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Por
Josa Jr.
Retrocesso
"Eu sou Kyle
Rayner. Sou o Lanterna Verde, detentor da arma mais poderosa que
existe. Apesar disso, não posso deixar de sentir um frio
na minha espinha."
"Aqui estamos. No passado do Universo. Diante de uma congregação
tão grande de Guardiões do Universo e Lanternas,
que é impossível contar quanta gente está
aqui. Todos os olhos de Oa estão voltados para nós,
nos observando atentamente. Mesmo tendo visto coisas mais assustadoras
que a Tropa, estar aqui traz uma sensação de responsabilidade
aquela que volta de vez em quando, para avisar que sou parte
de uma tradição maior do que poderia imaginar. Ao
contrário de mim, Hal Jordan, do meu lado, mantém
a mesma postura séria desde que chegamos. Sem hesitar,
ele tira o capuz e fala em voz alta."
Nós somos Lanternas em um futuro caótico. O universo
está sem guardiões. Sem heróis. Apenas um
homem mantém a paz Hal aponta para mim, me deixando mais
sem graça que eu já estava. Nós queremos
recriar a Tropa. Uma parcela de seus poderes nos ajudaria.
Este jovem é o último Lanterna Verde? pergunta
um Guardião. Seu nome é Sthodiec, pelo que informou
meu anel. Engraçado ele ter esses dados mesmo tendo sido
criado após a morte dos Guardiões. Mas o importante
é saber o que Hal responderá.
Sim, seu nome é Kyle Rayner. Ele é da Terra, como
eu.
Se ele é o último Lanterna, quem é você,
que detém a energia esmeralda em seu corpo? diz o guardião
Zodre, ainda desconfiado.
Sou Hal Jordan, da Terra. Fui um dos últimos Lanternas.
Minhas energias são o que restou da bateria e do poder
dos guardiões. Ganthet, o último guardião
na minha era, passou parte de seu poder para mim.
Ganthet? O então novato Sinestro o procura na gigantesca
câmara onde estamos. Um Lanterna careca e de pele rosa coloca-se
à frente e fala.
Se Ganthet ofereceu parte de seus poderes, devemos confiar neles
Abin Sur continua. Além do que, se são Lanternas
da Terra, devem ser meus sucessores do Setor 2814. Eu passei o
anel para você, jovem?
N-não. Você passou para Hal.
Incrível! E suponho que ele passou para você.
Bem...
Chega de perder tempo com bobagens, Abin Sur! Kilowog voa
e se coloca ao lado de Abin. "Então este é
o Kilowog!" Não existem provas de que esses caras
são do futuro. Cabe aos Guardiões a decisão
final.
Kilowog... Hal Jordan fecha os olhos depois de rever o amigo
que ele mesmo assassinou. Ele ora para que o destino reservado
aos dois nunca aconteça, mas ao mesmo tempo, sabe que é
impossível.
Sim. Caberá aos Guardiões decidirem. Ganthet
levanta-se de seu assento e olha para Kilowog. Vocês,
Lanternas, tem uma missão mais importante no momento. O
Devorador de Mundos está se dirigindo a mais um planeta.
Provavelmente, seu alvo será o mundo conhecido por Krypton,
pois é o primeiro planeta habitado que sua nave avistará.
Os Lanternas deverão cuidar para que a raça kryptoniana
não morra.
Muito bem... Atenção, Lanternas! Kilowog grita,
e todos os portadores de anel se levantam, preparando-se para
mais uma batalha. Daqui a uma hora vamos para Krypton, pra tentarmos
salvar parte daqueles cientistas malucos!
Krypton? Maldição!
Hal?
Venha comigo, Kyle! Não podemos deixar que os Lanternas
obedeçam os Guardiões. Tsc, parece que é
minha sina se colocar contra as decisões deles, não
importa em que momento do tempo.
"Achei que nunca mais veria Oa. Na única vez que vim
aqui, este era um planeta morto, cheio de carcaças de Lanternas
e Guardiões. Agora, quase me arrependo de ter destruído
esse lugar para deter o mesmo cara que, ironicamente, me acompanha
nesta caminhada pelo antigo lar da Tropa. Finalmente o silêncio
termina e Hal fala."
Krypton não pode ser destruído por Galactus. Se
for destruído agora, o pai do Super-Homem não enviará
seu filho à Terra. Será que nossa chegada aqui alterou
alguma coisa? Ou estamos aqui justamente para deter o fim prematuro
de Krypton? Bem, não vou pensar nisso agora. É melhor
colocarmos algum plano em prática.
Os Lanternas não podem simplesmente deter Galactus?
Impossível. Galactus é um ser de imenso poder.
Se não bastasse, existe o Pacto Universal 2, que diz que
a Tropa não pode interferir nas ações dele,
pois se trata de uma força da natureza. Só poderíamos
minimizar as perdas, salvando algumas vidas.
Só por curiosidade, qual era o Pacto 1?
Não podemos interferir na guerra dos Novos Deuses. Hal Jordan olha para as estrelas, procurando a estrela vermelha
que Krypton orbitava. Convença os Guardiões a
salvar os kryptonianos. Eu irei até Krypton!
O quê?
Como um raio esmeralda, ele desaparece. "O jeito vai ser
convencer os anões de que devemos salvar o planeta do Super.
Putz, já pensou um mundo sem ele? Deve ser como se Einstein
não tivesse nascido. Agora que eu tive uma idéia
do que isso significa, é melhor correr antes que tudo saia
errado." Corro para a câmara onde estávamos
há pouco e bato na porta, trancada enquanto os guardiões
discutem a idéia do Hal. Um Lanterna aparece e tenta me
fazer mudar de idéia.
O que está fazendo? Enloqueceu? Não se pode atrapalhar
a meditação dos Guardiões do Universo.
Você precisa me escutar... Hã... (( G'newman
G'noggs )) ... Lanterna G'newman! Krypton não pode ser
destruído, ou isso trará muitas desgraças
para o meu setor no futuro. E talvez, para o Universo inteiro!
Não sei porque, mas algo me diz que vocês falam
a verdade... Vou tentar convencer os Guardiões.

Jor-El analisa há
horas estranhas flutuações de energia nas proximidades
de sua galáxia. Por mais que os kryptonianos insistam em
ser frios e imparciais, é impossível para o cientista
manter-se calmo naquele instante. Mesmo tentando lutar contra
suas próprias descobertas, a palavra "Galactus"
repete-se a todo momento em sua cabeça, e só lhe
resta pensar num plano para salvar seu mundo. Uma voz recém-chegada
de outro lugar e tempo interrompe seus pensamentos.
Jor-El?
Um Lanterna? Então a Tropa já está ciente
do fim de Krypton, não?
Sim. Mas eu estou tentando salvar este mundo. Só ouvi
falar de você neste planeta, então me dirigi ao seu
laboratório.
Ouviu falar... de mim?
Sim. A fama da dinastia El se estende por todo o Universo.
Não imaginava algo assim. De qualquer forma, não
será possível retirar as pessoas daqui. Nós
temos uma trava genética que impede os kryptonianos de
deixar o planeta. Ou seja: se não derrotarmos Galactus,
ou Krypton já está morto.

Não posso
contar o que deve ocorrer, senhores Guardiões, mas por
favor, acreditem em mim! "Droga, esses caras são
muito cabeças-duras. Vai ser impossível convencê-los
a mudar de idéia. Bah, se não for implorando, vou
ter que assustá-los." Sabe, a Tropa acabou desse
jeito...
O quê? Ganthet se assusta com as palavras de Kyle Rayner.
O que está tentando dizer com isso?
A inflexibilidade e frieza dos Guardiões levou um louco
a destruir a Tropa. Um Lanterna que perdeu a razão por
alguns momentos e conseguiu destruir tudo que você levaram
milênios para criar. Digam, Guardiões, vocês
vão permanecer inertes, ou ferrar com todo o futuro do
Universo?
Apesar das palavras rudes do jovem, eu acho que talvez devêssemos
escut...
Antes que G'newman possa completar seu pensamento, uma imagem
projetada pelos poderes de Hal Jordan surge na sala. Jor-El e
Hal aparecem nela, explicam a situação de Krypton
e avisam que é impossível fazer a retirada dos kryptonianos.
Enquanto G'newman, Jordan, Kyle, e Jor-El observam os mentores
da Tropa, os Guardiões do Universo fecham os olhos e, telepaticamente,
decidem o que farão, avisando a todos os Lanternas Verdes
das mudanças de seus planos A Tropa deverá esconder
o Krypton ou afastar Galactus imediatamente.
Por favor, Senhores...
Vamos atender seu pedido, G'newman. Sthodiec se levanta para
falar. Mas fique sabendo que é a última vez que
atenderemos uma idéia absurda sua.
Em poucos minutos, quase todos os Lanternas voam ao redor de Krypton.
Hal Jordan se uniu ao grupo assim que os avistou. Kilowog toma
a liderança da missão, falando em voz alta.
Atenção, Lanternas! Temos que afastar Galactus
daqui. Não sei como podemos fazer isso sem causar uma confusão
dos diabos no Universo, mas se alguém tiver uma sugestão...
Eu tenho! Kyle Rayner, ainda nervoso com a presença
de todos os Lanternas, teme que sua idéia pareça
óbvia, ou impossível para os outros, mas resolve
falar.
Qual seria, garoto? Sinestro observa o jovem com ar de desprezo.
Veja meu uniforme. Ele parece ser negro, mas na verdade, se
trata de tom esverdeado tão escuro que parece ser outra
cor. Se pudermos fazer o mesmo com Krypton, o mundo desaparecerá,
e Galactus pensará que se trata apenas do espaço.
Não sei se isso funcionará...
Vamos tentar, Sinestro. Abin Sur dispara uma rajada de seu
anel, imaginando uma névoa sobre Krypton. Uma névoa
esmeralda, porém tão escura, que é impossível
diferenciá-la entre preto e verde. Seguindo o gesto de
Abin, todos os outros Lanternas apontam suas armas para o planeta,
alguns pensando em uma sombra, outros desejando uma camada líquida.
Um pouco mais afastado, Hal Jordan quase se emociona ao ver a
gloriosa cena. Ele ergue suas mãos e, com suas energias,
faz todos os Lanternas sumirem junto com Krypton.
Poucos minutos depois, a nave de Galactus se aproxima do planeta.
Em seu laboratório, Jor-El beija sua esposa, temendo que
o pior aconteça. Dentro da nave, o Devorador de Mundos
estranha o fato dos instrumentos de navegação não
indicarem nada naquele ponto da galáxia. Faminto, o gigante
prefere localizar um próximo mundo, que perder seu tempo
investigando o que aconteceu de errado em sua busca.
Conseguimos! Assim que a espaçonave desaparece, Kyle
comemora. Kilowog dá uma ordem para que os Lanternas voltem
a Oa e reportem o sucesso da missão aos Guardiões.

Planeta Oa
Vocês provaram ser homens de confiança. Zodre
sorri para Hal e Kyle, convocados para uma sessão a portas
fechadas com os Guardiões do Universo. Graças
à consciência unida dos Guardiões, e à
projeção criada por Hal Jordan quando estava em
Krypton, tivemos a certeza de que seria tolice deixar que o Devorador
destruísse aquele planeta. Percebemos que a linhagem de
Jor-El renderá um valoroso kryptoniano, que um dia pode
se tornar o maior dos Lanternas.
Podem ter certeza disso. Kyle sorri para os homenzinhos azuis.
Será um cara supervaloroso.
Como prova de nossa confiança, seu pedido será
aceito, Hal Jordan da Terra. Aqui está uma pequena bateria.
Ganthet levanta a mão direita, fazendo a bateria se formar
ao lado de Jordan.
Obrigado, senhores. Iremos partir agora, para salvar nosso presente.
Adeus! Hal Jordan olha para Kyle. Vamos logo. Deixe apenas
eu conversar um pouco com... Kilowog.

Nova Oa. O Presente
Hal sorri quando vê que a nova base da Tropa dos Lanternas
Verdes é praticamente igual àquela que acabamos
de visitar. Uma lágrima escorre de seu olho esquerdo assim
que adentra num salão semelhante ao dos Guardiões.
A sala é grande, mas tem uma diferença apenas
um lugar destinado ao novo Guardião do Universo.
O trabalho apenas começou, Kyle... É hora do recrutamento.
Hal Jordan se senta, quase majestosamente, meditando sobre os
novos rumos de sua vida, e se conseguirá receber o perdão
de todo o Universo. Para mim, ele já está perdoado.
Hal? O que acha de...?
Volto meus olhos para a janela, de onde vemos a nova bateria central.
Normalmente, eu diria que não gosto dessa responsabilidade,
mas fico feliz, e quase orgulhoso, de ser o arauto de uma nova
tradição, o primeiro de uma nova Tropa dos Lanternas
Verdes.
Por que não?
"Apontamos nossas mãos para a lanterna gigante no
meio do planeta e juramos:"
No dia mais claro, na noite mais densa, o mal sucumbirá
ante a minha presença. O seguidor do mal tudo perde frente
ao poder do Lanterna Verde!
:: Notas do Autor
E assim termina o primeiro arco de história do Lanterna
Verde. Espero que tenham gostado. A partir de agora, as histórias
devem se concentrar realmente em Kyle, mas também deverão
mostrar os trabalhos de recriação da nova Tropa.
Esse é o momento ideal para vocês opinarem: Preciso
saber o que querem ver a seguir. Mais Kyle? Mais Hal? A Tropa?
Missões no espaço? Missões na Terra? Coisas
do tipo. Participem! Sua
sugestão é importante.

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