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Vingadores # 27

Por Conrad Pichler, sobre um plot de Conrad Pichler & Robson Costa

As Tropas Vingadoras
Missão: Nova York

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Fim de outono em Nova York. O ar frio e úmido não espanta as pessoas das ru-as sempre movimentadas. E são esses pedestres anônimos as primeiras testemunhas da chegada do segundo sol. Uma estrela amarela e brilhante pairando sobre o rio Hud-son, aquecendo a gelada costa da Ilha de Manhattan.

— Olha, pai, é o Visão! — grita uma criança na orla, assustado com a criatura de pele vermelha, vestido com sua longa capa amarela. O pai tenta proteger o filho com o braço.

— "Registro da Missão 'Nova York': A temperatura está aumentando 7,5 graus kelvin por quarto de hora. Análises radiográficas apontam radiação em nível tolerável. Análise de massa demonstra uma estrutura de 1.93 metros no centro do fenômeno. O-rigem: desconhecida." — Visão sobrevoa os curiosos, voltando para uma pequena bar-raca do exército, base da Tropa Vingadora liderada por ele.

— ...Hoje, eu tive um sonho com Prometeu. Quando acordei em uma cama de mulher, vi pela janela o carro de Apolo pairando sobre o rio. Eu já contava com o cha-mado dos Vingadores... — diz Hércules ao Visão, o filho meio humano de Zeus, que es-tá sentado em num confortável trono coberto por pele de leão.

Eles são interrompidos por um jovem que entra:

— Quanta gente lá fora! Eu não estou acostumado com essa exposição toda. — diz o novo guerreiro, agora vingador, Justiça.

— Não te preocupes, jovem. Os urubus do Olimpo são mais vorazes e eu já os derrotei.

Visão foi para um canto, ele está analisando os dados coletados. Hércules le-vanta-se e aproxima-se do seu líder.

— Tua expressão nem sempre é tão monótona, velho robô, o que há?

— As pessoas querem saber o que é aquilo senhor...

— Obrigado por virem. — Visão senta-se em uma mesa coberta de monitores e mapas. — Apesar de meus sensores e de minhas análises, hora após hora, não consigo identificar o que é aquele fenômeno, só sei que ela aquece exponencialmente a cada minuto.

— Temes que seja uma obra maligna de magia?

— Eu não sou formatado para o temor, Hércules. Mas sua experiência com obras de magia pode ser requisitada.

Enquanto Hércules e Visão discutem, Justiça percebe uma agitação no exterior da barraca.

— Oh! Oh! Tem uma repórter vindo pra cá.

— Eu sou Chloe Sullivan, do Metropolis Enquirer, aquela coisa lá fora... aquela energia está...

Antes de terminar a frase, Hércules empurra Justiça sobre Chloe:

— Garoto, leve-a para fora e dê o seu depoimento!

— Mas, eu não sei...

— Uses a imaginação, jovem vingador, e seja perspicaz... — cochicha Hércules, ao empurrar os jovens.

Quando eles dão as costas:

— Hércules! Visão! — grita Justiça.

— Eu já disse pra você usar a imagi...

— Não é isso, a estrela está se movendo!

— E está indo direto para Manhattam! — complementou Chloe Sullivan.

— Justiça, dê o primeiro combate! — Visão, imaterial, atravessa a tenda. — Hércu-les, afaste as pessoas!

Vance Astro dispara pelo ar com seu poder telecinético. O alvo é a estrela ama-relada.

— Ela parece crescer a cada instante. — gritou Justiça para Visão que o seguia.

— Tem seis metros de diâmetro, um e meio a mais da última análise. Justiça! Há algo sólido no centro desta bolha de plasma, precisamos chegar lá.

Vance chega a se aproximar, mas uma língua de fogo extremamente quente o afasta. Visão, percebendo a dificuldade de aproximação do jovem guerreiro, fica ainda mais intangível, e entra na bolha de plasma. Porém, o calor intensifica-se mais e mais. A bolha encolhe, concentrando todo calor, ficando densa.

— < Sistemas internos perdendo estabilidade; Capacidade de intangibilidade: me-nos 35%; Conversor de energia solar: sobrecarregado; Bateria solar: sobrecarregada. Estado geral: crítico > — a mente positrônica de Visão repassa os dados em frações de segundo, até que perde para a sobrecarga, ele paralisa e ele cai.

— Visão! — Justiça voa em piruetas para fugir das labaredas e agarrar o vingador desfalecido. — Visão, você pode me ouvir?

— Eu... tenho... certeza de...

— Não tente falar, senhor. — Justiça paira sobre o gramado, enquanto Hércules se aproxima. — Hércules ele está quase derretendo! Há muito calor naquele sol!

— Zeus! O Olho de Adis cresceu novamente, assim que Visão caiu sobre o rio. E está mais quente, agora... logo, ele engolirá a Ilha!

— Visão disse que tinha algo sólido dentro da bolha... mas eu não consigo me a-proximar... sou muito lento...

— Tu não és invulnerável, como o Filho de Zeus. — Hércules tira seu manto de pe-le de leão e deposita ao lado de Visão, inconsciente. — Preciso que me arremesses como um projétil, jovem, em direção ao Olho de Adis!

— Sai um arremesso especial!

Os dois heróis se olham, apesar da diferença de experiência, eles sabem que é uma atitude desesperada, a bolha de plasma já sobrevoa a Ilha de Manhattam.

— Preciso de um segundo... vou me concentrar... e você vai sentir muita pressão nos olhos e ouvido...

— Não temas... faça o melhor...

Lentamente os dois flutuam sobre o Rio Hudson, impulsionados pela telecinese do jovem herói.

— Comece a acumular energia, Justiça!

Assim que ouve o comando de Hércules, Vance concentra-se, a pressão sobre o lendário herói é muito grande, mas essa não é a única preocupação, o telecinético tem que fazer uma mira precisa, ele só terá um tiro.

— Hércules é... agora! — Hércules dispara tão rápido quando um tiro de canhão, mas, como se fosse pressentido pelo "Olho de Adis", ele foi repelido com um jorro de plasma tão poderoso que iluminou a tarde cinzenta de Nova York.

— Não! Hércules! — só resta o grito para Vance Astro, enquanto ele acompanha Hércules sendo projetado contra o Brooklyn. — Vou ter que apelar... — Justiça põe-se em direção ao Four Freedoms Plaza.

Na parte alta do Brooklyn, há um convidativo pub, onde estranhos irlandeses, estrangeiros e Ben Grimm adoram tomar uma cerveja, ouvindo música que eles não fazem idéia de qual é. Mas, a paz do balcão é dividida ao meio, por um estrondo que move todas as garrafas e arrebenta o espelho atrás do balcão.

— Zaratustra! — gritou o barman.

— Acho que foi na rua de cima... — disse uma moça, ao lado de Ben.

— Podes crê, Iris. Já era a happy hour, eu vou lá pra ver qualé... Quer vir comigo para exercitar?

— Acho que cê não precisa de mais um sidekick.

Benjamin Grimm levanta-se:

— Falou, minha gata... a gente se fala...

— Benjy, você poderia NÃO me chamar de "gata"?

— Ok... Mas é que "minha aranha" não ia pegar bem para você... — Ben pisca um de seus olhos azuis.

Um minuto depois, duas quadras acima, há uma cratera calcinada onde um cor-po estendido começa a se mover lentamente.

— Putz! Hércules, tá brigando com um dragão? Ou cê tá de fogo?

— Não sabia que... tu eras piadista...?

— Foi mal, que tá acontecendo? — Coisa ajuda o herói a levantar-se.

— Vejas por ti... — Hércules aponta para além das costas do gigante de pedra, uma bola de fogo que paira sobre a Grande Maçã.

— Ah, droga! Justo hoje que era dia de folga.

— Creio que precisaremos de vossos irmãos de armas.

— Reed foi pra uma expedição na Zona Negativa com o Frank... Johnny tá em Nova Orleans ajudar na reconstrução da cidade... (*) Acho que eu, você e a Susie va-mos ter que dar conta...

— Não temas. Temos ainda o Justiça e Visão.

O Four Freedoms Plaza é o maior arranha-céu da Capital do Mundo, e como a própria cidade, esse prédio nunca pára, milhares de pessoas trabalham nos escritórios, ou moram nos apartamentos residenciais. Porém, todos os quatro andares superiores são dedicados aos donos do lugar, o Quarteto Fantástico.

Minutos atrás, do lado de fora, Justiça espera diante de uma janela, enquanto o sinal de intruso mobiliza a Mulher Invisível, quando ela percebe quem é, logo abre o vi-dro protetor.

— Vance! Porque não veio pela portaria?

— Emergência... olha ali... aquela bola de fogo...

Ela fica abismada, mas, no mesmo instante, o comunicador de Susan toca:

— É o Ben.

— < Susie, a gente precisa dar uma mãozinha pra Tropa Vingadora... >

— Justiça já me informou. Vou com ele investigar...

— < Diga pro guri que eu achei o Hércules... >

— Ótimo! Senhora Richards, acho que a gente precisa dar uma força pro Visão, ele tá na margem do Hudson...

Sue olha para o comunicador:

— Vamos nos encontrar na base da Tropa Vingadora, Ben. Mas, antes, eu e Vance vamos tentar conter a criatura...

— < Tá certo, Susie... Ah! Mandei um sinal de emergência pro Johnny... >

— Fez bem. Desligo!

Nas margens do Hudson, Visão levanta-se e observa atentamente a bolha de plasma.

— < Diagnóstico 1 — Baterias: sobrecarregadas. > — Visão toca a pedra solar em sua testa e percebe que ela está superaquecida. — < Isso significa que a bolha de plas-ma não reagiu, simplesmente > — ele percebe que a bolha está 250% mais densa que antes. — < Devo averiguar todas as possibilidades. >

Sobrevoando a criatura, Justiça e Mulher Invisível, cada qual em seu campo de força, sentem na pele o que Visão prognosticou com seus sensores:

— Tá muito quente... Da outra vez, ele me repeliu com um jorro de fogo.

— Vance, vou tentar um velho truque de envolver a criatura até que ela apague, você me dá cobertura!

Sue aproxima-se, projetando seu campo de força invisível para todos os lados, tentando criar uma redoma em volta da estrela. Ela logo percebe que a pressão e a tensão são tão grandes quanto o calor. Ela tenta resistir, mesmo quando seu nariz sangra e sua cabeça dói muito. Justiça vê o campo invisível sendo calcinado, o calor diminuindo sensivelmente.

— Estou segurando você! Use toda a força que puder, está quase fechando sua esfera!

Mas, num reles segundo, a estrela reage, numa onda de calor e pressão gravita-cional intensa. O campo torna-se frágil, como um sopro sobre uma estrela. E, nesse instante, o campo rompe numa explosão, arremessando Sue e Vance contra um prédio de escritório esvaziado pelos bombeiros.

— Ai... minha cabeça...

— Você fez o que pode, Sue... essa bolha é muito poderosa. Visão disse que ela tem algo por dentro, nós precisamos saber o que é!

— Eu já estive em outras dimensões. Dentro de estrelas e dentro de seres que criaram estrelas. Eu vou tentar!

Mulher Invisível levanta-se e num segundo se envolve com campos de força múltiplos, camadas e camadas de proteção, e numa haste de energia invisível, ela lan-ça-se através da janela, para o coração da bolha. Sem se importar com qualquer ad-versidade, ela quer ver o que há no coração da criatura e, se puder, nem que arrisque sua própria vida, ela vai parar aquela estrela de plasma, antes que a cidade seja des-truída.

Mas, ela passa pelas cristas de plasma, os anéis de energia e fogo, até chegar ao centro. Lá, ela vê uma criatura, um humanóide, mais que isso:

— Tocha... Humana! — olhos nos olhos, criatura e heroína, eles se reconhecem, e a estrela de plasma, expulsa a Mulher Invisível, que cai destruindo a lateral de outro prédio.

O Jipe do Coisa e Hércules pára ao lado do Visão.

— Tenho um plano... — disse Ben Grimm.

— Vamos precisar de ti e dos heróis que lutam em Manhattan.

— Os dois foram abatidos. — Visão dá as costas para a cidade.

— Como?!

— Eu vi. Mas, você está certo, precisamos de um plano. A criatura que está no centro da bolha de plasma é inteligente. Já tive tempo de arrefecer, estou pronto para lutar novamente.

— Você tem um plano?

— Sim, Sr. Grimm, temos o plano de vocês.

Hércules e Coisa se entre olham abismados.

Justiça encontra o corpo de Susan no meio de escombros, através de sua limi-tada telepatia.

— Senhora... Susan! — ele a põe no colo, e limpa seu rosto, ela quer acordar.

— Vance... é o Tocha...

— Seu irmão? Johnny?!

— Tocha... — ela repete e desmaia.

— Preciso achar o Visão... Eles devem estar na praia... — ao dizer isso, uma som-bra encobre toda a rua, ele vê sobre postes fundidos, carros semiderretidos e vidros borbulhantes, duas balsas de lixo sobrevoando a rua. — Acho que eu vou levar a senho-ra para um lugar seguro.

Parcialmente abstratos, as balsas são erguidas por Visão, Hércules e Coisa, que estão posicionados em locais estratégicos, como dobradiças humanas. Justiça aparece diante da criatura, e tenta tirar a atenção do Tocha Humana, dentro da bolha. Visão a-proveita-se disso e deixa tangíveis as balsas. Nesse instante, Coisa e Hércules captu-ram a bolha de energia, com o incrível peso, a caixa de metal cai sobre a Quinta Ave-nida.

— Deu certo! — grita Ben Grimm.

— Coisa, quem está aí dentro é o Tocha! — diz Justiça aproximando-se.

— Johnny! Pela tia Petúnia!

— Ele deve ter sido enfeitiçado e perdeu o controle. — Hércules arrisca um palpite.

— Suspeito que a informação esteja parcialmente completa.

— Hein? Não fale como o Reed, fala como gente...

— Não consegui determinar nenhum traço de vida humana ou meta-humana den-tro da bolha de energia. Sendo assim, não pode tratar-se do Johnny.

— Mas a Sra. Susan esteve face a face com a criatura... ela me disse que é o To-cha.

— Humm... entendo onde queres chegar, Visão. É um Tocha Humana, mas não aquele do quarteto, o Johnny Storm.

— Sim, trata-se do Tocha Humana original. O único que saberia como sobrecar-regar meus sistemas de armazenamento de energia solar.

A discussão é interrompida por um estrondo, uma conclusão no interior da caixa de metal, que esconde a estrela em que se tornou o Tocha Humana original.

— Ela vai se romper!

— Acho que nós não pensamos no que fazer posteriormente.

— Segura doutro lado, Hércules, vamo tentar conter até o Visão levar isso para o rio...

— Seria perigoso, poderíamos criar um rio fervente sob a Ilha de Manhattan.

— Afastem-se, eu vou levar isso para o espaço... — Justiça envolve a caixa de e-nergia, sentindo que o Tocha quer sair do interior de sua prisão de aço.

— O metal já está em fundição, seja rápido.

— Vou... fazer... o... possível...

Ele ergue a caixa e inicia seu vôo ganhando velocidade aos poucos, enquanto vê a caixa derreter, e pequenos focos de plasma tentando destruir seu campo de ener-gia. A bem da verdade, para um telecinético, é como se dezenas de pregos em brasa perfurassem seu cérebro. Quando ele já alcança as nuvens, a caixa é destruída e uma nova explosão de plasma devasta o campo de força do jovem mutante, que berra e de-saparece na luz, enquanto o Segundo Sol raia ofuscante sobre a cidade de Nova York.

Quilômetros abaixo, nas ruas de Manhattan, uma onda de choque e calor arre-benta os vidros dos prédios, enverga o metal e racha o asfalto.

— Vance! — grita o Coisa.

— Zeus! O menino... ele...

— O Tocha está muito mais quente, está afetando a atmosfera. — Visão analisa os fatos.

— A criatura desce, agora...

— Sim, está voltando para Manhattan.

Dois quarteirões dali, Sue Richards começa a acordar. Quando consegue ajustar o foco, escuta:

— Mana... Sue...

— Johnny! Deus! Você está bem!?

— Sim, recebi seu sinal, meu comunicador localizou você. Parece que acabou de acontecer uma explosão lá fora, parecia uma bomba atômica! A cidade tá derretendo...

— Johnny... é o Tocha, Jim Hammond... ele está fazendo isso.

— Jim, não...

Tocha se recorda que há pouco tempo ele ajudou o Tocha Humana original a desmantelar um grupo neonazista, e desde então eles tornaram-se muito amigos, jun-tos eles tentavam ajudar jovens viciados a se readaptarem. (**)

— Não, como ele pode... Se Reed estivesse aqui, ele daria um jeito...

— Johnny, Manhattan não vai durar até Reed voltar. — eles saem na rua e vêem a destruição por toda parte, dezenas de bombeiros trabalhando. — Precisamos encontrar a Tropa Vingadora. Algo deve ter dado errado, eles não conseguiram parar Jim.

Ajudando as equipes de resgate, Visão termina de retirar pessoas de um prédio parcialmente destruído, enquanto Hércules e Coisa, na rua, empilham carros e muito entulho. Sue e Johnny pousam no meio da rua.

— Acho que cê chegou tarde, palito...

— Onde está o Justiça? — pergunta Susan.

— Ele desapareceu na última explosão. — disse Visão.

— A bolha está caindo, lentamente... — percebeu Johnny.

— Não temos mais o que fazer. A aproximação é inevitável para nós, com aquele tamanho, o campo de ignição vai engolir a ilha, talvez, Nova York toda...

— Tentou se comunicar com os outros Vingadores?

— Esquecestes, Susan, que a Hidra implodiu todo sistema de comunicação da América?

— Eu acho que existe uma solução...

— Não, Johnny... — Susan parece antever o pior.

— Fogo contra fogo? Isso é idiotice, palito!

— Não... Jim me ensinou algo sobre nosso poder, ele me ensinou algo sobre con-trole...

— Aquilo é uma estrela, Johnny, você não pode...

— Eu vou tentar, Sue.

— Não!

— Ele tá certo, Susie, ele tem que tentar. — Coisa abraça sua velha amiga. — Se não teremos milhões de Vances e Johnnys para enterrar...

— Eu vou monitorar...

Enquanto Johnny fica em chamas, Visão fica intangível. Os dois desaparecem na fumaça sobre a cidade, e chegam às bordas da estrela, o limite de vôo para Visão.

— Vou continuar a observar... Johnny?

— Sim, Visão.

— Boa sorte.

Johnny agradece com a cabeça e entra nas camadas internas do sol. Ele desfaz suas chamas, mas logo em seguida é envolvido pelas forças da estrela. Ele mergulha nas ondas de calor e plasma, até o centro. Johnny sabe que não será ouvido, então não fala, mas pensa.

— "Você me ensinou que controle é mais importante que poder. O mínimo de po-der bem usado é mais forte que qualquer inimigo. Eu não sei quem ou o que está do-minando você, mas encontre o controle, o equilíbrio!"

Johnny concentra-se, e como se as chamas fossem partes dele mesmo, ele co-meça a manipulá-las. Como se percebesse a tentativa, Jim Hammond, o Tocha origi-nal, apresenta-se, seu rosto é impassível, olhos fechados, mas toda a bolha de plasma reage, tentando afastar Johnny.

Do lado de fora, a bolha retorce-se, fica mais quente. Visão calcula o pior.

Mas Johnny então começa a absorver o calor, gradualmente, calmamente. Logo ele acelera o processo, resfriando o centro. O andróide manipulador de plasma contor-ce-se. E é com toda a sua força de vontade que Johnny Storm domina a massa de ca-lor, e simplesmente faz com que ela apague, subitamente. O choque é intenso para o andróide, que cai desfalecido. Johnny, ainda superaquecido, apanha o corpo do seu amigo, ladeado pelo Visão. Quando os três pousam, Johnny apaga, e desmaia.

— Johnny! — Sue abraça o irmão, mas ela logo se afasta, pois ele está muito quente.

— Ele vai ficar bem, Susie.

— Sra. Richards, envolva Jim em uma redoma de vácuo. Até conseguirmos pro-duzir uma câmara apropriada. — pede Visão.

— Pelos olhos de Afrodite, esse moleque amadureceu muito nesses anos.

— Diz isso porque ele não mora com você!

Uma semana depois, a reconstrução de parte da cidade já está quase terminan-da. Visão embarca o esquife que contêm o Tocha original num avião do exército.

— Vamos levá-lo para o Arizona. Encontrei vestígios destruídos dos nano-hibernantes da Hidra no organismo sintético dele, Doutor Pym vai investigar. — diz Vi-são para Johnny Storm.

— Foi um prazer trabalhar contigo, nobre Susan.

— Obrigado, Hércules. Nos veremos, acho...

— Pena que o Justiça teve de morrer... em missão... — disse o Coisa.

— Ainda há esperança, até que encontremos o seus restos mortais, ele ainda está apenas desaparecido.

— Vamos manter a esperança... que Jim e Vance um dia possam voltar a ser quem eram e lutar a nosso lado pelo bem. — disse Johnny.

— Vamos manter a esperança. — disse Susan.

— Agora precisamos ir... — conclui o Visão. — Avante Vingadores!


Próxima edição: Chicago! Chicago! A cidade dos gangsteres recebe a mais pirada Tropa Vingadora! Participação do Homem-Aranha e dos Vingadores Centrais!


:: Notas do Autor

A cidade de Nova York foi parcialmente afetada pela ação do Braço Perfeito da Hidra (veja em Vingadores # 23). Com isso, o Quarteto Fantástico ficou como a Tropa Vingadora res-ponsável pela cidade (em Vingadores # 24), sob coordenação do Visão.

(*) Mais detalhes em Capitão América # 12. voltar ao texto

(**) Isso ocorreu em Quarteto Fantástico # 12. voltar ao texto




 
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