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Homem-Aranha # 11

Por Eduardo Sales Filho

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Four Freedoms Plaza — 00h11

Peter Parker demorou quase uma hora para chegar à base do Quarteto Fantástico. Trajando seu uniforme de Homem-Aranha e carregando sua esposa, Mary Jane, nos braços, ele chuta a porta principal do prédio, acionando centenas de alarmes e dispositivos de segurança.

Disparos ultra-sônicos atordoam seus sentidos. Parker cai de joelhos. Olha para a mulher desfalecida em seu colo, a mulher que ama mais que a si mesmo. Não falhará com ela. Tirando forças do amor que nutre por Mary Jane, Peter se concentra, tentando filtrar os sons e recobrar o controle sobre seu corpo. Arranca um pedaço do piso e atira na direção que seu sentido de aranha indica. O barulho ensurdecedor cessa.

O Aranha ergue-se com dificuldade. Antes de pegar sua esposa do chão, é atacado por dois robôs de segurança. Orientado por seus sentidos, ele desvia-se dos disparos laser e numa sucessão de saltos, acaba por atingir a cabeça do primeiro autômato, destruindo-o. O segundo adversário parte para combater o herói, mas é surpreendido pelo lustre, que despenca sobre ele. Quando a poeira assenta, pode-se notar teias que ligam a luminária ao ponto onde o Aranha está.

Vencidos os inimigos, Parker volta-se para sua esposa. Um terceiro robô a está arrastando para dentro de uma sala. O Aranha salta em direção aos dois, mas é capturado por um raio de estase que o deixa imóvel.

— Não! Mary Jane! Alguém me tire daqui! Eu preciso salvar Mary Jane!

— A Sra. Parker está muito bem agora. Que tal você me explicar o que está acontecendo aqui? Que idéia foi essa de invadir o Four Freedoms Plaza, Aranha?!

— Reed? Graças a Deus! Eu vim te procurar, te pedir ajuda! Mary Jane vai morrer. Só você pode salvá-la!

— Você me explica essa história direito... — o raio é desligado e Parker cai no chão. — ... a caminho do laboratório. — Reed Richards, o Senhor Fantástico, entra no elevador expresso, sendo seguido pelo Homem-Aranha.

Minutos depois...

— E isso é tudo, Reed. Os médicos dizem que ela vai morrer de qualquer jeito!

— Alguma idéia do que pode ter causado essa mutação na gestação?

— Sim. — O Aranha retira sua máscara, revelando a face de Peter Parker. — Eu!

Wall Street — 01h02

Max Dillon, o criminoso conhecido como Electro, observa o prédio do First National Bank. Por duas semanas, ele tem feito a mesma coisa. Já sabe os hábitos e rotinas dos guardas. Esta noite, ele vai fazer uso desses conhecimentos. "Daqui a três minutos a guarda vai ser trocada", pensa. "Então, eu ataco!"

Quando o último segurança entra no carro e parte, Dillon salta sobre os cabos de energia e desliza até o seu alvo. Usando seus poderes elétricos, incapacita as travas da janela onde parou e penetra no edifício.

Seu corpo solta pequenas descargas de energia, suficientes apenas para iluminar o ambiente à sua volta. A medida que se desloca pelo prédio, vai causando curtos-circuitos em alarmes, câmeras e sensores de movimento. "Este vai ser o golpe da minha vida", pensa.

— Paradinho aí, seja você quem for! — Electro é surpreendido por um dos seguranças.

— Ora, ora... — o vilão volta-se para o guarda — ... você não deveria estar aqui agora. Eu chequei.

— Precisei ficar até mais tarde para consertar umas coisas... — o vigia se incomoda ao notar as informações de que seu interlocutor dispõe. — Não sei como você sabe disso, moço. Mas daqui a pouco vai ser inútil. Eu já chamei a polícia, eles vão cercar o prédio em segundos.

— Nesse caso, creio que precisarei de reféns! — Electro dispara uma rajada elétrica. O oficial Jonh Beauty, também conhecido como JB, desmaia.

— Faz sentido, Sr. Parker. Essa aranha radiativa mudou o seu DNA, e deve ter feito o mesmo com o material genético contido em seu sêmen.

— Pode me chamar de Peter, Reed. Ou de Aranha, se preferir.

— Vou demorar um pouco para me acostumar à situação... Aranha. Afinal não esperava que você fosse me revelar sua identidade secreta.

— Ela não importa mais. Nada importa a não ser Mary Jane...

— Farei o possível para salvá-la. Sei que você também é um cientista, sua ajuda será bem vinda.

— Claro! O que devo fazer?

— Comece retirando uma amostra de sangue sua e da Sra. Parker. Preciso descobrir em que ponto seu DNA foi alterado e como fazer para que isso não prejudique sua esposa.

— É pra já!

Os dois homens concentram-se em uma corrida de vida ou morte. Por um momento esquecem-se que são heróis e assumem sua porção de cientistas geniais.

Hubert Carpenter acaba de voltar para casa após mais uma noite de patrulha como o vigilante Morsa. Enquanto pega uma cerveja na geladeira, liga a TV.

— "E atenção! Interrompemos a nossa programação para uma notícia de última hora. O vilão conhecido como Electro está cercado no First National Bank, de Wall Street. Fontes da polícia informam que, no momento, existem cinco seguranças no interior do prédio. Não se sabe quantos foram feitos reféns. A SWAT já foi chamada para invadir o banco e capturar Electro. Voltaremos a qualquer momento com novas informações."

O Morsa já não está mais na sala.

— "... banco e capturar Electro. Voltamos a qualquer momento com novas informações."

Parker desliga a TV.

— Aranha? Algum problema?

— Nada demais, Reed. Só um babaca qualquer tentando assaltar um banco.

— Quem é desta vez?

— Electro.

— Ele faz parte da sua 'galeria de vilões', não é? Se quiser, pode ir pegá-lo. Cuido de tudo aqui sozinho.

— Obrigado, mas prefiro ficar ao lado da minha esposa.

— Entendo. Tentarei localizar os outros membros do Quarteto e pedirei que eles intervenham.

— Valeu, Reed! Mas não se preocupe. Do jeito que tem heróis nesta cidade, muito me admira alguém não ter chegado lá ainda. Pra ser sincero, nunca entendi porque os esses caras insistem em atacar Nova Iorque. A cidade deve ter a maior média de meta-humanos por metro quadrado do mundo!

— Admito que este pensamento nunca me ocorreu... Intrigante.

— As vezes parece até coisa de desenho animado. Ou pior, de histórias em quadrinhos!

O diálogo é interrompido quando Mary Jane começa a convulsionar. O Senhor Fantástico aplica rapidamente uma injeção, controlando os espasmos que atingem o corpo da moça.

— O que foi isso, Reed?

— Mary Jane sofreu convulsões. Temo que, se não fizermos nada rápido, possamos perdê-la.

Conclui na próxima edição



 
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