma de suas pernas se torna apta para o salto entre as árvores.

O Homem-Animal se levanta, corpo e rosto transfigurado em uma besta demoníaca. Ele flexiona as pernas e salta violentamente em direção a Flamejante que, assustado pelo ataque, não tem tempo de se defender do golpe. Baker se aproveita e apóia-se no ombro do adversário, arremessando o próprio corpo deformado para o alto de uma árvore. Como uma fera ensandecida, ele bate com o braço na árvore, chamando o abatido guerreiro de Shi'ar para o combate.

O Gladiador, surpreso com a rapidez dos acontecimentos, mal consegue segurar o braço direito de Thor quando este tenta golpeá-lo; enfurecido e tendo seus sentidos alterados pelo efeito involuntário do alucinógeno, o deus nórdico atinge com seu martelo Mjolnir nas costelas do Gladiador, que urra com o impacto e dá dois passos para trás, tentando-se afastar do inimigo. Thor, a cabeça quase explodindo de dor, segura o líder da Guarda Imperial de Shi'ar com firmeza pelo queixo. Fechando um dos olhos, ele faz uma pequena mira, o rosto contraído querendo deixar fugir uma expressão de deboche do inimigo.

Thor desfere um golpe certeiro no queixo do Gladiador que, imediatamente, tem seu corpo projetado às alturas em um vôo involuntário. O deus nórdico aperta os olhos, como que para ver melhor o inimigo que segue em direção ao espaço.

— Mandai lembranças à Odin, ó viajante! — grita Thor, explodindo em seguida em uma estrondosa gargalhada, jogando a cabeça para trás.

Exterior — Noite — Na região Leste do Pântano do novo planeta Skrull

— Reconhece os guerreiros? — indaga a Feiticeira Escarlate, enquanto massageia o pulso.

— Khúndios e, aparentemente, vamos ver ainda mais; esse planeta reúne a mais variada quantidade deles no que parece uma espécie de disputa, um jogo entre alienígenas.

— Eu não agüento mais isso, Visão. Sinto como se estivesse numa sessão de O Dia em que a Terra Parou... Acho que estou cansada — ela senta-se debaixo de uma árvore, próxima aos khúndios desacordados.

— Sim. Talvez todos precisemos de umas férias.

— Você? Um ser construído a partir do nada... Falando de férias...

— E qual o problema? — seu pescoço quase se vira para olhar Vanda nos olhos, mas desiste — Os problemas porque passamos ultimamente são desgastantes até mesmo para uma máquina.

— Econômico como sempre; no trabalho e na vida.

O sintozóide realiza um gesto que lembra o levantar de uma sobrancelha, embora sua pele ascética e de textura fria seja desprovida de pêlos. Ainda assim, resolve não olhar diretamente para Vanda.

— Acredito que não é o momento para velhas magoas serem suscitadas.

— Acha mesmo que eu saí do casamento magoada?

— Acha mesmo que sou tão eletrônico e racional como aparento e que não sei o que sente? — finalmente ele a olha nos olhos — Às vezes, a aparente ausência de emoções é um bom disfarce, Vanda.

Ela faz um breve silêncio.

— Desculpe, Visão. Eu, mais do que ninguém, deveria te conhecer.

— Acredite, sua dor em ter vivido sucessivas tragédias não me passou desapercebida. Seu enjôo diante do teletransporte forçado que tivemos de passar foi apenas conseqüência disso. — Ele se aproxima dela com cuidado e leveza, após fazer referência à morte de seu segundo marido, Magnum, e ao desastre no navio petroleiro. Um pequeno toque em seu rosto a faz sorrir.

— Às vezes gostaria que tivesse dado certo.

— Eu também. Mas em nossos corações, sabemos que, de uma forma ou de outra, acertamos.

Rajadas lasers disparadas por um pequeno grupo de guerreiros do Império Badoon interrompem a conversa entre os dois que, imediatamente, adotam uma postura de combate, deixando para trás seus pensamentos.

Interior — Noite — Mansão dos Vingadores, Terra

— Sim, sr. Presidente... É claro, sr. Presidente... — sentado em uma cadeira na cozinha e falando ao celular, a ansiedade de Henry Peter Gyrich parece apenas crescer — Não, não... Com certeza, isso não é uma fuga do grupo... Jamais fariam isso... É claro, senhor... Em breve teremos o paradeiro... Como anda a saúde do velho George? Que Deus o conserve... Na sua fazenda, esse final de semana? Ficaria honrado, senhor. Boa noite.

Em contraste, assobiando My Way, de Frank Sinatra, surge à sua frente um homem gordinho, calvo e com um semblante tranqüilo. Com um peculiar interesse, Gyrich o observa se aproximar da geladeira, retirar dois pedaços de frango e colocá-los em uma tábua. Ainda nervoso e invejando os gestos calmos e tranqüilos do homem, ele o vê cortar os peitos de frango ao meio, no sentido longitudinal e, em seguida, pegar o batedor de carne.

— O segredo aqui é abrir o peito e bater até a carne ficar bem macia — o homem tranqüilo sorri para o representante do governo e, em seguida, coloca uma fatia de presunto e patê de fígado no centro de cada peito — Agora, é só fechar dobrando ao meio e umedecer as extremidades com água.

Gyrich não acredita no que vê e ouve, seu rosto contraído pelas recentes preocupações, folheando agora nervosamente o jornal com a manchete Vingadores saem da Terra. O passar sucessivo das fatias de peitos de frango sobre a farinha de trigo, o ovo batido e a farinha de rosca parece provocá-lo ainda mais. Em seguida, vê o homem preparar um molho madeira para, em seguida, colocar os peitos de frango para fritar até ficarem dourados.

— Por Deus. Como você agüenta? — Gyrich explode em tensão.

O mordomo dos Vingadores aponta para o aparelho em cima do fogão.

— Não se preocupe, a fritura não nos atingirá.

— Você me entendeu, Jarvis...

— Conheço-os melhor do que o senhor e sei que voltarão sãos e salvos; o senhor e nossa convidada não devem perder o apetite por isso.

A campainha toca.

— Deve ser ela — Jarvis retira o avental e vai até a porta.

— Convidada? Mas que convidada??!!

Ao abrir a porta, o mordomo vê uma senhora de cabelos brancos e olhar misterioso surgir com um gato preto aos seus pés.

— Seja bem vinda, senhora Harkness. Entre, por favor.

Agatha Harkness, instrutora pessoal de Vanda Maximoff em assuntos mágicos, adentra a Mansão dos Vingadores para se hospedar por tempo indeterminado e, com tranqüilidade e segurança, aguarda o desenrolar dos acontecimentos que fizeram sua pupila desaparecer. Gyrich retira uma caneta do bolso e, junto a um bloco de notas, começa a fazer umas anotações, mas não sem antes resmungar:

— Uma bruxa velha... era só o que me faltava...

O Diretor do Departamento de Operações Extranormais levanta-se da cadeira de repente, deixando-a cair, quando uma cobra de língua tripartida sibila e enrosca-se em seu pescoço. Uma cobra que, segundos antes, ele segurava como sendo sua caneta.

— Nem sempre as coisas são como seus olhos vêem, senhor Gyrich. Nem sempre... — a senhora Harkness faz um pequeno afago em seu gato preto.

Exterior — Noite — Na região Norte do Pântano do novo planeta Skrull

— Apareça, demônio! —
berra o Superskull.

Um corte aparece em uma de suas pernas, começando a sangrar, efeito de um ferrão energético.

— Desgraçada! — os gritos sucessivos do alienígena parecem ser para ganhar força.

Assim que Natasha Romanoff surge para dar combate ao Superskrull ele se levanta com uma recuperação surpreendente e desfere uma voadora que a desequilibra. Novamente, com mais força, o Superskrull desfere uma seqüência de golpes que a deixam desacordada. Ele a põe nos ombros e a joga sobre Pietro, também fora de combate. Seu intercomunicador toca.

— Kl'rt — diz o Super Skrull, identificando-se pelo seu verdadeiro nome.

— Senhor, conseguimos vencer o grupo daxamita e obtivemos o elmo para encerrar a partida. Acreditamos que os Skrulls serão um dos dois finalistas do torneio.

— E quem seria o outro? — pergunta Kl'rt, já sabendo a resposta.

— Os terráqueos.

— Perfeito. Avise a todas as unidades e a base Skrull que a fase dois começa agora.

No próximo número: a conclusão da aventura

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