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Vingadores # 30

Por Robson Costa, sobre um plot de Conrad Pichler & Robson Costa

As Tropas Vingadoras
Missão: Inumanos

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Nova York.

Os policiais reunidos à frente do prédio de luxo dão passagem ao Capitão América. Ele havia chegado a pouco de uma missão no Oriente Médio e estava se preparando para descansar na Base Ronald Reagan, quando o comunicador o convocou. Era Amanda Waller:

— Capitão! Apresente-se imediatamente em Nova York. É um caso de conflito diplomático.

Steve Rogers tomou um banho rápido para despertar e livrar o corpo do cansaço. Partiu em um jatinho dos Vingadores na direção da Big Apple. O endereço fornecido por Waller já era conhecido seu: um prédio de luxo na ilha de Manhattan, normalmente usado por diplomatas e funcionários da ONU. O próprio organismo havia intensificado todas as medidas de segurança possíveis para que atentados e outros tipos de ataques fossem totalmente coibidos. Mas, pelo caso desta noite, isto não ocorreu. Um dos policiais levou Steve Rogers para o aparta-mento causador de toda aquela confusão. Ao chegar lá, o vingador se depara com um corpo.

— O defunto é o embaixador enviado por Attillan para cuidar de vários acordos entre os inumanos e Washington — explica Waller, ao ver chegar o Capitão América. — A morte dele aconteceu em um momento não muito bom nas negociações, principalmente por causa da localização privilegiada dos inumanos na Área Azul.

— Pensei que depois daquela viagem dos Vingadores alguns anos atrás, isto já estaria resolvido.

— Você sabe, Capitão. Troca de governo, democratas, republicanos, Washington, enfim.

— E o que o Departamento de Estado deseja?

Antes que Amanda Waller pudesse responder, um forte brilho toma conta de todo o apartamento. Os policiais sacam de suas armas. Steve Rogers levanta o seu escudo até a altura do peito, em um gesto de defesa, mas logo o abaixa, ao reconhecer a causa do brilho. Ele faz um movimento com as mãos pedindo aos policiais que se acalmem e baixem as armas. Todos o obedecem. O brilho diminui e Rogers reconhece: são os membros da Família Real de Attillan, junto com o seu mascote, o monstruoso Dentinho. Ali estavam Crystallis, Karnak e Medusa, rainha dos Inumanos. Waller xinga a pressa do Departamento de Estado em comunicar os inumanos, antes que ela pudesse organizar as investigações.

— Saudações, Capitão América — cumprimenta Medusa.

— Como vai, Medusa? — responde o vingador — Infelizmente, o nosso reencontro não ocorre em boas condições. Receba os meus sentimentos.

— Agradeço a sinceridade dos seus votos, mas o meu marido, Raio Negro, soberano dos Inumanos, não espera apenas as condolências do governo americano, mas também a resposta pelo ocorrido. Salumak foi assassinado?

— Desculpe-me, Majestade — fala Waller. — Mas ainda é cedo para chegarmos a qualquer conclusão. Segundo o depoimento dos vizinhos, houve um grande barulho vindo do apartamento, o que causou estranhamento, pois o embaixador Salumak era tido como uma excelente pessoa e de fácil convívio. O apartamento teve de ser arrombado pelo zelador do prédio e ele já encontrou o corpo caído.

— Não seria causada pela fraqueza dos inumanos à poluição? — pergunta o Capitão América.

— Não acho, Capitão — fala Crystallis. — Salumak tomou o antídoto criado por Reed Richards e eu mesmo solicitei ao líder do Quarteto Fantástico que pudesse fornecer mais algumas doses ao nosso embaixador enquanto ele estivesse em Nova York.

— Medusa, em nome dos Vingadores, garanto que investigaremos o que aconteceu ao embaixador inumano. Convocarei os membros necessários para que encontremos a causa da morte. Só solicito o transporte do corpo para a nova base do grupo, no Arizona.

— Muito bem, Capitão, como grande amigo da minha raça, eu concordo. Mas saiba desde já, principalmente a senhora Amanda Waller, que se isto for considerado uma agressão ao meu povo, todos os acordos e tratados assinados entre Attillan e Washington estarão rompidos imediatamente.

— Não se preocupe, Majestade. Tenho certeza que os Vingadores esclarecerão tudo.

— Eu os convido para se hospedarem na nossa base no Arizona, durante as investigações — fala Steve Rogers. O convite é aceito pela comitiva real.

Base Ronald Reagan, Arizona.

Por um monitor, Hank Pym conversa com os seus colegas:

— Agradeço à Richards e ao Fera que se dispuseram a fazer as autópsias no embaixador inumano. Agora, estou em um momento crucial das minhas pesquisas pela possível cura dos soldados que foram atacados pelos nano-hibernantes e que se encontram em coma.

— Não se preocupe, Pym — fala o Senhor Fantástico. — Eu, McCoy e Karnak daremos conta do recado.

— Mais uma vez, obrigado. — e o monitor apaga.

— Muito bem, senhores — fala Richards. — Vamos começar.

— Apesar de ser bioquímico, — fala o Fera — eu estou mais acostumado à anatomia e fisiologia mutante. Entenda, Karnak, as mutações que vocês sofrem com as névoas terrígenas são totalmente imprevisíveis.

— Compreendo sua aflição, Fera — fala Karnak. — Mas concordo com que Richards falou: nós encontraremos a causa da morte de Salumak.

Assim, os três heróis começam a autópsia. A sala usada possui um pequeno auditório no alto, o que permite que outras pessoas acompanhem todo o procedimento. Neste, momento, Steve Rogers e Medusa assistem ao início dos trabalhos.

— Medusa, como Crystallis, já foi membro dos Vingadores, — fala o Capitão América — solicitei que ela se unisse a esta Tropa Vingadora para investigarmos tudo sobre Salumak.

— Eu sei, Capitão. A minha irmã me comunicou. Ela está em Nova York, vendo fitas de vídeo da ONU e do prédio. Mas, perdoe-me, Capitão, eu não posso continuar aqui, sem fazer nada.

Medusa faz um sinal e Dentinho entra no auditório. Ela põe sua mão sobre a cabeça do mascote e, no mesmo instante, um portal se abre, por onde os dois inumanos entram e somem. Steve Rogers fica alguns momentos sozinho até que Waller chega.

— Onde está Medusa, Capitão?

— Ela saiu para espairecer, Waller. E acho que é o melhor que podemos fazer até que a autópsia apresente algum resultado.

Algum tempo se passou, até que se ouve a voz de Reed Richards pelos alto-falantes da base:

— Descobrimos algo.

Imediatamente, Capitão América e Amanda Waller se dirigiram para a ante-sala do centro cirúrgico. Dele, saem Karnak e o Senhor Fantástico. Nas mãos de Richards, uma pequena bandeja e, no interior dela, um pequeno dispositivo.

— Este dispositivo não possui tecnologia inumana — fala Karnak, enquanto se afasta para entrar em contato com Medusa.

— Karnak está certo. — confirma Richards.

— Mas o que é isso? — pergunta Steve Rogers.

Waller não se manifesta. Ela reconheceu o dispositivo: é um localizador do mesmo tipo utilizado pelo senador Felix Delgado. (*) Mas como ele foi implantado no embaixador inumano? Aproveitando o momento, ela vai à sala sem que ninguém note. Neste instante, um brilho informa o retorno de Medusa e Dentinho.

— O que significa isso, Capitão América? O que este dispositivo faz?

— Acalme-se, Medusa — fala Richards. — Este dispositivo não foi o causa-dor da morte de Salumak. Ele é uma espécie de localizador, que emite um sinal em uma determinada freqüência.

— Mas ele não foi implantado em Attillan e, que eu tenha conhecimento, Salumak não permitiria que os americanos implantassem nele. — fala Karnak.

— Oi, pessoal — fala Fera pelos alto-falantes — As surpresas não terminaram.

Os presentes olham-se espantados. Fera abre a porta do centro cirúrgico e convida a todos a olharem nos microscópios.

— Hank, — fala Capitão América — são nano-hibernantes. Mas pensei que estavam todos desativados.

— Eu sei, Cap. Mas alguém conseguiu ativá-los novamente.

— Salumak não estava na Terra quando os Estados Unidos sofreram a ameaça do Braço Perfeito da Hidra. (**) — fala Medusa.

— Fera, acha que há alguma ligação entre os localizadores e os nano-hibernantes? — pergunta Richards.

— Possivelmente. Devemos comunicar a Pym esta descoberta.

Os dois cientistas saem da sala. Enquanto isso, Rogers chega a uma conclusão:

— Medusa, Salumak foi assassinado e as armas usadas foram os nano-hibernantes. Prometo que investigaremos mais a fundo quem causou isso.

Na sua sala, Waller abre um canal de comunicação seguro com o Departamento de Estado:

— O que deseja, Waller? — pergunta uma voz do outro lado.

— Por que o embaixador Salumak teve um localizador implantado nele?

— O enviado inumano?! Não foi implantado nenhum localizador nele. Nem a pedido dele ou de Attillan nem por ordens superiores.

— Obrigada — Waller desliga. Alguém havia descoberto sobre os localizadores e estava usando em proveito próprio. Mas quem?

Mais tarde, Crystallis entra em contato com a Base Ronald Reagan.

— Passei o dia inteiro vendo vídeos e acho que encontrei algo interessante.

A inumana pressiona um botão e um vídeo passa a ser exibido no monitor dos Vingadores. Nele aparecem Salumak e uma mulher. Os heróis percebem que ela usa um crachá, o que indica que é uma funcionária da ONU. Crystallis continua:

— Se vocês perceberem, ela não deixa que o seu rosto seja filmado. Mas alguns funcionários confirmaram que Salumak estava tendo um relacionamento com uma intérprete, cujo nome é Susan Dey. Eles não souberam me dizer se era moroso, mas todos diziam que era bastante íntimo e que pareciam grandes amigos.

— Você tem o endereço desta intérprete? — pergunta Capitão América.

— Sim. Eu estava indo para lá neste momento.

— Então iremos juntos — informa Medusa.

Dentinho abre um portal e Medusa, Karnak, Capitão América e Reed Richards entram nele. Em poucos segundos, um outro portal abre-se ao lado de Crystallis. Dentinho coloca sua imensa cabeça para fora. A irmã de Medusa sorri e afaga o mascote, enquanto some dentro do portal. Dentinho os leva para o endereço da intérprete e deixa os heróis na porta do apartamento. Steve Rogers toca a campainha. A porta se abre e a moradora aparece. Mas, ao reconhecer quem estava batendo a sua porta, ela a fecha imediatamente.

— Reação muito estranha — observa Reed Richards.

— Concordo com você, Richards — fala Karnak. O inumano aproxima-se da porta e, usando os seus poderes, localiza o ponto fraco. Ele aplica um golpe preciso que a destrói, permitindo a entrada de todos. Neste instante, eles vêem a intérprete na frente de um portal. Ela pressiona um botão de um aparelho do seu pulso. O portal se abre mais e dentro dele saem Monsieur Mallah, Portéx, Plasmus e Houngan. A mulher retira a peruca que estava usando e revela sua identidade: Phobia.

— A Irmandade Negra! — informa Steve Rogers.

Houngan saca um dos seus bonecos de vodu e pressiona um dos membros. No mesmo instante, Crystallis cai tomada por fortes dores. Plasmus lança o seu corpo corrosivo em cima dos heróis, mas o Capitão América usa seu escudo para protegê-los.

— Vejamos qual é o maior medo da rainha dos inumanos — fala Phobia. De repente, Medusa se vê transportada para uma região deserta e totalmente desabitada. Logo ela reconhece: é Área Azul da Lua e, no alto de uma torre, ela vê aterrorizada o seu marido, Raio Negro, emitindo um grito e destruindo toda a cidade.

Senhor Fantástico parte em auxílio da amiga, mas, no mesmo instante, Portéx cria um portal por onde o líder do Quarteto Fantástico mergulha.

— Dentinho, — ordena Karnak — ajude Reed Richards.

O imenso mascote some em outro portal. Karnak avança na direção dos vilões, mas é obrigado a se proteger de uma série de disparos feitos por Mallah. Phobia diverte-se com a situação, quando, de repente, o seu corpo é envolvido pela cabeleira de Medusa.

— Mas como? Eu tinha você sobre o meu domínio...

— Você me atacou com meu maior medo, mas contra ele tenho a maior das defesas: o meu amor por Raio Negro e a certeza que ele nunca fará nada de mal para os seus súditos.

Dentinho abre um portal e Reed Richards sai por ele. Rapidamente, desarma Mallah. Dentinho salta sobre o gorila e o imobiliza. Karnak aproveita o momento e, de um salto, coloca Houngan a nocaute. Crystallis, sem as dores que sentia, convoca um redemoinho que prende Plasmus. Portéx abre um portal e foge, antes que Steve Rogers pudesse derrubá-lo com seu escudo.

— Quer que Dentinho o siga? — pergunta Karnak.

— Acho desnecessário, Karnak — fala o Capitão América. — Acho que os integrantes da Irmandade que capturamos já nos ajudarão na investigação.

Mais tarde, na Base Ronald Reagan, os Inumanos se despedem:

— Capitão, — fala Medusa — eu e Karnak partiremos com a certeza que os Vingadores continuarão a investigação e que as desconfianças entre Attillan e Washington encerraram.

— Esteja certa disso, Medusa. Crystallis acompanhará a tudo tanto como membro dos Vingadores quanto representante dos Inumanos.

A rainha dos Inumanos e o líder dos Vingadores se cumprimentam. Dentinho abre novamente um portal e ela e Karnak entram, retornando à Área Azul da Lua.

— Segundo o que já foi apurado pela polícia, — conta Crystallis a Reed Richards e Hank McCoy — a Irmandade Negra foi contratada para inocular tanto o localizador quanto os nano-hibernantes em Salumak. Mas, aparentemente, a reação do inumano foi inesperada até para o contratante. Phobia se disfarçou da verdadeira intérprete, aproveitando uma semelhança física com ela. Assim, ela pode se aproximar de Salumak.

— E quanto à intérprete? — pergunta o Fera.

— Ela estava como prisioneira no apartamento. Nós a encontramos lá, depois de prender os vilões. A Irmandade havia descoberto sobre a amizade entre a intérprete e Salumak.

— Bom, — fala Capitão América, aproximando-se do grupo — com a prisão da Irmandade Negra, só falta descobrir quem os contratou e o seu interesse nisso tudo. Mas, por enquanto, foi uma grande vitória para nós.

Enquanto isso, em um outro lugar longe dali, um misterioso personagem conversa a um celular:

— Não se preocupe, Cérebro. Os seus amigos serão soltos o mais rápido possível. Confie em mim. Sim, os Vingadores estão bem próximos de descobrir toda a verdade, mas quando fizerem isso, já será tarde demais.


Próxima edição: Os Vingadores vão para Cuba. A seguir: Missão: Guantanamo.


:: Notas do Autor

(*) Em Vingadores # 29. voltar ao texto

(**) Em Vingadores # 20 a # 23. voltar ao texto




 
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